Validação de modelos antropométricos na estimação da massa isenta de gordura e osso apendicular em jovens esportistas
Por Pedro P. Abdalla (Autor), Analiza M Silva (Autor), Anderson S. Carvalho (Autor), Ana Claudia R. Venturini (Autor), André P. dos Santos (Autor), Thiago Cândido Alves (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
O tecido muscular (TM) é essencial para o desempenho esportivo. A ressonância magnética e a tomografia axial computadorizada são os métodos de referência na sua determinação, no entanto apresentam um elevado custo limitando a sua utilização ao nível clínico e laboratorial. A Absorciometria Radiológica de Dupla Energia (DXA) é um método seguro e, embora ainda dispendioso, permite medir a Massa Isenta de Gordura e Osso apendicular (MIGOap), um forte preditor do TM. Alternativamente, existem modelos antropométricos para predizer MIGOap com baixo custo e risco, porém, ainda os estudos da sua validade são inexistentes. OBJETIVO: Validar modelos antropométricos de predição da MIGOap em uma população de jovens esportistas do sexo masculino. MÉTODOS: Cento e setenta e quatro esportistas (Es) com idades entre 8 e 18 anos de diversas modalidades foram medidos por DXA de corpo total para determinar MIGOapDXA a partir do somatório da MIGO regional dos membros. Os modelos preditivos antropométricos de Quitério et al. (2009) foram utilizados para predizer MIGOap a partir da massa corporal, estatura e sexo (MIGOapmod1); e estatura, perímetros corrigidos (para as respectivas dobras cutâneas) do braço, coxa e perna (MIGOapmod2). Para determinar a validade dos modelos na predição da MIGOapDXA foram analisados o coeficiente de determinação, o viés e a concordância (Bland-Altman). RESULTADOS: A MIGOapmod1 e MIGOapmod2 explicaram ~96% da variabilidade dos valores da MIGOapDXA. Não houve diferenças significativas entre MIGOapmod1 e a MIGOapDXA (0,7 ± 1,5 kg), mas a MIGOapmod2 subestimou a MIGOapDXA (2,3 ± 1,9 kg). Os limites de concordância considerando um intervalo a 95% para MIGOapmod1 e MIGOapmod2 variaram de -2,1 a 3,6 e de -1,5 a 6,1kg, respectivamente. Verificouse associação entre a diferença e a média dos métodos para a MIGOapmod1 (r = 0,593; p < 0,001) e MIGOapmod2 (r = 0,798; p < 0,001). CONCLUSÃO: Em termos de grupo os dois modelos mostraramse válidos na determinação da MIGOap, um forte preditor do TM. Pela sua simplicidade, o modelo 1 que recorre à utilização de medições simples e precisas como a massa corporal e a estatura, revelase uma opção mais prática e parcimoniosa na quantificação da MIGOap de rapazes Es em contexto real. No entanto, em termos individuais, os modelos antropométricos estão dependentes da magnitude dos valores de MIGOap, o que limita a validade da sua estimativa nos jovens Es que apresentam valores mais baixos ou mais elevados de MIGOap.