Resumo

Introdução: Disfunções nos membros superiores (MMSS), incluindo diminuição da velocidade e amplitude dos movimentos, dificuldade na execução de tarefas sequenciais e atividades manuais motoras finas podem limitar a vida dos pacientes com doença de Parkinson (DP) e, consequentemente, afetar o desempenho das atividades de vida diária. Na literatura existe uma escassez de instrumentos para a avaliação dos MMSS em pacientes com DP. Objetivo: Avaliar algumas propriedades de medida do Wolf Motor Function Test (WMFT) em indivíduos com a DP. Métodos: A amostra foi composta por 50 pacientes (64,84±9,57 anos) de ambos os gêneros, no Instituto de Neurologia Deolindo Couto. A confiabilidade intraobservador e interobservador foram estabelecidas por meio da análise das avaliações registradas por vídeo. A confiabilidade teste-reteste consistiu de duas avaliações do mesmo indivíduo com uma semana de intervalo, realizada por um único avaliador. A validade concorrente foi estabelecida por meio da correlação das médias do Tempo de execução das tarefas e das medianas da Escala de habilidade Funcional (EHF) com as Seções II (AVD) e III (motora) da UPDRS; e a validade convergente foi estabelecida por meio da correlação entre as médias do Tempo de execução das tarefas do WMFT e as medianas da EHF com o Nine Hole Peg Test (NHPT). Resultados: Houve excelente confiabilidade intraobservador para a maioria das tarefas do WMFT em relação ao Tempo de execução (coeficiente de correlação intraclasse – CCI >0,75) e substancial confiabilidade intraobservador para a maioria das tarefas do WMFT em relação à EHF (Kappa ponderado – Kp=0,61-0,80). No teste-reteste intraobservador foi moderado para a maioria das tarefas do WMFT em relação ao Tempo de execução (CCI ≤0,75) e substancial confiabilidade intraobservador para a maioria das tarefas do WMFT em relação à EHF (Kp=0,61-0,80). A tarefa 7 e a 14 tiveram excelente confiabilidade teste-reteste para ambos os MMSS (CCI=0,99). Não foi possível realizar a validação discriminante, pois a amostra ficou concentrada no estadiamento leve da doença. A confiabilidade interobservador para a maioria das tarefas do WMFT em relação à EHF foi considerável (Kp=0,21-0,40). Em relação à validade concorrente, a média do Tempo para ambos os MMSS das tarefas do WMFT não apresentou correlação com as Seções II e III, bem como a mediana da EHF com as Seções II, contudo houve uma correlação negativa baixa entre a mediana do membro superior esquerdo e a Seção III da UPDRS (r=-0,42; p=0,002). Quanto à validade convergente, a média do Tempo de execução das tarefas do WMFT e a mediana da EHF não apresentaram correlação com os valores do NHPT. Conclusão: Os resultados mostraram que a confiabilidade intraobservador e interobservador do WMFT foi confirmada para avaliar a funcionalidade dos MMSS em pacientes com DP, contudo não foi obtida a sua validação.

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