Resumo
A avaliação da composição corporal pode proporcionar informações relevantes para inúmeras finalidades voltadas para a saúde ou para o desempenho atlético. Nesse sentido, equações antropométricas para a avaliação da massa muscular (MM) e/ou gordura corporal relativa vem sendo desenvolvidas e validadas para o uso em diferentes populações, sendo, em sua maioria, propostas a partir de modelos bicompartimentais. A absortometria radiológica de dupla energia (DEXA) é uma alternativa multicompartimental de avaliação da composição corporal, sendo recentemente utilizada mais freqüentemente na validação e no desenvolvimento de novas equações antropométricas. Contudo, no Brasil, esse modelo ainda é pouco utilizado, sobretudo para a análise da MM. Assim, o objetivo deste estudo foi validar equações antropométricas para a estimativa da gordura corporal relativa e da MM a partir da DEXA, em jovens universitários brasileiros, do sexo masculino. Para isso, 131 jovens adultos entre 18 e 36 anos foram avaliados por meio de DEXA (método de referência) e de medidas antropométricas (massa corporal, estatura, circunferências e dobras cutâneas), sendo analisadas 33 equações para avaliação da gordura corporal relativa e cinco para o cálculo da MM. Além de estatística descritiva, os procedimentos de validação cruzada propostos por Lohman (1992) e análise de concordância, mediante cálculo do CCI e plotagem de Bland e Altman (1986) foram utilizadas. Adicionalmente a estes procedimentos, foi incluído a análise do coeficiente de Kappa, para a análise da concordância entre as equações e o método de referência, quando as variáveis numéricas foram transformadas em dicotômicas. O valor de alfa adotado para a estatística analítica foi de 5%. As equações 1, 2, 4 e 5, de Jackson e Pollock (1978) foram totalmente validadas para a avaliação da gordura corporal relativa, enquanto que as equações 36, de Lee et al. (2000) e 38, de Kim et al. (2004) foram validadas, para a avaliação da MM. Além destas, outras 7 equações antropométricas preditivas da gordura corporal relativa, de diferentes autores, e a equação 37, de Lee et al. (2000) foram sugeridas para a utilização na amostra estudada, tendo em vista os baixos valores de EPE, EC, ET e ÷ apresentados e as boas concordâncias (moderada a alta) encontradas. Novos estudos de validação são sugeridos em amostras diferentes, utilizando-se da DEXA como método de referência.