Validação de Equações de Predição da Taxa Metabólica de Repouso em Adolescentes
Por Paulo Henrique Santos da Fonseca (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 9, n 3, 2007. Da página 320 a -
Resumo
A taxa metabólica de repouso (TMR) é defi nida como a taxa mínima de energia consumida, sendo o principal componente do gasto energético diário. O objetivo deste estudo foi de validar equações de predição da TMR em adolescentes (103 indivíduos, sendo 51 meninas e 52 meninos, com idade entre 10 e 17 anos) de Florianópolis – SC. Foram mensuradas: massa corporal, estatura e dobras cutâneas, e a massa corporal magra e massa corporal gorda pela bioimpedância. A TMR não protéica foi calculada pela equação de Weir (1949), considerada como padrão, utilizando-se o analisador de gases AeroSport TEEM-100. As equações analisadas quanto a sua validade foram: Harris e Benedict (1919), Schofi eld (1985), WHO/FAO/UNU (1985), Henry e Rees (1991), Molnár et al. (1998), Tverskaya et al. (1998) e Müller et al. (2004). Para analisar a validade cruzada das equações de predição com a medida real da TMR, realizaram-se os seguintes procedimentos estatísticos: correlação de Pearson (r ≥ 0,70), o teste “t” pareado com nível de signifi cância de 0,05, média do erro constante (com diferença menor que 5%) e a análise de dispersão gráfi ca proposta por Bland e Altman (1986). A maioria das equações de predição da TMR em meninas não apresentou diferença signifi cativa (p>0,05) em relação à medida padrão (Weir 1949), com exceção das equações sugeridas por Tverskaya et al. (1998) e os dois modelos de Müller et al (2004). Mesmo não havendo diferença signifi cativa, somente os modelos propostos por Henry e Rees (1991) e Molnár et al. (1995) obtiveram variação de erro constante inferior a 5%. Todas as equações analisadas no estudo em meninas não alcançaram valor critério de correlação de 0,70 com a calorimetria indireta. Analisando as equações de predição da TMR em meninos, todas tiveram correlação moderada com a calorimetria indireta, porém ficando abaixo do coefi ciente 0,70. Somente a equação desenvolvida por Tverskaya et al. (1998) teve diferença (p<0,05) em relação à medida padrão. As equações propostas por Schofi eld (1985), Tverskaya et al. (1998) e o modelo de Müller et al. (2004) tiveram variações no erro padrão superiores a 5%. Conclui-se, desta forma, que, em ambos os sexos, nenhuma das equações de predição possui validade no cálculo da TMR em adolescentes com as características dos grupos estudados.