Resumo

Apesar do crescimento no número de estudos que utilizam sensores de movimento (acelerômetros) para medir o nível de atividade física de crianças e adolescentes, a unidade de medida desses equipamentos (counts), ainda, é de difícil interpretação. Nesse sentido, diferentes equações preditivas para estimativa do gasto energético têm sido propostas para proporcionar significado biológico aos valores das medidas produzidas por esses equipamentos. As equações propostas para o acelerômetro ActiGraph, o mais utilizado em estudos com crianças e adolescentes, foram concebidas a partir de unidades uniaxiais não mais comercializadas. Além disso, até o presente momento não existem equações preditivas para os equipamentos triaxiais comercializados atualmente por este fabricante. Assim, o objetivo da presente investigação foi avaliar a validade preditiva em estimar o gasto energético de equações concebidas a partir do ActiGraph (7164) uniaxial, utilizando o acelerômetro ActiGraph (GT3X) triaxial, tendo como medida critério, o método de calorimetria indireta. Setenta e nove escolares, de 10 e 15 anos, de ambos os sexos, foram escolhidos aleatoriamente para participarem deste estudo. Os sujeitos foram submetidos a um protocolo experimental incluindo diferentes atividades físicas utilizando, de forma sincronizada, o acelerômetro ActiGraph GT3X (Pensacola) e um equipamento portátil de calorimetria indireta da marca Cosmed, modelo K4 b2. As medidas obtidas pelos acelerômetros foram convertidas em gasto energético mediante cinco equações publicadas na literatura (Corder 1, Corder 2, Corder 3, Trost e Puyau) e comparadas aos valores observados pela calorimetria indireta. Como procedimentos de validação foram utilizados o teste t para amostras dependentes, regressão linear simples e plotagem de Bland-Altman. Os resultados demonstraram que quatro das cinco equações avaliadas, apresentaram validade em pelo menos uma atividade. A diferença entre valores médios observados na calorimetria indireta e aqueles preditos pelas equações variaram amplamente, com percentuais superiores a 1000% em algumas atividades sedentárias e próximas de 2% em outras, de característica não sedentária. Os resultados do presente estudo sugerem que a equação de Corder 2 parece válida para a atividade de “Voleibol”, “Corrida a 7,2 km/h” e “Pular corda”. Por outro lado, a equação de Corder 3 parece válida para a atividade “Basquetebol”, assim como, a equação de Trost. Por fim, o modelo de Puyau parece válido para a “Caminhada a 2 km/h”, além de ser a melhor opção na velocidade de 4 km/h. 

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