Resumo

O objetivo deste estudo foi de verificar a existência de diferença significativa entre a freqüência cardíaca de recuperação medida em diferentes intervalos de tempo após o esforço (respectivamente 6, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 55 e 60 segundos) e a freqüência cardíaca de esforço. 
Foram avaliados 26 indivíduos voluntários na faixa etária entre 19 e 26 anos, sendo todos do sexo masculino, não atletas, com e sem prática de exercícios físicos e não fumantes. A coleta de dados foi realizada no Laboratório de Performance Humana do Departamento de Educação Física – UFV (Viçosa – MG). A instrumentação utilizada foi constituída de um cicloergômetro marca Moviment 2000, para a realização do esforço, além do cardiotacômetroPolar Acurex para mensuração da freqüência cardíaca. 
O protocolo desenvolvido inclui a mensuração da curva de recuperação da freqüência cardíaca durante um minuto, após a realização de um exercício em nível submáximo, caracterizando um tempo de 10 minutos emsteady state em duas situações: (a) 50% e (b) 80%. Para o cálculo da freqüência cardíaca-alvo (FCT) levou-se em consideração a seguinte fórmula proposta por Karvonen: FCT = % (FCMax – FCRep) + FCRep. Após os 10 minutos de steady state o avaliador era orientado a interromper completamente o exercício, iniciando um processo passivo de recuperação, sendo considerada a última FC registrada durante o esforço e em seguida registrado os valores da FC nos seguintes intervalos pós-esforço: 6, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50, 55 e 60 segundos. 
O tratamento estatístico incluiu a análise de variância (Estatística – Levin, J.) entre a média de cada mensuração da FC e o tempo zero (última FC registrada ao término da atividade submáxima no cicloergômetro). 
Os resultados apurados apontaram como não significativa (p < 0,05) a diferença dos valores obtidos apenas para a parcial de 6 segundos, tanto para o esforço a 50 e 80%, sendo considerada significativa a diferença dos valores obtidos da FC a partir dos 10 segundos de mensuração. 
Com os resultados obtidos neste estudo, é possível concluir que o registro ideal da FC pós-esforço submáximo de 50 3 80% da FCM deverá compreender um tempo de aproximadamente 6 segundos. A parcial de 10 segundos, apesar de haver sido considerada, estatisticamente, como significativamente diferente, apresentou em valores absolutos uma redução que em termos práticos não interfere no planejamento da curva de intensidade. A coleta da FC, utilizando a parcial de 15 segundos, geralmente empregada por boa parte dos preparadores físicos, freqüentemente poderá induzir a erro de interpretação da intensidade proposta pelo exercício, o que, por sua vez, modificará a planificação do treinamento de forma incorreta.

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