Resumo

Recentemente, o modelo da Potência Crítica têm sido aplicado para descrever
o desempenho em exercícios submáximos, o que abre a possibilidade para seu
uso em grupos populacionais com limitações à exaustão. O presente estudo
teve como objetivo verificar a validade e aplicabilidade deste modelo em testes
de caminhada, adaptando-o para Velocidade Crítica de Caminhada. Esses testes
são realizados em ambientes ambulatoriais onde os pacientes são solicitados a
caminhar a máxima distância possível em tempo pré-determinado, enquanto
que o teste de velocidade crítica foi concebido para ser aplicado mantendo-se
a velocidade do exercício fixa. Além disso, se o modelo é valido deve predizer
desempenho onde exista essa relação distancia-tempo. Para tanto, 9 pacientes
(56,5 ± 7,7 anos) de Unidade Básica de Saúde no Município de Rio Claro,
acometidas de doenças crônicas mas sem restrições para realização de exercício
moderado, foram submetidos a dois protocolos preditivos de caminhada: 1)
até não conseguir sustentar ritmo pré-estabelecido de caminhada (ritmo fixo);
2) distância máxima percorrida em 3, 6 ou 9 min (tempo fixo), e ainda ao teste
de meia milha para aptidão cardiorrespiratória. Os tempos e as distância
percorridas de cada uma das tentativas foram utilizadas para cálculos da
velocidade crítica de caminhada (VCC), capacidade de caminhada anaeróbia
(CCA), atraves da equação D=CCA + VCC*Tlim A validade do modelo foi
também testada comparando-se as predições dos dois modelos com o tempo
no teste de milha. As médias e desvio-padrões dos parâmetros obtidos para o
protocolo de ritmo fixo e tempo fixo foram de respectivamente 1,65 ± 0,14 e
1,52 ± 0,15 m/s (r=0,72) para a VCC, 33,4 ± 17,4 e 48,1 ± 25,6 m (r=0,23)
para CCA. O tempo médio do teste de meia milha foi de 474,5±34,2 s e o
tempo previsto pelos modelos de 463,8±36,9 e 496,0±43,3s. Para predição do
desempenho no teste de meia milha o modelo do tempo de caminhada fixo
presentou maior correlação (r=0,84) do que ritmo fixo (r=0,76).A comparação
dos valores utilizando regressão geométrica mostrou que em ambos os casos
não houve erro fixo nem proporcional. Portanto, conclui-se que o modelo se
ajusta aos testes de caminhada (3, 6 e 9 min) comumente usados em avaliação
cardiorrespiratoria.

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