Validade de Constructo do Modelo da Velocidade Crítica de Caminhada em Teste de Aptidão Cardiorrespiratória Ambulatorial
Por Paula Ribeiro (Autor), Eduardo Kokubun (Autor), Rafael Silveira (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
Recentemente, o modelo da Potência Crítica têm sido aplicado para descrever
o desempenho em exercícios submáximos, o que abre a possibilidade para seu
uso em grupos populacionais com limitações à exaustão. O presente estudo
teve como objetivo verificar a validade e aplicabilidade deste modelo em testes
de caminhada, adaptando-o para Velocidade Crítica de Caminhada. Esses testes
são realizados em ambientes ambulatoriais onde os pacientes são solicitados a
caminhar a máxima distância possível em tempo pré-determinado, enquanto
que o teste de velocidade crítica foi concebido para ser aplicado mantendo-se
a velocidade do exercício fixa. Além disso, se o modelo é valido deve predizer
desempenho onde exista essa relação distancia-tempo. Para tanto, 9 pacientes
(56,5 ± 7,7 anos) de Unidade Básica de Saúde no Município de Rio Claro,
acometidas de doenças crônicas mas sem restrições para realização de exercício
moderado, foram submetidos a dois protocolos preditivos de caminhada: 1)
até não conseguir sustentar ritmo pré-estabelecido de caminhada (ritmo fixo);
2) distância máxima percorrida em 3, 6 ou 9 min (tempo fixo), e ainda ao teste
de meia milha para aptidão cardiorrespiratória. Os tempos e as distância
percorridas de cada uma das tentativas foram utilizadas para cálculos da
velocidade crítica de caminhada (VCC), capacidade de caminhada anaeróbia
(CCA), atraves da equação D=CCA + VCC*Tlim A validade do modelo foi
também testada comparando-se as predições dos dois modelos com o tempo
no teste de milha. As médias e desvio-padrões dos parâmetros obtidos para o
protocolo de ritmo fixo e tempo fixo foram de respectivamente 1,65 ± 0,14 e
1,52 ± 0,15 m/s (r=0,72) para a VCC, 33,4 ± 17,4 e 48,1 ± 25,6 m (r=0,23)
para CCA. O tempo médio do teste de meia milha foi de 474,5±34,2 s e o
tempo previsto pelos modelos de 463,8±36,9 e 496,0±43,3s. Para predição do
desempenho no teste de meia milha o modelo do tempo de caminhada fixo
presentou maior correlação (r=0,84) do que ritmo fixo (r=0,76).A comparação
dos valores utilizando regressão geométrica mostrou que em ambos os casos
não houve erro fixo nem proporcional. Portanto, conclui-se que o modelo se
ajusta aos testes de caminhada (3, 6 e 9 min) comumente usados em avaliação
cardiorrespiratoria.