Resumo

Para análise do desempenho físico no futebol, cientistas e analistas de desempenho têm utilizado testes fora do contexto de jogo (laboratoriais e de campo) e avaliações durante os jogos (desempenho de corrida). Entretanto, a literatura científica sugere que para serem válidos, os testes fora do contexto de jogo devem apresentar uma relação próxima com o desempenho de corrida. Para isso, a elaboração de protocolos alternativos, que contemplem interações dos elementos tático-técnicos e físicos pode ser uma alternativa representativa e válida. OBJETIVO: Verificar a validade de um protocolo de avaliação do desempenho físico no futebol em situação de jogo reduzido. MÉTODOS: Participaram do estudo oito jogadores da categoria sub-11 e nove sub-15. O protocolo experimental foi dividido em dois estágios: i) comparação do desempenho físico durante o protocolo proposto entre as categorias e; ii) relação entre o desempenho físico obtido no protocolo proposto com o desempenho físico durante jogos competitivos. O protocolo consistiu em um jogo na configuração de Goleiro + 5 vs. 5 + Goleiro em campo reduzido (seis séries de seis minutos com 90 segundos de recuperação ativa entre as séries), com dimensão do campo de 49 x 25 m. Foi recorrido a tecnologia Global Positioning System, além de contar com o software QSports para posterior análise em ambiente Matlab. Obteve-se as distâncias totais percorridas em cinco faixas de intensidade em relação à velocidade máxima atingida (1: 0 a 20%; 2: 20,01 a 40%; 3: 40,01 a 60%; 4: 60,01 a 80%; 5: 80,01 a 100). As análises estatísticas foram realizadas pelo teste de correlação de Pearson e pelas magnitudes baseadas em inferência. RESULTADOS: Na comparação entre o protocolo proposto entre as categorias sub-11 e sub-15, com exceção das distâncias totais percorridas na faixa 3, 4 e 5, a categoria sub-15 apresentou maiores valores para todas as demais variáveis analisadas em comparação ao sub-11 (likely/almost certain). Ao relacionar as variáveis obtidas no protocolo proposto e nos jogos competitivos, nota-se que cinco das 14 variáveis analisadas apresentaram correlação forte/muito forte (r = 0,58-0,99). As maiores magnitudes de correlação foram identificadas em variáveis que representam alta intensidade (Velocidade Máxima [r = 0,99], Distância em Alta Aceleração [r = 0,82] e Desaceleração [r = 0,92]). CONCLUSÃO: O protocolo proposto parece possuir boa validade ecológica para avaliar o desempenho físico dos jovens jogadores de futebol analisados.

Acessar