Resumo

INTRODUÇÃO: No Brasil, a mortalidade ocasionada por doenças cardiovasculares vem aumentando consideravelmente desde o início do século XXI e Mato Grosso do Sul figura entre os estados brasileiros com maiores índices de homens e mulheres que possuem hipertensão arterial. Também já é compreendido que a prática regular de atividades físicas melhora significativamente o desempenho do sistema cardiovascular, sendo considerada, com isso, uma forma de intervenção não medicamentosa para o controle e tratamento da hipertensão arterial. OBJETIVO: Analisar os valores pressóricos de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), atendidos na academia escola da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). METODOLOGIA: Por meio de um projeto de extensão denominado Saúde em Movimento, realizado em parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde Pública de Campo Grande-MS (SESAU) e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), são ofertados exercícios físicos para pessoas com doenças crônicas não transmissíveis, oriundas do SUS. O projeto é desenvolvido na academia escola da UFMS e consiste em um programa de atividades físicas e ações educativas voltadas à promoção da saúde. Os exercícios físicos são oferecidos aos participantes três vezes por semana, sendo que no início de cada sessão de exercícios, a pressão arterial (PA) dos participantes é mensurada. Os resultados da PA são armazenados em um banco de dados para acompanhamento do comportamento dos valores pressóricos de cada sujeito e do grupo todo. Para o presente estudo foram selecionados os valores descritivos da PA do grupo que frequenta o projeto (n = 16), por um período de três meses (maio, junho e julho de 2017). A aferição da pressão arterial foi realizada com o uso do equipamento OMRON HEM-CP 705. RESULTADOS: Os resultados indicaram que o valor médio do grupo foi de 126 mmHg (PA Sistólica) e 81 mmHg (PA diastólica) ao final do primeiro mês. Tais valores se alteraram para 129 mmHg X 80 mmHg no final do segundo mês e 125 mmHg X 77 mmHg ao final do terceiro mês. Já o coeficiente de variação dos valores pressóricos apresentou linearidade em sua variação ao final de cada um dos três meses avaliados, com indicadores crescentes para os dados da PA Sistólica (8,1%, 10,5% e 10,9%) e indicadores decrescentes para a PA Diastólica (18,6%, 12,0% e 9,9%). Observou-se que a frequência semanal dos sujeitos do estudo ao programa de exercícios físicos não foi constante, o que pode ter influenciado diretamente os valores pressóricos identificados no grupo. CONCLUSÃO: Os valores pressóricos dos sujeitos avaliados não apresentaram um comportamento estável durante os três meses de realização do estudo e, da mesma forma, as alterações não apresentaram um padrão contínuo, seja crescente ou decrescente na média da PA. Mesmo assim, o grupo teve homogeneidade quando os dados foram observados separadamente em relação à PA Sistólica e PA Diastólica. Com isso, o estudo será retomado e continuará acompanhando esses indivíduos, para constatar se o programa de exercícios físicos será capaz de promover modificações mais consistentes nos valores pressóricos, com a continuidade da prática regular de atividades físicas por um período mais longo.

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