Resumo

O propósito do presente estudo foi verificar a vantagem em casa, considerando a interferência e interação entre local do jogo e qualidade dos times nos aproveitamentos percentuais de vitórias e empates no futebol brasileiro. Dados de 10 anos (1998-2007) do Campeonato Brasileiro da primeira divisão foram considerados, totalizando 3.836 partidas. Para qualificação dos clubes, foi utilizado o primeiro desvio da Curva de Gauss em relação à pontuação obtida, sendo superior a este desvio será classificada como de Alta Qualidade (AQ), entre eles como Média Qualidade (MQ) e inferior como Baixa Qualidade (BQ). Foi observado que houve efeito do local do jogo (p< 0,001; η2=0,88); os clubes venceram, em média, 25% a mais jogando em casa do que fora. Esse efeito foi menos pronunciado para os times BQ, em relação aos MQ e AQ (p< 0,001), com significante efeito do fator qualidade também (η2=0,89). Foi notada interação significante, porém de média força, entre os fatores qualidade vs local do jogo, no aproveitamento de vitórias em casa (p=0,023; η2=0,13). Houve significante relação entre o local do jogo vs qualidade dos clubes para empates (p< 0,001; η2=0,39), sem nenhuma influência importante desses fatores isoladamente. Os times AQ empatam menos em casa do que fora, enquanto o inverso aconteceu para os clubes BQ (p< 0,05). Não houve diferença de empates em casa e fora para os times MQ. Conclui-se que o fator local do jogo pode ser atributo de vantagem nos confrontos do Campeonato Brasileiro de futebol da primeira divisão, sendo mais pronunciada quando a qualidade do clube é maior.


 

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