Resumo

Com base num modelo de não equilíbrio de a aprendizagem motora esse estudo investigou o papel da variabilidade no processo adaptativo. Foi questionado se a variabilidade observada em diferentes estados do sistema era de natureza distinta. Dois experimentos foram realizados. No primeiro, 45 universitários voluntários, divididos aleatoriamente em três grupos conforme a situação experimental (pré-estabilização, estabilização e super-estabilização) praticaram uma tarefa de posicionamento linear com reversão. O experimento constou de duas fases: estabilização e adaptação. Cada grupo foi dividido conforme o nível de variabilidade no último bloco de tentativas da primeira fase, resultando em grupos de alta e baixa variabilidade. O teste de Friedman foi realizado para a análise intra-grupo e o teste de Man Whitney foi utilizado para a análise inter-grupos. Os resultados mostraram que a alta variabilidade após a estabilização pode ter natureza construtiva. No segundo experimento, 60 universitários voluntários realizaram a mesma tarefa e procedimentos do experimento anterior, porém sem o fornecimento de conhecimento de resultados (CR) na fase de adaptação. Os resultados mostraram semelhantes efeitos para os grupos de alta e baixa variabilidade em diferentes estados, no processo adaptativo. São considerados na discussão o tipo e o nível de perturbação, o tipo de tarefa e o tipo de variabilidade. Concluiu-se que, para a análise da variabilidade, é importante considerar também a variabilidade do padrão de movimento, pois além da informação sobre o produto da ação, é possível conhecer o seu processo. PALAVRAS-CHAVE – Variabilidade, Processo Adaptativo, Aprendizagem Motora.