Resumo

Introdução: Quando precedida de uma contração excêntrica, a capacidade de produção de força isométrica por um músculo é aumentada se comparada a uma ação isométrica pura. Este ganho de força muscular é denominado force enhancement (FE). Os métodos clássicos de medição de FE são eletroestimulação e medição da força gerada pelo músculo ou fibra muscular, e, mais recentemente, a eletromiografia, para contração voluntária. Uma variável ainda não investigada sob o fenômeno de FE durante ações voluntárias é o ângulo de penação (AP) muscular. Objetivos: Avaliar a influência da ação excêntrica na atividade EMG e no AP do músculo vasto lateral, durante contração isométrica máxima e submáxima, quando comparada com uma contração isométrica de referência após ação excêntrica, máxima e submáxima. Métodos: Participaram do estudo 18 voluntários (9 homens e 9 mulheres) com 25,0 (3,6) anos,75,6kg (15,3) e 1,74m (0,1). Foi determinada a carga de 1RM unilateral em cadeira extensora, permitindo-se até 3 tentativas. Depois, os indivíduos executaram 4 ações isométricas, sendo 2 de referência (com carga a 60% e 100% de 1RM) e 2 precedidas por ação excêntrica, iniciada com o joelho em 130º de flexão, com as mesmas cargas. A ordem dos testes foi contrabalanceada. As ações isométricas duraram 5 s, com o joelho em 90º. Os sinais EMG de superfície e o de um eletrogoniômetro, que monitorou o ângulo do joelho, foram registrados durante todos os testes pelo sistema Data Links e a análise do EMG (valor RMS e frequência mediana – FM) foi feita no trecho isométrico. O ultrassom ALOKA registrou a imagem do VL, que foi congelada no trecho isométrico para medir o AP. EMG foi normalizado em relação ao teste de referência máximo. Resultados: Os valores médios do AP durante os testes de referência, máximo e submáximo foram de 18º (3,3) e 14,7º (3,7), respectivamente, não apresentando diferença significativa, quando comparados aos testes pós-excêntricos (p=0,70 para o máximo e p=0,47 para o submáximo), conforme revelado por ANOVA para medidas repetidas e post hoc de Bonferoni. A intensidade do EMG foi significativamente menor, tanto no pós-excêntrico máximo (p=0,026), quanto no submáximo (p=0,029) do que as dos respectivos testes de referência, definido por testes t para amostras dependentes. Em relação a FM, esta não apresentou diferença significativa comparando os testes máximos (p=0,69) e submáximos (p=0,61) de referência com o pós-concêntrico. Conclusão: A redução da atividade EMG após a ação excêntrica, tanto máxima quanto submáxima, demonstra uma redução do recrutamento de unidades motoras, o que indica que a ação excêntrica precedente aumentou a capacidade de gerar força, provavelmente ao fenômeno de FE. Apesar da alteração aguda desta capacidade, isto não se refletiu na mudança do AP.

Acessar Arquivo