Resumo

Objetivo - Avaliar as possíveis mudanças no volume de líquido amniótico em gestantes submetidas à imersão em água durante atividade física moderada. Método: Foi realizado um estudo prospectivo comparando o ILA (índice de líquido amniótico) antes e depois da imersão em água e atividade física. Foram selecionadas gestantes do Ambulatório de Pré Natal Normal do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, que aceitaram participar do estudo sobre atividade física na gestação. As gestantes foram alocadas aleatoriamente em dois grupos (com ou sem hidroginástica, respectivamente grupo A ou B). As gestantes do grupo A praticaram atividade física moderada na água, em imersão subtotal, três vezes por semana, com cinqüenta minutos cada sessão, em piscina aquecida a 30º C, desde o segundo trimestre da gestação até o parto. Foram excluídas mulheres com antecedentes de duas ou mais cesáreas, gravidez de risco ou condições que contra-indicassem a prática de atividade física (hipertensão arterial, placenta prévia e história de abortos de repetição, etc.). As gestantes foram avaliadas semanalmente, a partir de 20 semanas, para estimativa do ILA e edema pré-imersão (antes da sessão de hidroginástica) e pós-imersão (após a hidroginástica). Um segundo avaliador também obtinha dados do ILA das gestantes para avaliação da variabilidade inter-observador. Para os procedimentos de análise, foram utilizados os programas Epi.Info 2000 e SAS. Na análise estatística, as variáveis quantitativas foram comparadas através do teste t de Student ou do teste não paramétrico de Wilcoxon. Para a comparação da variabilidade das medidas inter-observador, foi utilizado o coeficiente de correlação linear. Foi estabelecido um nível de significância de 5%. Resultados: No total, 25 gestantes participaram do estudo, entre 19 e 36 anos, entre maio de 2003 e dezembro de 2004, tendo sido realizadas 232 avaliações do ILA pré e pós-imersão nestas gestantes, com uma média de 9,28 avaliações por mulher. Verificou-se aumento do ILA pós-imersão em relação ao ILA pré-imersão em todas as idades gestacionais estudadas, variando entre 8,8 e 21,5 % de aumento. Essa variação foi significativa para a grande maioria das idades gestacionais e não houve uma tendência significativa de aumento ou diminuição desta diferença com a idade gestacional. Houve uma boa correlação das medidas do ILA pré e pós-imersão entre os dois examinadores, com coeficiente de correlação entre os examinadores respectivamente de 0,78 e de 0,70. O edema de membros inferiores esteve presente em cerca de 23% das observações após a 29º semana, e regrediu após a imersão. Conclusões: houve um aumento significativo do ILA em quase todas as idades gestacionais, podendo ser efetivo o tratamento de imersão em água para aumentar o ILA

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