Resumo

OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo descrever variáveis espaço-temporais da marcha de crianças de 4 a 5 anos de idade com paralisia cerebral (PC) do tipo hemiplegia espástica, antes e após sessões de eletroestimulação do músculo tibial anterior do dimídio plégico. METODOLOGIA: Cinco crianças foram submetidas à eletroestimulação durante 12 sessões (três vezes na semana). Para a coleta dos dados biomecânicos, foi realizada análise da marcha através do sistema Peak Motus versão 7.0 com duas câmeras de vídeo SVHS com taxa de aquisição de 60 Hz. Para reconstrução tridimensional dos movimentos, foi utilizado o método Direct Linear Trasformation (DLT). RESULTADOS: Após a intervenção, todas as crianças apresentaram diferenças menores entre o comprimento dos passos do dimídio plégico e não-plégico (p= 0,009). Observou-se o aumento no comprimento do ciclo em quatro crianças. Duas crianças tiveram aumento da cadência, velocidade e tempo de apoio simples do dimídio plégico. CONCLUSÕES: Foi verificada a melhoria da simetria da marcha relacionada ao comprimento do passo antes e após a intervenção, embora o aumento nas variáveis espaço-temporais não tenha ocorrido da mesma maneira para todas as crianças. Apesar das dificuldades em se obterem amostras maiores e mais homogêneas em estudos desse tipo, os dados sugerem a necessidade de identificação e maior controle das variáveis intervenientes no tratamento e na marcha de crianças portadoras de paralisia cerebral. Palavras-chave : eletroestimulação; paralisia cerebral; hemiplegia; criança; marcha.