Resumo
O objetivo deste trabalho foi o de verificar como variáveis morfológicas e a estratégia adotada pelo atleta poderiam contribuir com variáveis funcionais na predição de desempenho em corredores de provas de 10 km. Além disto, procurou-se verificar se correções alométricas no V02 poderiam discriminar melhor o desempenho destes corredores. Para isto, analisou-se 25 corredores recreacionistas de prova de 10 km, adultos (29,4 ± 5,0 anos), em quatro momentos: avaliação antropométrica segundo o padrão ISAK para cálculos de índices e componentes corporais; teste progressivo em esteira acompanhado de eletrocardiograma (protocolo de HECK et alii, 1995); teste retangular em pista mantendo velocidade fixa de 12 km.h-1 e simulação de prova de 10 km em pista de atletismo para avaliação de desempenho. O V02max médio foi de 62,7 ± 6,2 ml.kg-1.min-1 neste grupo e o tempo médio na simulação foi igual a 37,9 ± 3,3 minutos. Os resultados demonstraram que variáveis morfológicas se associam com desempenho, principalmente as relacionadas a gordura corporal (dobras cutâneas e soma de dobras cutâneas). As correções alométricas na determinação do V02 também parecem refinar a análise do desempenho. Já a estratégia adotada pelo atleta, indicada pela variabilidade de ritmo em cada volta, não se mostrou associada ao desempenho. Talvez em um grupo de elite esta variável tenha um comportamentg diferente. Na predição de tempo para percorrer 10 km modelos construídos a partir de teste em pista parecem ser mais eficazes. Em grupos regionais de corredores, para a construção de modelos preditivos de desempenho a inclusão de variáveis morfológicas parece contribuir substancialmente