Resumo

A doença cardiovascular (DCV) persiste como principal causa de óbitos nas faixas etárias mais elevadas. É imprescindível que novas medidas subclínicas possam identificar fatores de risco e predizer eventos cardiovasculares. Nessa perspectiva, breves testes físicos apresentam inúmeras vantagens quando comparados àqueles de longa distância e/ou que demandam de esforço máximo. Embora o teste de velocidade de caminhada (VC) seja candidato potencial, é necessária a consolidação de dados a partir de múltiplos estudos para a determinação de referências comparativas e investigar se há a associação entre o teste de velocidade de caminhada com tradicionais fatores de risco e eventos cardiovasculares. O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática de literatura, examinando associações entre medidas de VC com tradicionais marcadores de risco e eventos cardiovasculares em populações com faixa etária > 60 anos e não institucionalizados. A metodologia iniciou de pesquisa eletrônica de estudos publicados nas bases de dados MEDLINE/Pubmed e SCOPUS, até Dezembro de 2014. Foram selecionados 15 estudos, com população nos estudos de 29.845 idosos que evidenciaram importantes associações entre a VC, o risco (calcificação coronariana, proteína C-reativa, hipertensão, diabetes e espessamento médio intimal) e eventos cardiovasculares (mortalidade, doença arterial periférica e acidente vascular cerebral). Cerca de 80% dos estudos adotou distância ≤ 6 metros e VC em ritmo usual. Observou-se elevada variabilidade nos resultados da VC usual (0,8 – 1,3m/s) e VC máx. (1,1 – 1,6m/s). Crescente corpo de evidencias reforça a importância do teste de VC como instrumento simples, seguro e de reduzido custo para a avaliação da saúde cardiovascular em idosos. Entretanto, a variabilidade dos limiares de velocidade e a diversidade de protocolos entre os estudos sugerem cautela quanto a generalizações dos resultados para diferentes populações geriátricas.

Acessar