Resumo

As indicações de viagens com destino a lugares em que uma natureza preservada e, ao mesmo tempo, lapidada pela mão humana tornaram-se mais frequentes no início do século XX no Brasil. Prescritas por um discurso médico que considerava os benefícios oriundos dessa natureza preservada como contrapontos à aglomeração urbana, elas se tornaram uma necessidade para parte significativa da população. Este discurso, que teve seu esplendor em cidades como São Paulo na década de 1930, tomava as estâncias hidrominerais como locais mais apropriados para refazer as forças, recobrar o equilíbrio e a energia do corpo e do espírito, já que eram dotadas de natureza exuberante e modelada pela mão humana. É desse modo que parte de um pensamento médico do período, passa a enaltecer os benefícios para a saúde da população urbana e a indicar este destino em diferentes publicações científicas, bem como naquelas voltadas a vulgarização destes trabalhos. Assim, as estâncias hidrominerais se fizeram importante reduto de uma nova educação do corpo e práticas de exercícios físicos, quer sejam indicadas por um discurso médico que prescrevia uma fuga em direção à natureza, ou através de novos divertimentos procurados pelos viajantes. Entre curas, regenerações e divertimentos, este trabalho propõe uma viagem em meio a natureza nas estâncias hidrominerais de Serra Negra e Águas de Lindoia, nas décadas de 1930 e 1940, período de seu esplendor

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