Vida Docente, Condições de Trabalho e Afetações na Saúde do Professor de Educação Física no Munícipio de Canindé-CE
Por S. M. B. Abreu (Autor), A. O. Rodrigues Filho (Autor), S. M. Nóbrega-therrien (Autor).
Resumo
Entre as lutas dos trabalhadores da educação, em especial professores, inclui-se a busca por melhores condições de trabalho, valorização, formação profissional, melhores salários, entre outros condicionantes. Isso afeta a saúde e qualidade de vida do professor. É preciso preocupar-se com o sofrimento anunciado por professores no trabalho docente. O objetivo deste trabalho foi identificar as afetações na saúde dos professores de Educação Física a partir da análise dos principais agravos e sua relação com as condições de trabalho inerentes a vida docente nas escolas municipais de Canindé - CE. A presente pesquisa configura-se como um estudo de campo, de natureza qualitativa a qual se desvelou pelo método do estudo de caso. Participaram do estudo 28 professores de Educação Física efetivos da rede municipal de Canindé-CE cujo quantitativo representa a totalidade dessa população. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário misto, com perguntas abertas e fechadas que compuseram a análise sobre as afetações em saúde, considerando os agravos prevalentes e seus fatores influentes em relação à atividade laboral dos docentes. O período de coleta se deu de dezembro de 2013 a janeiro de 2014. Entre os principais agravos físicos encontrouse a dor de cabeça apontada por 78,57(n=22) e o cansaço muscular por 57,14% (n=16) dos professores. A insônia foi apresentada como o principal agravo comportamental e emocional. As condições ambientais como o calor excessivo, condições estruturais como a falta de um ambiente adequado para as aulas práticas de educação física e condições organizacionais do ofício docente como os conflitos interpessoais, foram as principais queixas apontadas que influenciaram nas afetações em saúde dos docentes. Sugerese um maior cuidado e atenção, por parte das autoridades responsáveis, para com as condições de trabalho desses professores, tendo em vista que uma boa escola deve priorizar a qualidade de trabalho docente vislumbrando o seu desenvolvimento profissional e, por conseguinte a qualidade da educação. O trabalho aponta para novas pesquisas sobre a relação saúde e doença na docência fomentando a necessária atenção para o adoecimento desta profissão ancorado às condições de trabalho e a vida docente.