Vigorexia: Incidência de Comportamentos Preditores em Praticantes de Atividade Física Supervisionada
Por F. P. Barbosa (Autor), M. C. Zanetti (Autor).
Resumo
Nem sempre os comportamentos adotados para a aquisição de um corpo forte são saudáveis, já que, a prática desenfreada por essa busca pode gerar alguns distúrbios de imagem corporal nesses indivíduos. Dentre tais distúrbios podemos encontrar a vigorexia, que é um quadro associado à distorção de imagem corporal que afeta com maior frequência indivíduos do sexo masculino, no qual, estes se vêem como pequenos e magros, quando na verdade são grandes e musculosos. Porém, alguns comportamentos são necessários para um possível diagnóstico de tal distúrbio, tais como: desistência de atividades sociais, ocupacionais ou recreativas importantes, já que o sujeito tem uma necessidade compulsiva de manter sua rotina de exercícios físicos, além de dietas compulsivas e uso de substâncias a fim de melhorar seu desempenho. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi verificar a incidência desses comportamentos em praticantes de atividade física supervisionada. (Procedimentos metodológicos) A amostra do presente estudo foi composta por 50 indivíduos do sexo masculino com idades variando entre 18 a 38 anos (25,22±5,49). A coleta de dados ocorreu em 3 (três) academias da cidade de Santa Cruz das Palmeiras-SP entre os meses de setembro a dezembro de 2013. O instrumento para coleta de dados foi um questionário composto por questões abertas e fechadas, porém, nesse trabalho foram analisadas apenas as questões: "Você prioriza a prática das suas atividades físicas antes de qualquer outra coisa?" e "Você já fez uso de suplementos e/ou drogas anabolizantes?". (Resultados) Como resultado constatou-se que: 42% dos relatos (21 pessoas) indicavam que às vezes priorizam suas atividades físicas antes de qualquer coisa, 20% (10) raramente, 16% (8) frequentemente, 8% (4) sempre, 8% (4) nunca e 6% (3) muito frequentemente. Já em relação ao uso de suplemento e/ou anabolizantes 44% (22 pessoas) relataram não fazer uso de tais substâncias, 42% (21) afirmaram fazer uso, 12% (6) sim, mas que não fazem mais uso e 2% (1) não, mas que pensa em fazer. (Conclusão) Dentre os participantes 72% (36 pessoas) relataram priorizar em algum grau suas atividades físicas antes de qualquer outra coisa e 42% (21) disseram fazer uso de alguma substância. Tais comportamentos não podem ser classificados como um quadro de vigorexia, porém são comportamentos que necessitam de atenção, pois talvez estes estejam caminhando para uma possível patologia. Sendo assim, faz-se necessário que os profissionais que trabalham diretamente com este público estejam atentos à possíveis alterações comportamentais que possam representar risco e/ou a instauração de algum tipo de patologia. Tal prática poderá contribuir para um encaminhamento precoce desses indivíduos para atendimento, além de menor incidência de distúrbios de imagem corporal, dentre outras patologias. Apoio: PIBIC/CNPq e UNIP.