Resumo

Passado quase um ano da realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, já é tempo de se avaliar os custos materiais e sociais da realização de um dos maiores eventos socioculturais contemporâneos.Observa---se ao longo dos meses decorridos que os discursos que fundamentaram a mobilização de recursos para a realização do evento pouco se sustentam, deixando para a cidade e para o país o ônus de obras cuja finalidade se desconhece, a discussão sobre o uso dos recursos aplicados e à não execução de projetos educacionais e sociais, um dos itens obrigatórios no processo de postulação.Por todas essas questões, algumas delas vividas também por cidades como Londres, Atenas, Sydney e Atlanta, os Jogos Olímpicosdo Rio de Janeiro parecem marcar o final de um ciclo no Movimento Olímpico, já anunciado com a criação da Agenda 20 + 20 pelo atual presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomaz Bach. O modelo insustentável da competição levou recentemente a cidadescomo Estocolmo, Chicago e Roma a renunciarem às suas postulações aos Jogos de 2024.Afora as questões de ordem estrutural questões da agenda social e política também desafiam o Movimento Olímpico, como é o caso do doping, que impediu parte da delegação russa a participar dos Jogos de 2016; as questões de gênero com as recentes discussões sobre identidade de gênero e sexo biológico e também a vinculação de atletas a Estados Nacionais em conflito por território que o leva a, desterritorializado, a buscar abrigo ou apoio temporário para ter o direito de expor suas habilidades atléticas.O VII Seminário de Estudos Olímpicos tem por finalidade discutir o legado deixado pelos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e debater os rumos do Movimento Olímpico Internacionala partir dos desafios que se apresentam diante dos novos paradigmas sociais, políticos e econômicos

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