Resumo

Ao longo do tempo a participação feminina no esporte foi questionada de várias formas, mitos como a incapacidade física e fragilidade emocional foram constantemente utilizados a fim de negar a mulher o acesso ao meio esportivo, mediante a persistência e determinação de algumas e competência de muitas, parte destas crenças foram derrubadas. Mas as diferenças ainda persistem, a falta de equidade e igualdade de condições para exercer as práticas esportivas ainda é uma realidade no esporte. Recentemente uma série de reportagens denominada "Vozes no tatame" trouxe ao debate os temas violência de gênero e abuso sexual sofrido por atletas e ex atletas de artes marciais. Composta por três reportagens em primeira pessoa, publicadas em agosto de 2019 pelo jornalista Adriano Wilkson, a série traz os relatos de Megan Sutton-Kirkby, Ericka Almeida e Karina Gracie esportistas reconhecidas no campo das lutas esportivas que sofreram com violência de gênero e/ou abuso sexual por parte de técnicos, professores ou outros praticantes de artes marciais. Diante deste contexto o presente estudo realiza uma análise de discurso na linha francesa dos textos supracitados, estabelecendo uma relação entre linguagem, sujeito e história e/ou linguagem e ideologia baseados nos estudos teóricos de Michel Pêcheux (1993, 2002), considerando a língua como forma de materialização da fala, e o discurso produzido relacionado ao um contexto sócio histórico, onde todo dizer é ideologicamente marcado Orlandi (1999).

Acessar