Resumo

O lazer apresenta-se hoje como um componente indispensável ao cotidiano das pessoas, porém essa temática possui diferentes concepções e visões, dependendo de onde e qual o público que dele se beneficia. O objetivo desse trabalho foi através do diálogo junto a um grupo de senhoras que vive numa região periférica da cidade de Rio Claro, identificar quais as concepções de lazer que elas têm e quais os locais do bairro consideram áreas para esse fim. Como metodologias foram utilizadas anotações em diários de campo. Os diários de campos são uma forma de coleta de dados qualitativa que permitem ao pesquisador, relatar aquilo que está vivenciando, de forma a refletir para elaborar suas anotações. Assim, essa metodologia foi escolhida por permitir um olhar mais fidedigno e, portanto, mais qualitativo das informações. Com base nas anotações dos diários de campo, analisados com embasamento nos autores Joffre Dumazedier (1976), Nelson Carvalho Marcellino (2006) e Gisele Schwartz (2003), abordando as diferentes concepções e funções do lazer, evidenciou-se: que as participantes desse grupo de senhoras tem como concepção de lazer principal o lazer social, mas que as demais concepções permeiam a vida dessas alunas. Que, tem como inibidores de uma prática mais diversificada de lazer fatores financeiros, de localização, pois alegam morar longe de tudo e para poderem acessar espaços melhores necessitam ter gastos financeiros, necessitariam de um maior tempo livre, pois mesmo aposentadas ainda tem responsabilidades no cuidado de seus netos. Quanto a espaços públicos destinados a pratica do lazer, elas evidenciam que a quadra é para o bairro, na visão delas, o único espaço destinado a esse fim, e que embora muitas vezes esteja com a manutenção inadequada, ainda assim o local é importante para elas e para toda a comunidade, pois além dos encontros que elas realizam lá, há o atendimento de crianças que praticam handebol e futsal, além da utilização do espaço aos finais de semana pelos ex-alunos já adultos para jogarem, eventos de igrejas. Compreende-se aqui não só a concepção da assunção do espaço como uma extensão do lar para elas, mas também para a comunidade, o que denota que assumiram o espaço tornando-o parte de seu cotidiano. Nota-se que a visão de lazer do grupo não leva em consideração uma ressignificação dessa prática, pois ficam muito presas a um espaço especifico para esse fim, a quadra, porém relatam possibilidades outras como a confecção de bolos em casa, a pintura da casa que seria um tipo de bricolagem, que traduzida do termo em francês "Bricolage", caracteriza as atividades realizadas pela pessoa para consumo próprio, além do lazer virtual que através da utilização de tecnologias como a televisão, o computador e até mesmo vídeo games, podem constituir-se como forma de obtenção de lazer e prazer. No caso dessas senhoras, é comum a utilização da televisão e também do computador para esses momentos de lazer.

Acessar