Visualização Mental no Desporto Adaptado: Um Estudo com Alguns dos Melhores Atletas Portugueses de Boccia
Por Isabel Anacleto (Autor), Cláudia Dias (Autor), Joana Ribeiro (Autor), Nuno Corte Real (Autor), António Manuel Fonseca (Autor).
Resumo
O presente estudo procurou examinar as características da visualização mental (VM) em atle-tas de boccia, designadamente onde, quando, como e porque é que os atletas recorriam a esta competência. Os dados foram analisados em função da experiência dos atletas na modalidade (anos de prática) e do seu nível competitivo. Participaram neste estudo 26 atletas de boccia de ambos os sexos (19% do sexo feminino e 81% do masculino), com idades compreendidas entre os 19 e os 55 anos (M = 30.3; DP = 7.7), que preencheram o Questionário do Uso da Visualização Mental, versão traduzida e adaptada (4) do Imagery Use Questionnaire for Soccer Players(31), e o Questionário de Visualização Mental no Desporto, versão traduzida e adaptada (8) do Sport Imagery Questionnaire (15). Os resultados mostraram que os atletas recorriam mais frequen-temente à VM na competição do que no treino, mas também a usavam em situações extra-competitivas. Quer no contexto competitivo, quer no contexto de treino, a VM era mais usada durante do que antes ou depois. Adicionalmente, os atletas usavam mais a perspectiva interna do que a externa, mas as imagens desta última perspectiva eram mais nítidas. As funções mais frequentemente usadas eram a cognitiva (específica e geral) e a motivacional geral-mestria, mas as imagens eram mais nítidas nas funções motivacionais (específica e geral-activação). Finalmente, verificou-se que a experiência dos atletas e o seu nível competitivo estavam asso-ciados à frequência com que recorriam à VM, bem como à qualidade das suas imagens mentais.