Vitória: o Gênero da Mídia Esportiva Brasileira Especializada na Cobertura Olímpica
Por Luiz Fernando Rojo (Autor).
Resumo
Neste artigo irei refletir sobre as transformações ocorridas, nos últimos dez anos, na cobertura realizada pela mídia esportiva, em relação aos Jogos Olímpicos, no que diz respeito à questão de gênero. Análises como as de Knijnik e Souza (2004) e Romero (2005) têm apontado como a imprensa, em geral, privilegia a cobertura de atletas e eventos masculinos, deixando em papel secundário a participação de mulheres. Por outro lado, Guedes (1998) e Toledo (2002) permitem identificar como esta análise deve ser mediada pela hegemonia quase absoluta que a cobertura do futebol exerce em relação a todos os demais esportes. Deste modo, a partir do estudo de um caso específico - o espaço dedicado na mídia televisiva e em um jornal de grande circulação do Rio de Janeiro para o acompanhamento da participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006 - irei discutir como nestes eventos se reforça, mais do que diferenças entre os sexos, a celebração da vitória que acaba por conformar uma "identidade de gênero" própria, deslocado do referencial biológico do sexo.