Resumo

Neste artigo irei refletir sobre as transformações ocorridas, nos últimos dez anos, na cobertura realizada pela mídia esportiva, em relação aos Jogos Olímpicos, no que diz respeito à questão de gênero. Análises como as de Knijnik e Souza (2004) e Romero (2005) têm apontado como a imprensa, em geral, privilegia a cobertura de atletas e eventos masculinos, deixando em papel secundário a participação de mulheres. Por outro lado, Guedes (1998) e Toledo (2002) permitem identificar como esta análise deve ser mediada pela hegemonia quase absoluta que a cobertura do futebol exerce em relação a todos os demais esportes. Deste modo, a partir do estudo de um caso específico - o espaço dedicado na mídia televisiva e em um jornal de grande circulação do Rio de Janeiro para o acompanhamento da participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006 - irei discutir como nestes eventos se reforça, mais do que diferenças entre os sexos, a celebração da vitória que acaba por conformar uma "identidade de gênero" própria, deslocado do referencial biológico do sexo.

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