Vivências de construção de material didático para aulas de educação física do ensino fundamental I durante a pandemia
Por Flávio Monteiro (Autor).
Resumo
Durante a pandemia do Novo Coronavírus (covid-19), entre os anos de 2020 e 2021, as escolas interromperam o atendimento presencial de acordo com as orientações de seus respectivos órgãos. Esta interrupção pôde colocar em evidência muitas problemáticas do ambiente escolar, visto que o atendimento começou a ser realizado de forma remota com certo grau de improviso. Nesse contexto, a Educação Física (EF), que tem em sua prática escolar uma tradição muito pautada nas questões procedimentais com práticas corporais voltadas para o esporte, e pouco estímulo ao conhecimento sobre saberes conceituais, ficou muito fragilizada, pois o contato corporal, social e presencial já não poderia acontecer. Então, como fazer? Além disso, com a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018) alguns conteúdos passaram a ser obrigatórios, mas a forma como esses conteúdos são trabalhados no chão da escola ainda gera discussão e dificuldades. Somando-se a isso existem poucos livros didáticos que auxiliem o professor de EF em sua prática como acontece em outras disciplinas, pois somente em 2019 a EF foi incluída no Programa Nacional do Livro Didático. Além disso, os que existem são versões exclusivamente voltadas para o professor. Durante esse período senti a necessidade de produzir um material didático pedagógico que pudesse dialogar com os alunos do ensino fundamental I da escola que trabalho e que pudesse qualificar minha atuação docente. Foi então que comecei a realizar experiências em diversos formatos de aulas como forma de aliar os conteúdos específicos da EF por meio de uma linguagem que o aluno pudesse se apropriar. Para produção das aulas, utilizei vários formatos, desde áudios e vídeos simples de gravação direta no smartphone, a outras mais complexas, nas quais criava um roteiro e, posteriormente, ia construindo uma apresentação no Powerpoint com imagens, vídeos, músicas, avatares, e gravação de voz. Todas essas ações almejavam atender e favorecer os alunos da escola pública. Muitas dificuldades foram encontradas, como por exemplo, o acesso a uma conexão de internet e até mesmo materiais (smartphone, computador, tablet) por parte de alunos e professores, e isso contribuiu para que muitos deles não acessassem a plataforma. Então comecei a produzir aulas que me auxiliaram bastante e pude perceber um retorno dos alunos que as frequentavam e até mesmo de discentes que acessavam em outro momento de forma assíncrona.