XII Congresso Internacional de Educação Fisica e Motricidade Humana e XVIII Simpósio Paulista de Educação Física
Resumo
Como professor da disciplina de Capoeira no curso de Educação Física, ha trinta e três anos, fui obrigado em uma reestruturação curricular a mudar minha disciplina que passou a ser de Lutas. Além de não se conformar com esta situação, iniciei um trabalho de pesquisa para saber como esta disciplina Lutas está inserida na Educação Física e de que forma ela vem sendo ministrada em outros cursos de Educação Física. Esta pesquisa tem como método a Pesquisa Qualitativa do Fenômeno Situado, que consiste em situar o fenômeno em quem o vivencia, no caso os alunos que cursam a disciplina de lutas, gravando seus discursos sobre o que pensam da disciplina que cursaram de lutas em seus cursos. A partir da transcrição da fala destes alunos foi realizado duas análises dos seus discursos. As análises, Ideográfica e Nomotética. Foi possível construir os resultados que revela que esta disciplina é pouco aproveitada pelos alunos, pois o seu conteúdo fica voltado à prática de apenas uma luta, a qual, o professor que está ministrando a disciplina se sente mais apto a desenvolver. A disciplina Lutas não consegue abarcar as inúmeras experiências de lutas e os alunos acabam ficando com pouca experiência em alguma luta e há muita reclamação que não se aprende quase nada nesta disciplina. Assim é possível verificar que a disciplina de Lutas é ministrada de forma superficial e não aprofunda conhecimento em nenhuma luta específica, tornando o aluno um profissional com um perfil generalista e sem aprofundamento em nenhum conhecimento em uma luta específica. O conceito pedagógico de lutas é pouco explorado, passa geralmente a ser visto como um jogo recreativo e perde seus fundamentos históricos e sociais da luta e consequentemente suas raízes e seus conceitos filosóficos, a luta passa a ser encarada não mais como uma prática do cotidiano que possui um contexto histórico e social e passa a ser apenas uma brincadeira. O professor de lutas que já possuía uma experiência em uma determinada luta, acaba por passar apenas o conteúdo que já desenvolvia antes, por exemplo, um professor que ministrava a disciplina de judô, quando passa a ministrar a disciplina de lutas, continua dando maior ênfase ao judô na disciplina de lutas. A disciplina de Lutas deixa de ser um conhecimento em lutas ou em uma luta específica e passa a se ter uma preocupação nos aspectos motores e nas capacidades que as lutas possibilitam perdendo o carácter individual de uma luta específica. A carga horária da disciplina lutas não permite que o conteúdo de lutas seja amplamente explorado e os alunos ficam sem experiência didática em nenhuma luta específica acabando por se limitar a apresentar algumas lutas, mas sem o aprofundamento necessário em nenhuma delas.