Cevnautas, a publicação do Blogo do Minstério da Saúde traz dados importantes para o planejamento da Atividade Física. Laercio

Estudo apresenta panorama da saúde dos brasileiros
18 de outubro de 2012    

O Painel Saúde Brasil 2011, uma análise de situação em saúde da população brasileira, foi apresentado nesta quarta-feira (17) durante a 12ª Expoepi. O objetivo foi mostrar o panorama da saúde dos brasileiros, desde o nascimento até a morte. Os temas abordados foram “Como os brasileiros nascem”, “Como os brasileiros adoecem”, e “Como morrem os brasileiros”.

A pesquisadora em estatística da Universidade de Brasília (UnB) Ana Maria Nogales expôs o tema do nascimento. Segundo ela, atualmente, há uma tendência de queda na natalidade e fecundidade dos brasileiros e as mulheres estão tendo a primeira gestação mais velha. Outro destaque relacionado ao sexo feminino é que aumentou o número de mulheres que fazem sete ou mais consultas pré-natais durante a gestação. “Essa conscientização da necessidade do acompanhamento gestacional também contribuiu para a redução dos números de nascimentos no País”, explicou a pesquisadora.

    Para prestar uma assistência maior às mulheres em período gestacional, o Ministério da Saúde criou a estratégia Rede Cegonha. Por meio dela, o Sistema Único de Saúde (SUS) garante a todas as brasileiras atendimento adequado, seguro e humanizado, desde a confirmação da gravidez até os dois primeiros anos de vida do bebê.

Ao demonstrar a forma como os brasileiros adoecem, o epidemiologista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Bruce Duncan, alertou sobre a mudança nos principais motivos de mortalidade da população, que agora tem como principal causa as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). “Três quartos das causas da mortalidade decorrem das DCNTs. E essa não é uma mudança só no Brasil, é mundial”, esclareceu o epidemiologista.

Essa mudança do perfil de mortalidade no País começou a mudar em 1991. Bruce Duncan definiu as principais doenças crônicas que causam mortalidade: 19% das pessoas possuem algum problema neuropsiquiátrico (depressão, psicose ou uso prejudicial de álcool), seguidas das doenças cardiovasculares (13%), doenças respiratórias crônicas (8%), câncer e doenças músculo esqueléticas (6% respectivamente) e diabetes (5%).

    • Outra iniciativa do Ministério da Saúde para reduzir estas causas de morte foi a criação do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis e reduzir, até 2022, o índice de mortalidades causadas pelas DCNTs.

Também destacando a forma de adoecimento dos brasileiros, o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Crônicas Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, contou que outro motivo de mortalidade da população brasileira são as doenças parasitárias. O diretor enfatizou o sucesso do Brasil na redução de 56% dos casos de malária e no combate aos casos de Tuberculose. “O Brasil já ultrapassou em 50% a meta do milênio na redução de morte por tuberculose”, ressaltou. Outra ênfase é para o êxito do Brasil nas campanhas de combate à dengue, e o sucesso dos programas de HIV e Aids.

    O Brasil também possui o Plano Integrado de Ações Estratégicas de eliminação da Hanseníase, Filariose, Esquistossomose e Oncocercose como Problema de Saúde Pública, Tracoma como causa de cegueira e controle das Esquistossomoses, que prevê a redução, até 2015, da incidência destas doenças no País.

A pesquisadora da UnB, Elisabeth Duarte, mostrou o painel “Como morrem os brasileiros”. Na exposição dos dados, a pesquisadora ressaltou que no Brasil os homens ainda morrem mais e mais precocemente que as mulheres. Outro ponto que a pesquisadora chamou a atenção foi para a principal causa de morte dos homens: doenças do aparelho circulatório, neoplasia, causas externas, doenças do aparelho respiratório, e as doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas.

Elisabeth Duarte também lembrou que a população tem morrido mais tardiamente e que houve uma redução de 8,8% para 4% da mortalidade infantil. “Temos sido eficientes na redução dos números da mortalidade infantil, em todas as regiões do País”, finaliza.

FONTE: http://www.blog.saude.gov.br/estud-apresenta-panorama-da-saude-dos-brasileiros/

Comentários

Por Raul Filho
em 4 de Janeiro de 2013 às 11:38.

Diante disto, soa bastante estranho o fato de gastarmos muito mais dinheiro público em campanhas promotoras da "saúde da mulher". Uma vez que os números apontam claramente que os homens morrem mais e mais cedo que elas, acometiidos por problemas tratáveis de saúde. Mais um exemplo dessa "insanidade" foi o carro chefe da campanha para prefeito do Recife, do atual prefeito Geraldo Júlio, na última eleição, construir o hospital das mulheres. Nesta semana, o noticiário local já divulgou até o local selecionado pelo prefeito para a obra. Será que ninguém em Pernambuco teve acesso a esse estudo da UnB ? Ou será que falar sobre "mulher", seja qual for o assunto, vende mais e dá mais voto ?  

Por Mathias Roberto Loch
em 7 de Março de 2013 às 11:34.

Olá Raul. É boa a tua reflexão. Existe uma politica nacional de saúde do Homem. Por outro lado, existem muitas especificiadades de saúde da mulher e compreendo que haja alguma divisão. Concordo que muitas destas são desnecessárias, mas outras são. Aqui na UEL, por exemplo, acabamos de abrir uma residência multiprofissional em Saúde da Mulher. Além do mais, existe a questão de iniquidades importantes e o papel social da mulher na questão da saúde, inclusive com o fato de elas procurarem mais os serviços de saúde. De qualquer modo, há de se defender um atendimento universal à saúde. Todos devem ser atendidos, independemente de sexo, classe social, orientação sexual, religião, etc etc etc. 

Por Raul Filho
em 7 de Março de 2013 às 20:13.

Olá Mathias. Obrigado por comentar meu ponto de vista. Com relação à política nacional de saúde do homem, eu também já "ouvi falar". Já sobre as especificidades da saúde da mulher discordo completamente que isso seja motivo para toda a "atenção" que é dispensada. Sobre o que você quis dizer com "... o  papel social da mulher na saúde", sinceramente, não entendi. Já o fato de as mulheres procurarem mais os serviços médicos, não poderia ser diferente, ainda são os homens que chefiam e pagam as contas de mais de 60% dos lares no Brasil, o que leva a uma constatação simples, eles estão ocupados trabalhando, por isso não frequentam consultórios médicos como deveriam. Pra finalizar, gostaria que vc me indicasse alguma universidade que tenha uma residência multiprofissional em saúde do homem, já que eu só ouvi falar dessa tal política de saúde do homem, enquanto que sobre a saúde da mulher eu já estou saturado.

Por Tatiana Aparecida Pereira
em 7 de Março de 2013 às 21:32.

 É de fundamental importância que tanto o homem como a mulher cuide de sua saúde. Afinal, o brasileiro nunca deu tanta importância para a saúde como esta acontecendo nos dias de hoje. A cada dia que passa somos surpreendidos por novas pesquisas que prometem  cooperar cada vez mais com a saúde humana, mais infelizmente há um grande descaso com a saúde brasileira. Eu concordo plenamente que devem haver mais campanhas e programas que incentivem os homens a cuidarem de sua saúde, pois estes deveriam se conscientizar que não são somente as mulheres que devem se cuidar.

 

Por Patrícia Santos de Souza
em 9 de Março de 2013 às 11:39.

  Assunto muito interessante de ser abordado, já que mesmo constatando a diminunição da mortalidade percebe-se que muitas pessoas ainda continuam morrendo pelas DCNT entre outras. Campanhas sobre saúde estão sendo elaboradas e implantadas, para contribuir na redução desses índicesde mortalidade, mas cabe salientar que a concientização das pessoas com relação a prevenção de doenças também deverá ser trabalhado.

  O alto indice de mortalidade entre os homens, comparados com os indices de mortalidade entre as mulheres, se da pelo fato de que os homens não se preocupam com a prevenção e só procuram um médico quando realmente estão no limite de tolerância corparal, e na maioria das vezes quando vão ao médico não conseguem cumprir com as recomendações e restrições médicas.

Por Raul Filho
em 16 de Agosto de 2013 às 10:36.

Olá Patricia Santos e Tatiana Aparecida. Concordo em parte com vocês, entretanto, quero transferir a vocês algumas perguntas que fiz ao Mathias. Vocês já ouviram falar de alguma residência médica em saúde do homem? Quanto é gasto do dinheiro público em campanhas de conscientização sobre o cuidado com a saúde para homens? E, por último, se existe algum investimento, será que o que se gasta nessas campanhas chega perto ao que se gasta nas mesmas campanhas para as mulheres?

Não vou me prolongar mais, até pelo fato de que vocês, em seus comentários, não abordaram os pontos chave da discussão e preferiram repetir o discurso que a mídia empurra garganta abaixo nas pessoas, ou seja, essa conversa fiadade de que o homem não se cuida e não gosta de ir ao médico.

Que bom que esse estudo da UNB fala por mim. Acredito que isso é uma questão de cidadania e ão apenas de  opinião. O que se faz em saúde pública no Brasil, com relação a atenção e investimento em saúde, é um caso gritante de discriminação. Os homens são discriminados e preteridos quando se trata de saúde. Isso é a coisa mais fácil de provar cientificamente, como prova o estudo da UNB, e absolutamente ninguém faz nada pra mudar esse quadro.

Se fosse o inverso teríamos um monte de programas de mestrado e doutorado com valores suntuosos em bolsas de estudo para quem quisesse pesquisar as injustiças sociais e de preconceito contra as mulheres.

Por André Luiz Vieira
em 24 de Novembro de 2014 às 08:48.

Concordo com você Raul, infelismente essa realidade não mudou de 2013 para 2014. Converso sempre com os estudantes de medicina e muitos gostariam de especializar, mas faltam oportunidade.  É inadimissivel a falta de investimento sustentável na saúde. No sudeste está essa dificuldade,  imagina nas regiões periféricas do Brasil?

Por Ivonei da Silva Salazar
em 24 de Novembro de 2014 às 16:21.

 Concordo VC  Andre Luiz e fundamental importância ressaltar que a falta de investimento na educação do na Brasil e ridícula com isto a falta de infra-estruturar nas universidades na Brasil. E sento que o governante tem que ponha algum procedimento para melhora esta situação.


Para comentar, é necessário ser cadastrado no CEV fazer parte dessa comunidade.