A FRAGMENTAÇÃO NA FORMAÇÃO METODOLÓGICA: UMA REFLEXÃO PARA SUPERAR AS DIVERGÊNCIAS TEÓRICAS

 

[1] MAICO REGIS SILVA

[2] ROSEANE DE FÁTIMA GUIMARÃES

     

 

RESUMO

 

O presente ensaio caracteriza-se com uma revisão bibliográfica, onde apresentar-se-ão as discussões concernentes às variadas abordagens, concepções e tendências da Educação Física, expondo que o estudo descompromissado e acrítico pode causar uma fragmentação teórica/conceitual, abordando que uma formação inicial contextualizada, sistemática e crítica das tendências podem fornecer os subsídios para superar as confusões teóricas advindas das concepções pedagógicas do universo conceitual da Educação Física escolar.  Analisou-se os Norteadores da Educação Nacional (CFB, PCNs, LDB e PPP) e os principais teóricos das tendências pedagógicas e a possível contribuição que estas teorias podem trazer para Educação Física. Apresentou-se posteriormente uma discussão sobre a ação pedagógica consciente, argumentando a relevância do fazer pedagógico dentro de um entendimento dos ideais de homem e sociedade desejados, concluindo com uma reflexão sobre a possível convergência teórico/conceitual que fomentam um corpo conceitual significativo para a cultural corporal do movimento, saberes estes voltados uma formação compromissada com a cidadania e a emancipação dos sujeitos.

Palavras chaves: Corrente Pedagógicas. Prática Docente. Reflexão Crítica. Consciência Pedagógica.

 

1. INTRODUÇÃO

 

O tema mencionado neste estudo configurou-se como conteúdo de pesquisa na medida em que se pode observar uma distância conceitual muito significativa entre os professores de Educação Física, fato este observável em qualquer escola. Percebe-se que existe uma construção teórica muito diversificada indicando uma possível fragmentação de conceitos que induzem riqueza, problemas metodológicos e didáticos.

O presente artigo pretende discorrer sobre a problemática induzida pelas diferentes metodologias existentes nas correntes pedagógicas da Educação Física, conduzindo a resposta do seguinte problema: como podemos superar a fragmentação metodológica da Educação Física apesar das divergências teóricas?  Por entender que a formação dos pressupostos teóricos que formam a base conceitual metodológica vem das correntes pedagógicas, sabe-se que a aquisição destes conhecimentos é de relevante importância para a construção conceitual do fazer metodológico e didático desta disciplina escolar, porém, percebemos que a construção deste conhecimento encontra-se fragmentado e desvinculado de reflexão crítica que estruture a formulação de epítome conceitual, Neira (2006, p.39-40) defende [...] “que por traz de qualquer intervenção pedagógica consciente se esconde uma analise sociológica e uma tomada de posição ideológica”, ou seja, não há prática pedagógica neutra.  Posteriormente, faremos uma discussão com os autores (Freire, Darido, Betti, Kunz, Go Tani, Bracht) e  os norteadores da educação nacional (CFB, PCNs, LDB e PPP)  sobre uma possível construção de conhecimentos que possibilite o desenvolvimento das ações pedagógicas significativas em Educação Física.

O trabalho pretende contribuir para a formação profissional consciente dos professores de Educação Física, entendendo que é preciso transcender a mera especulação teórica sobre as correntes pedagógicas e suas possíveis contribuições. Depois realizaremos um caminho de possíveis convergências conceituais que contribuam para formação consciente, explanaremos a construção do saber pedagógico como um fator decisivo na atuação profissional, sendo uma veemência dos profissionais formadores sua organização e execução, pois entende-se que  a qualidade da formação profissional pode ser um dos fatores que contribua para os avanços tão sonhados na educação do Brasil.

 O objetivo desta revisão literária é analisar como a reflexão crítica da prática docente na formação inicial pode contribuir para superar a fragmentação das correntes pedagógicas da Educação Física de maneira a contribuir para a consciência pedagógica.

              O artigo caracteriza-se como uma revisão bibliográfica dos principais pesquisadores do referido campo de pesquisa, onde analisamos artigos e livros ligados à temática em questão.

 

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA

 

No contexto, esta emaranhada teia de conhecimento precisa ser superada pela sistematização consciente e crítica, sendo esta, uma construção ao longo da formação docente, compete aos educadores do curso de formação docente proporcionar uma mediação que desenvolva uma consciência crítica em relação as correntes pedagógicas e seus métodos e pressupostos. Tal fato, implica não em fragmentação do saber, mas em estruturação e convergência da contribuição de cada corrente e sua possível utilização pelo professor em sua prática efetiva.

Neste universo situacional passamos a implementar nossas discussões,  diversificando que o pensamento das correntes pedagógicas oferecem variados caminhos metodológicos, fato que cria nos professores uma possível dificuldade em construir um corpo de conceitos do que é Educação Física, essas dificuldades são ampliadas quando nos reportamos aos conteúdos que seriam ministrados nas aulas, não existe um entendimento claro dos conteúdos que deveriam ser ministrados em determinadas faixas-etárias.

Os norteadores da educação nacional (CFB, PCNs, LDB e PPP) e os principais pensadores da Educação Física (Freire, Betti, Kunz, Go Tani, Bracht entre outros) embora discordem em algum ponto em relação aos conteúdos do currículo, eles apontam para os jogos, as lutas, as danças e atividades rítmicas, ginásticas e esportes como conteúdos. Entretanto estes elementos constituintes do currículo não estão distribuídos de maneira sistemática ao longo das séries do ensino fundamental e médio o que dificulta o planejamento, além disto, os variados métodos criam uma fragmentação quase insuperável para o estudante de Educação Física.

Notoriamente existe uma briga do que seria mais vantajoso, adequado e ideal, isto parece satisfazer o ego de alguns que buscam a notoriedade, porém, não supre as necessidades urgentes do processo de ensino e aprendizagem, é preciso construir pressuposto claro em relação aos conceitos, conteúdos e currículo que satisfaçam as reais necessidades da formação integral dos alunos.

Conseguintemente, a educação dever ser pensada dentro de uma lógica clara de implicações pedagógicas, pois de acordo com Libâneo (1994 p.122) “[...] não devemos ter dúvidas de que o trabalho docente é uma atividade que envolve convicção e opção sobre o destino do homem e da sociedade [...]”; o autor entende que “[...] é de fundamental importância que o professor estude e forme convicções próprias sobre as finalidades sociais, políticas e pedagógicas do trabalho docente”, ele deve formar “[...] uma atitude crítica em relações a esses objetivos, de forma a identificar os que convergem para a efetiva democratização escolar [...]” (LIBÂNEO, 1994 p. 123).

Ao entendimento do autor a formação deve favorecer a prática e a atuação crítica, logo percebemos estes fatos ao lermos esta fala:

As assimilações ou apropriação de conhecimentos e habilidades adquire importância e sentido se proporciona o domínio ativo e prático de modos de atuação crítica e criativa na vida, na profissão, no exercício da cidadania (LIBÂNEO 1994, p.137).

 

Neste entendimento fica claro a importância dos educadores compreenderem sua atuação enquanto formadores de conhecimento, de acordo com Libâneo (1994, p.151)  os métodos precisam “[...] decorrem de uma concepção de sociedade, da natureza da atividade prática humana no mundo, do processo de conhecimento e, particularmente, da compreensão da prática educativa numa determinada sociedade.”

Os métodos de ensino, pois, implica ver o objeto de estudo nas suas propriedades e nas suas relações com outros objetos e fenômenos e sob vários ângulos, especialmente na sua implicação com a prática social, uma vez que a apropriação de conhecimento tem a sua razão de ser na sua ligação com necessidades da vida humana e com a transformação da realidade social (LIBÂNEO 1994, p.151).

 

Ao fazermos um caminho pelas necessidades constitutivas do processo de formação inicial, cria-se a importância de discutir sobre os norteadores da educação e as tendências pedagógicas.

Dentro desta construção a Constituição Federal Brasileira (05/10/1988) no capítulo III, artigo 205, aponta a Educação como um veículo capaz de desenvolver e preparar as pessoas para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho, sendo um dever da família e do estado. Já os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) são propostas curriculares significativas não obrigatórias, elaborados pelo Ministério da Educação e do Desporto. Os PCNs têm objetivo de ajudar os alunos a atuarem no mundo como cidadãos participativos e reflexivos, conhecedores de seus direitos e deveres (Brasil 1997). Além disto, no capítulo II no art. 22 da LDB (lei nº 9.394/96) dispõe que a Educação Básica tem por finalidade o desenvolvimento e a garantia de uma formação que seja indispensável ao exercício da cidadania, sendo fornecedora de meios para o progresso nos estudos e no trabalho. Em seqüência, a LDB na seção IV, art. 35 no parágrafo III, reza que a finalidade da educação no ensino médio é o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico, a despeito das outras finalidades,

Segundo Neira (2006) o Projeto Político Pedagógico (PPP) é a prática pedagógica desenvolvida e as intenções educativas manifestadas da escola. Essa importância encontra razões na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/96) e nos Parâmetros Curriculares Nacionais. “A forma pela  qual o trabalho escolar é conduzido proporciona a aquisição de conhecimentos, valores e competências específicos”[...] Neira (2006, p.137), construindo em seguida [...] “uma sociedade livre e democrática através de processos de ensino aberto, que estimulem o desenvolvimento dos diversos potenciais individuais dos alunos”. De acordo com Veiga citado por Neira (2006, p.138-139), a proposta do Projeto Político Pedagógico (PPP) é muito mais do que um [...] “simples agrupamento de planos de ensino e atividades diversas”, é o planejar e realizar [...] “antevendo um futuro diferente do presente”. Nessa perspectiva, o Projeto Político Pedagógico, [...] “deve ser coletivamente vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da escola”.

Logo, entende-se que as propostas pedagógicas da Educação Física precisam estar vinculadas ao PPP escolar e aos norteadores da Educação Nacional.

Entretanto, existe uma grande variedade de tendência e caminhos que confunde o professor e dificultam a implementação das leis que regi a educação nacional no tocante aos seus pressupostos teóricos.

Na tentativa de elucidar os possíveis caminhos metodológicos da Educação Física, investigaremos agora as tendências, abordagens, concepções e perspectivas desta área de conhecimentos.

O artigo de BARBIERI et al (2009) faz um panorama da prática docente dos professores de Educação Física e constata que as metodologias ligadas a aptidão física ainda são predominantes no espaço pedagógico, os referidos autores fizeram uma analise dos artigos publicados na RBCE (Revista Brasileira de Ciências do Esporte  de 2009). Os autores supracitados fazem uma contextualização histórica da temática com as teses de Mello (2009) e de Castellani Filho (1999) para construir o panorama inicial de discussões.

Segundo Castellani Filho (1999) as teorias da Educação Física apresentadas são as seguintes: não-pro­positivas, propositivas, propositivas não sistematizadas e propositivas sistematizadas. 

 

2.2 TEORIAS NÃO-PROPOSITIVAS                       

 

As teorias não propositivas segundo este autor seriam aquelas que não expõem a dinâmica curricular e o tratamento dado ao conhecimento, sendo então conceituadas como abordagens e entre elas temos: a abordagem Fenomenológica; Sociológica e a abordagem Cultural.

 

2.2.1 Teoria fenomenológica

 

A abordagem fenomenológica é fomentada pelos seguintes pesquisadores: Silvino San­tin e Wagner Wey Moreira (CASTELLANI FILHO 1999). O termo fenomenologia segundo Basei (2008 apud CASTELLANI FILHO 1999) é o estudo do fenômeno, ou seja, é uma corrente filosófica do século XX, já no âmbito da Educação Física trata-se de visão filosófica desta disciplina e suas relações com o meio, com o movimento humano, onde temos as relações: sujeito-espaço, sujeito-tempo, sujei­to-objetos.

O referido autor enfoca que esta teoria busca o desenvolvimento de tomada de decisão e autonomia por parte dos alunos, dentro de uma prática lúdica onde exista cooperação e socialização com os outros colegas.

 

2.2.2 Teoria sociológica

 

Na abordagem sociológica Castellani Filho (1999) e Palafox e Nazari (2007) aponta que o principal pensador desta teoria é Mauro Betti. Nas suas pesquisas Betti refere o esporte como um conteúdo da Educação Física, contudo o autor salienta que o mesmo precisa ser tratado pedagogicamente de maneira a criar nos alunos atitudes, habilidade e conhecimento que possam tornar os mesmos detentores da cultura esportiva (BET­TI, 1991 p.16).

 

2.2.3 A teoria cultural

 

Na abordagem cultura temos Jocimar Daolio como seu fomentador, para este autor a Educação Física é uma parte da grande cultura humana, sendo ela elaboradas historicamente ao longo do tempo responsável por um conjunto de práticas ligadas ao movimento dos seres humanos (DAOLIO, 1995, p. 25). No pensamento do autor a prática de Educação Física é um tratar da cultura corporal, ou seja, ele entende que ao trabalharmos a Educação Física devemos levar em consideração que estamos interferindo na cultura corporal existente neste individuo, logo devemos respeitar as variadas culturas existentes, neste entendimento, o trabalhar com o corpo e sua cultura interfere na sociedade a qual o individuo faz parte.

 

2.3 TEORIAS PROPOSITIVAS I

 

Para Castellani Filho (1999) as teorias propositivas são aquelas [...] “pedagogias que propõem uma metodologia de trabalho” [...], o autor ainda divide as teorias propositivas em sistematizadas e não sistematizadas.

As teorias não sistematizadas seriam uma nova conformação (amoldamento) nas aulas de Educação Física, por isso, o autor atribui a estas teorias a ideia de concepções, já que não sistematizam os conteúdos que devem ser trabalhados nas aulas.

 

2.3.1 Concepção desenvolvimentista

 

Nesta concepção o referencial teórico principal é Go Tani, para ele, devemos   oportunizar e  possibilitar o pleno desenvolvimento motor das criança de maneira que ao chegarem aos 12 anos já tenham desenvolvido o repertorio motor básico. No entendimento de Go Tani todas as demais capacidades humanas estão atreladas ao desenvolvimento motor,  este fato, coloca o desenvolvimento afetivo-social, cognitivo e o condicionamento físico adequado  como um resultado do bom desenvolvimento motor (MANOEL; KOKUBUN; TANI et al. 1988). Dentro deste entendimento o movimento humano é concebido como objeto de estudo da Educação Física, sendo o foco desta concepção o desenvolvimento da motricidade humana.

 

2.3.2 Concepção construtivista

 

Na área de Educação Física escolar o principal pensador construtivista é João Batista Freire, ele entende que as crianças precisam desenvolver capacidade e noções como a lógica-matemática, estas capacidades tão necessárias na vida escolar poderiam se desenvolver de maneira lúdica e divertida se os jogos e brincadeira pudessem ser valorizados e desenvolvidos dentro da escola.

De acordo com este autor os jogos e brincadeiras são conteúdos privilegiados nas aulas, além disto, existe a valorização da utilização de matérias alternativa. Nesta concepção as aulas devem ser desenvolvidas dentro de um contexto que dê vazão ao desenvolvimento motor em conjunto com a cognição, afetividade e sociabilização (FREIRE e SCAGLIA 2003).

Neste mesmo contexto construtivista Palafox e Nazari (2007) apontam a motricidade humana como o objeto de estudo da Educação Física, para estes autores a motricidade humana seria um conjunto de habilidades que permitem aos homens construírem o conhecimento e se expressar. Dentro da ideia dos autores Palafox e Nazari (2007) o foco principal desta concepção seria a educação dos sentidos, educação da motricidade e dos símbolos.

 

2.3.3 Concepção plural

 

Com o desenvolvimento de pesquisa no campo da abordagem cultura Jocimar Daolio e Tarcísio Mauro Vago fomentam a concepção plural, estes pesquisadores entendem que nas aulas de Educação Física existem inúmeras exclusões, sendo responsabilidade dos professores desenvolverem aulas que incluam todos os alunos a despeito de suas diferenças.

 

 

 

 

 

2.3.4 Concepção de aulas abertas

 

O idealizador desta concepção é Reiner Hildebrandt. Os autores Hirai e Cardoso (2006) referem que as aulas são orientadas nos alunos, na comunicação, no processo e na problematização.  Esta concepção abre aos alunos a participação autônoma nas aulas, onde os mesmos podem interferir de maneira significativa e em conjunto com o professor.

 Resumidamente Palafox; Nazari ( 2007 p. 1 apud BARBIERI 2009) enfoca os principais pressupostos desta concepção.

 

Objetivos Gerais: Trabalhar o mundo do movimento em sua amplitude e complexidade com a intenção de proporcionar, aos participantes, autonomia para as capacidades de ação. Seria­ção Escolar: Pode ser trabalhada dentro da atual estrutura curri­cular escolar. Preocupa-se mais em como trabalhar, acessar e tornar significativo os conteú­dos aos participantes. Conteú­dos Básicos: O mundo do mo­vimento e suas relações com os outros e as coisas.

 

 

2.3.5 Concepção crítico-eman­cipatória

 

A concepção em questão coloca o esporte e suas modalidades como conteúdo que fomentam a formação do individuo, seu idealizador principal é Elenor kunz, este autor contextualiza a prática da Educação Física escolar apontando que esta precisa transformar sua atuação em tarefas pedagógicas desejadas, isto é, o esporte precisa ter uma função enquanto conteúdo da Educação Física, ele deve ser o meio de desenvolver formação política e social, igualmente a todo conteúdo trabalho dentro de qualquer disciplina pedagógica da escola.

De acordo Kunz 1996 (apud BARBIERRI 2009) nes­sa concepção da Educação Física de­ve possibilitar um conhecimento que transcenda mera prática esportiva, necessita-se desenvolver a comunicação, relacionamento so­cial, saberes político, econômico e cultural, bem como, conhecimentos relacionados à saúde.

 

2.4 TEORIAS PROPOSITIVAS II

 

            No pensamento de Castellani Filho (1999) as teorias propositivas sistematizadas são: a crítico-superadora e a aptidão física, estas perspectivas apresentam em seu bojo uma metodologia e uma sistematização dos conteúdos.

           

2.4.1 Crítico-superadora

 

Os principais referências da perspectiva crítico-superadora são expostos no livro Coletivos de Autores (1992), onde os autores Soares, Taffarel, Varjal, Bracht, Castellani Filho  fomentam os principais pressupostos desta tendência pedagógica.

A tendência pedagógica crítico-superadora tem uma estrutura de cunho marxista, segundo a qual a Educação Física é uma prática pedagógica que tematiza atividades corporais como: jogos, lutas, ginásticas, esportes e danças, estes conteúdos fazem parte de uma área do conhecimento chamada de cultura corporal do movimento (SO­ARES, TAFFAREL; VARJAL et al. 1992, p. 50). Essa perspectiva tem três características de reflexão pedagógica: o diagnóstico, onde constatamos e lemos a realidade; a reflexão judicativa que indica um julgamento da realidade através da ética do interesse das classes sociais; a teleológica que apresenta um objetivo específico das ações docentes.

Segundo Barbierri (2008) esta tendência pedagógica deve partir do conhecimento dos alunos e da sua realidade histórico-social para que possa ocorrer a leitura da realidade social vigente, ou seja, os alunos são incentivados a serem sujeitos históricos capazes de interferir na sua realidade social.

Essa perspectiva pretende transformar o sistema escolar organizado em séries para uma organização em ciclos escolares, onde as aulas tenham introdução, desenvolvimento e avaliação final. Além de tudo isto, esta tendência busca o regate histórico dos conteúdos a serem trabalhados nas aulas de Educação Física.

 

2.4.2 Aptidão física

 

Vitor Mat­sudo é o principal teórico desta tendência pedagógica. Segundo Barbierri (2008) essa perspectiva tem como base conceitual as questões biológicas, sendo de grande importância para a sociedade capitalista por fomentar os padrões de um sujeito forte, ágil, empreendedor e adaptado aos mecanismos sociais da classe dominante. O esporte é o principal conteúdo pelo qual a aptidão física e o rendimento esportivo são desenvolvidos, as aulas possuem uma estrutura de treino esportivo: aquecimento, parte principal e volta a calma.

    Notadamente vimos as variadas tendência, abordagens e concepções pedagógicas da Educação Física e percebemos a complexa construção de entendimentos que se estrutura, observamos nas discussões dos vários autores que existe uma heterogeneidade no entendimento, contudo cada forma de entendimento contribui para a formação de um corpo conceitual significativo, levando em consideração seus conceitos e pressupostos.   

              Os norteadores da educação nacional (CFB, PCNs, LDB e PPP) organizam o suporte que favorece uma educação voltada para a formação da cidadania, Logo, entende-se que as propostas pedagógicas de qualquer disciplina precisam estar vinculadas ao PPP escolar e aos norteadores da Educação Nacional.

              Em relação aos principais pensadores da Educação Física (Freire, Betti, kunz, Go Tani, Soares, Taffarel, Varjal, Bracht, Castellani Filho, Daolio entre outros) podemos discorrer que cada  um deles apresenta conceitos que de certa maneira contribuem na ampliação dos conteúdos curriculares da Educação Física, embora alguns não elaborem propostas sistematizadas de conteúdos.

              Neste entendimento devemos buscar uma construção que dê corpo teórico significativo para Educação Física, já que devemos ultrapassar a fase de especulação teórica (entendimento das tendências pedagógicas) durante nossa formação inicial.  

              Por assim entender, não devemos nos concentrar exclusivamente em elaborar novas tendências pedagógicas, mas também em articular os conhecimentos que já existem de maneira a fomentar saberes pedagógicos que possam ser aplicados na prática escolar.

Segundo Libâneo (1994 p.122) as ações docentes devem ser pautadas em um modelo de homem e sociedade desejado, ou seja, o professor de Educação Física vivencia uma grande variedade de tendência e caminhos que causa confusão conceitual, sendo importante desmistificar toda entrelaçada teia de teorias, para que o mesmo passa construir os conceitos de homem e sociedade expressos pelo autor. 

Como vimos nas discussões de Castellani Filho (1999) as teorias não-pro­positivas e propositivas, formam as abordagens, concepções e perspectivas atuais. Discutindo os pressupostos das tendências, partimos da abordagem fenomenológica, sociológica e cultural essas teorias não apresentam uma metodologia e uma sistematização dos conteúdos para Educação Física, elas se preocupam em trazer ideias e conceitos do que é Educação Física, seja no ramo filosofia ou na sociologia.

Posteriormente percebemos a busca por uma nova roupagem para as aulas nas concepções desenvolvimentista, construtivista, plural, aula aberta e crítico-eman­cipatória. As duas primeiras preocupam-se com a motricidade humana e sua relação com os aspectos afetivo, cognitivos e sociais, busca-se através de jogos e brincadeiras desenvolver estes aspectos. A concepção plural e aulas abertas fomentam idéias sobre a relação entre professor e alunos e o processo de aprendizado, onde, busca-se a participação autônoma e a inclusão de todos a despeito das diferenças, já na crítico-emancipatória o esporte passa a ser um meio de promoção da formação política, social e culturais dos alunos de maneira transcendente. 

Na linha propositiva sistematizada, segundo o autor Castellani Filho (1999) encontramos as tendências pedagógicas Crítico-Superadora e da Aptidão Física, a primeira estruturada numa visão marxista dos conflitos das classes sócias e a outra, dentro de um entendimento capitalista e biológico do homem, essa tendência se antagonizam nas discussões de seus pressupostos teóricos, porém apresenta uma metodologia e sistematização curricular para Educação Física. 

              As discussões aqui apresentadas não se intitulam como conclusivas mais abrem o leque de possibilidade que busquem soluções cabíveis, consequentemente a fragmentação teórica deve ser superada pela sistematização consciente e crítica durante formação docente inicial, criteriosamente precisamos desenvolver uma consciência crítica em relação as correntes pedagógicas e seus métodos e pressupostos, assim encontraremos subsídios que construam uma convergência da contribuição de cada corrente.

 

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Não existe uma corrente pedagógica ideal, onde todos os problemas do processo de aprendizagem sejam superados apenas pela sua utilização, porém existe a possibilidade de construir formas de entendimento das múltiplas correntes, e então, convergir na contribuição que cada uma delas pode proporcionar a formação do sujeito de maneira integral. Assim devemos unir os vários caminhos não em um consenso demagogo ou medíocre, mas em um consenso rico de possibilidades e entendimento.

Portanto precisamos entender a importância de uma formação inicial contextualizada, crítica e reflexiva que promova uma construção do saber pedagógico para Educação Física, saber este, vinculada aos norteadores da Educação Nacional e aos seus principais pensadores a despeito das inúmeras teorias existentes.

O presente trabalho deixa uma página aberta para possíveis estudos que possam viabilizar a convergência das teorias da Educação Física, sabedores das nossas limitações e desejosos que outros procurem prosseguir nesta linha de pesquisa e possam construir no futuro um referencial teórico que fomente os saberes da cultura corporal.

 

REFERÊNCIAS

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______, Ministério da Educação e do Desporto.  Secretaria de Educação Fundamental.  ... de 1996 Lex:  Leis de Diretrizes e Bases da educação Brasileira (LDB).  Brasília: 1996.

______, Brasil. Secretaria de Educação Fundamental.  Parâmetros curriculares nacionais: ... Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

BASEI, A. P.. O pensamento fenomenológico e a Edu cação/Educação Física: possibilidades de construção do conhecimento a partir do mundo vivido dos sujeitos. Revista Digital EF DEPORTES, Buenos Aires, a. 13, n. 119, abr. 2008. Disponível em:http://www.efdeportes.com/efd119/o-pensamento-fenomenologico-e-a-educacao-educacao-fisica.htm. Acesso em: novembro de 2012

BARBIERI, aline fabiane; PORELLI, ana beatriz gasquez; MELLO, rosângela aparecida. Abordagens, concepções e perspectivas de educação física quanto à metodologia de ensino nos trabalhos publicados na revista brasileira de ciências do esporte (rbce) em 2009, Motrivivência Ano XX, Nº 31, P. 223-240 Dez./2008. Acesso em: 20 de novembro de 20012.

BETTI, M. Educação Física e Sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.

CASTELLANI FILHO, L. A Educação Física no Sistema Educacional Brasileiro: percurso, paradoxos e perspectivas. (Tese apresentada à Universidade Estadual de Campinas) Campinas, 1999.

DAOLIO, J. Os significados do corpo na cultura e as implicações para a Educação Física. Movimento, a. 2, n. 2, p. 24-28, jun. 1995.

DAOLIO, J. Educação Física Escolar: em busca da Pluralidade. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, supl.2, p.40-42, 1996.

FREIRE, João Batista; SCAGLIA, Alcides José. Educação como Prática Corporal. São Paulo: Scpione, 2003.

HIRAI, R. T.; CARDOSO, C. L. Para a compreensão da concepção de “aulas abertas” na educação física escolar: orientada no aluno, no processo, na problematização, na comunicação e... , Motrivivência, a. XVIII, n. 27, p. 119-136, dez. 2006.

KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do Esporte. Ijuí: Unijuí. 1996.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994

NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física: desenvolvendo competências, 2.ed – São Paulo: Phorte, 2006

MANOEL, E. J.; KOKUBUN, E.; TANI, G., et al. Educação Física Escolar: Fundamentos de uma Abordagem Desenvolvimentista. São Paulo: EPU: EDUSP, 1988.

MELLO, R. Ap. A necessidade histórica da Educação Física na Escola: a emancipação humana como finalidade. (Tese apresentada à Universidade Federal de Santa Catarina) Florianópolis, 2009.

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SOARES, C. L.; TAFFAREL, C. N.; VARJAL, E.; et al. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo, Cortez, 1992.

 

 

 

A FRAGMENTAÇÃO NA FORMAÇÃO METODOLÓGICA: UMA REFLEXÃO PARA SUPERAR AS DIVERGÊNCIAS TEÓRICAS

 

[1] MAICO REGIS SILVA

[2] ROSEANE DE FÁTIMA GUIMARÃES

     

 

RESUMO

 

O presente ensaio caracteriza-se com uma revisão bibliográfica, onde apresentar-se-ão as discussões concernentes às variadas abordagens, concepções e tendências da Educação Física, expondo que o estudo descompromissado e acrítico pode causar uma fragmentação teórica/conceitual, abordando que uma formação inicial contextualizada, sistemática e crítica das tendências podem fornecer os subsídios para superar as confusões teóricas advindas das concepções pedagógicas do universo conceitual da Educação Física escolar.  Analisou-se os Norteadores da Educação Nacional (CFB, PCNs, LDB e PPP) e os principais teóricos das tendências pedagógicas e a possível contribuição que estas teorias podem trazer para Educação Física. Apresentou-se posteriormente uma discussão sobre a ação pedagógica consciente, argumentando a relevância do fazer pedagógico dentro de um entendimento dos ideais de homem e sociedade desejados, concluindo com uma reflexão sobre a possível convergência teórico/conceitual que fomentam um corpo conceitual significativo para a cultural corporal do movimento, saberes estes voltados uma formação compromissada com a cidadania e a emancipação dos sujeitos.

Palavras chaves: Corrente Pedagógicas. Prática Docente. Reflexão Crítica. Consciência Pedagógica.

 

1. INTRODUÇÃO

 

O tema mencionado neste estudo configurou-se como conteúdo de pesquisa na medida em que se pode observar uma distância conceitual muito significativa entre os professores de Educação Física, fato este observável em qualquer escola. Percebe-se que existe uma construção teórica muito diversificada indicando uma possível fragmentação de conceitos que induzem riqueza, problemas metodológicos e didáticos.

O presente artigo pretende discorrer sobre a problemática induzida pelas diferentes metodologias existentes nas correntes pedagógicas da Educação Física, conduzindo a resposta do seguinte problema: como podemos superar a fragmentação metodológica da Educação Física apesar das divergências teóricas?  Por entender que a formação dos pressupostos teóricos que formam a base conceitual metodológica vem das correntes pedagógicas, sabe-se que a aquisição destes conhecimentos é de relevante importância para a construção conceitual do fazer metodológico e didático desta disciplina escolar, porém, percebemos que a construção deste conhecimento encontra-se fragmentado e desvinculado de reflexão crítica que estruture a formulação de epítome conceitual, Neira (2006, p.39-40) defende [...] “que por traz de qualquer intervenção pedagógica consciente se esconde uma analise sociológica e uma tomada de posição ideológica”, ou seja, não há prática pedagógica neutra.  Posteriormente, faremos uma discussão com os autores (Freire, Darido, Betti, Kunz, Go Tani, Bracht) e  os norteadores da educação nacional (CFB, PCNs, LDB e PPP)  sobre uma possível construção de conhecimentos que possibilite o desenvolvimento das ações pedagógicas significativas em Educação Física.

O trabalho pretende contribuir para a formação profissional consciente dos professores de Educação Física, entendendo que é preciso transcender a mera especulação teórica sobre as correntes pedagógicas e suas possíveis contribuições. Depois realizaremos um caminho de possíveis convergências conceituais que contribuam para formação consciente, explanaremos a construção do saber pedagógico como um fator decisivo na atuação profissional, sendo uma veemência dos profissionais formadores sua organização e execução, pois entende-se que  a qualidade da formação profissional pode ser um dos fatores que contribua para os avanços tão sonhados na educação do Brasil.

 O objetivo desta revisão literária é analisar como a reflexão crítica da prática docente na formação inicial pode contribuir para superar a fragmentação das correntes pedagógicas da Educação Física de maneira a contribuir para a consciência pedagógica.

              O artigo caracteriza-se como uma revisão bibliográfica dos principais pesquisadores do referido campo de pesquisa, onde analisamos artigos e livros ligados à temática em questão.

 

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA

 

No contexto, esta emaranhada teia de conhecimento precisa ser superada pela sistematização consciente e crítica, sendo esta, uma construção ao longo da formação docente, compete aos educadores do curso de formação docente proporcionar uma mediação que desenvolva uma consciência crítica em relação as correntes pedagógicas e seus métodos e pressupostos. Tal fato, implica não em fragmentação do saber, mas em estruturação e convergência da contribuição de cada corrente e sua possível utilização pelo professor em sua prática efetiva.

Neste universo situacional passamos a implementar nossas discussões,  diversificando que o pensamento das correntes pedagógicas oferecem variados caminhos metodológicos, fato que cria nos professores uma possível dificuldade em construir um corpo de conceitos do que é Educação Física, essas dificuldades são ampliadas quando nos reportamos aos conteúdos que seriam ministrados nas aulas, não existe um entendimento claro dos conteúdos que deveriam ser ministrados em determinadas faixas-etárias.

Os norteadores da educação nacional (CFB, PCNs, LDB e PPP) e os principais pensadores da Educação Física (Freire, Betti, Kunz, Go Tani, Bracht entre outros) embora discordem em algum ponto em relação aos conteúdos do currículo, eles apontam para os jogos, as lutas, as danças e atividades rítmicas, ginásticas e esportes como conteúdos. Entretanto estes elementos constituintes do currículo não estão distribuídos de maneira sistemática ao longo das séries do ensino fundamental e médio o que dificulta o planejamento, além disto, os variados métodos criam uma fragmentação quase insuperável para o estudante de Educação Física.

Notoriamente existe uma briga do que seria mais vantajoso, adequado e ideal, isto parece satisfazer o ego de alguns que buscam a notoriedade, porém, não supre as necessidades urgentes do processo de ensino e aprendizagem, é preciso construir pressuposto claro em relação aos conceitos, conteúdos e currículo que satisfaçam as reais necessidades da formação integral dos alunos.

Conseguintemente, a educação dever ser pensada dentro de uma lógica clara de implicações pedagógicas, pois de acordo com Libâneo (1994 p.122) “[...] não devemos ter dúvidas de que o trabalho docente é uma atividade que envolve convicção e opção sobre o destino do homem e da sociedade [...]”; o autor entende que “[...] é de fundamental importância que o professor estude e forme convicções próprias sobre as finalidades sociais, políticas e pedagógicas do trabalho docente”, ele deve formar “[...] uma atitude crítica em relações a esses objetivos, de forma a identificar os que convergem para a efetiva democratização escolar [...]” (LIBÂNEO, 1994 p. 123).

Ao entendimento do autor a formação deve favorecer a prática e a atuação crítica, logo percebemos estes fatos ao lermos esta fala:

As assimilações ou apropriação de conhecimentos e habilidades adquire importância e sentido se proporciona o domínio ativo e prático de modos de atuação crítica e criativa na vida, na profissão, no exercício da cidadania (LIBÂNEO 1994, p.137).

 

Neste entendimento fica claro a importância dos educadores compreenderem sua atuação enquanto formadores de conhecimento, de acordo com Libâneo (1994, p.151)  os métodos precisam “[...] decorrem de uma concepção de sociedade, da natureza da atividade prática humana no mundo, do processo de conhecimento e, particularmente, da compreensão da prática educativa numa determinada sociedade.”

Os métodos de ensino, pois, implica ver o objeto de estudo nas suas propriedades e nas suas relações com outros objetos e fenômenos e sob vários ângulos, especialmente na sua implicação com a prática social, uma vez que a apropriação de conhecimento tem a sua razão de ser na sua ligação com necessidades da vida humana e com a transformação da realidade social (LIBÂNEO 1994, p.151).

 

Ao fazermos um caminho pelas necessidades constitutivas do processo de formação inicial, cria-se a importância de discutir sobre os norteadores da educação e as tendências pedagógicas.

Dentro desta construção a Constituição Federal Brasileira (05/10/1988) no capítulo III, artigo 205, aponta a Educação como um veículo capaz de desenvolver e preparar as pessoas para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho, sendo um dever da família e do estado. Já os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) são propostas curriculares significativas não obrigatórias, elaborados pelo Ministério da Educação e do Desporto. Os PCNs têm objetivo de ajudar os alunos a atuarem no mundo como cidadãos participativos e reflexivos, conhecedores de seus direitos e deveres (Brasil 1997). Além disto, no capítulo II no art. 22 da LDB (lei nº 9.394/96) dispõe que a Educação Básica tem por finalidade o desenvolvimento e a garantia de uma formação que seja indispensável ao exercício da cidadania, sendo fornecedora de meios para o progresso nos estudos e no trabalho. Em seqüência, a LDB na seção IV, art. 35 no parágrafo III, reza que a finalidade da educação no ensino médio é o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico, a despeito das outras finalidades,

Segundo Neira (2006) o Projeto Político Pedagógico (PPP) é a prática pedagógica desenvolvida e as intenções educativas manifestadas da escola. Essa importância encontra razões na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/96) e nos Parâmetros Curriculares Nacionais. “A forma pela  qual o trabalho escolar é conduzido proporciona a aquisição de conhecimentos, valores e competências específicos”[...] Neira (2006, p.137), construindo em seguida [...] “uma sociedade livre e democrática através de processos de ensino aberto, que estimulem o desenvolvimento dos diversos potenciais individuais dos alunos”. De acordo com Veiga citado por Neira (2006, p.138-139), a proposta do Projeto Político Pedagógico (PPP) é muito mais do que um [...] “simples agrupamento de planos de ensino e atividades diversas”, é o planejar e realizar [...] “antevendo um futuro diferente do presente”. Nessa perspectiva, o Projeto Político Pedagógico, [...] “deve ser coletivamente vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da escola”.

Logo, entende-se que as propostas pedagógicas da Educação Física precisam estar vinculadas ao PPP escolar e aos norteadores da Educação Nacional.

Entretanto, existe uma grande variedade de tendência e caminhos que confunde o professor e dificultam a implementação das leis que regi a educação nacional no tocante aos seus pressupostos teóricos.

Na tentativa de elucidar os possíveis caminhos metodológicos da Educação Física, investigaremos agora as tendências, abordagens, concepções e perspectivas desta área de conhecimentos.

O artigo de BARBIERI et al (2009) faz um panorama da prática docente dos professores de Educação Física e constata que as metodologias ligadas a aptidão física ainda são predominantes no espaço pedagógico, os referidos autores fizeram uma analise dos artigos publicados na RBCE (Revista Brasileira de Ciências do Esporte  de 2009). Os autores supracitados fazem uma contextualização histórica da temática com as teses de Mello (2009) e de Castellani Filho (1999) para construir o panorama inicial de discussões.

Segundo Castellani Filho (1999) as teorias da Educação Física apresentadas são as seguintes: não-pro­positivas, propositivas, propositivas não sistematizadas e propositivas sistematizadas. 

 

2.2 TEORIAS NÃO-PROPOSITIVAS                       

 

As teorias não propositivas segundo este autor seriam aquelas que não expõem a dinâmica curricular e o tratamento dado ao conhecimento, sendo então conceituadas como abordagens e entre elas temos: a abordagem Fenomenológica; Sociológica e a abordagem Cultural.

 

2.2.1 Teoria fenomenológica

 

A abordagem fenomenológica é fomentada pelos seguintes pesquisadores: Silvino San­tin e Wagner Wey Moreira (CASTELLANI FILHO 1999). O termo fenomenologia segundo Basei (2008 apud CASTELLANI FILHO 1999) é o estudo do fenômeno, ou seja, é uma corrente filosófica do século XX, já no âmbito da Educação Física trata-se de visão filosófica desta disciplina e suas relações com o meio, com o movimento humano, onde temos as relações: sujeito-espaço, sujeito-tempo, sujei­to-objetos.

O referido autor enfoca que esta teoria busca o desenvolvimento de tomada de decisão e autonomia por parte dos alunos, dentro de uma prática lúdica onde exista cooperação e socialização com os outros colegas.

 

2.2.2 Teoria sociológica

 

Na abordagem sociológica Castellani Filho (1999) e Palafox e Nazari (2007) aponta que o principal pensador desta teoria é Mauro Betti. Nas suas pesquisas Betti refere o esporte como um conteúdo da Educação Física, contudo o autor salienta que o mesmo precisa ser tratado pedagogicamente de maneira a criar nos alunos atitudes, habilidade e conhecimento que possam tornar os mesmos detentores da cultura esportiva (BET­TI, 1991 p.16).

 

2.2.3 A teoria cultural

 

Na abordagem cultura temos Jocimar Daolio como seu fomentador, para este autor a Educação Física é uma parte da grande cultura humana, sendo ela elaboradas historicamente ao longo do tempo responsável por um conjunto de práticas ligadas ao movimento dos seres humanos (DAOLIO, 1995, p. 25). No pensamento do autor a prática de Educação Física é um tratar da cultura corporal, ou seja, ele entende que ao trabalharmos a Educação Física devemos levar em consideração que estamos interferindo na cultura corporal existente neste individuo, logo devemos respeitar as variadas culturas existentes, neste entendimento, o trabalhar com o corpo e sua cultura interfere na sociedade a qual o individuo faz parte.

 

2.3 TEORIAS PROPOSITIVAS I

 

Para Castellani Filho (1999) as teorias propositivas são aquelas [...] “pedagogias que propõem uma metodologia de trabalho” [...], o autor ainda divide as teorias propositivas em sistematizadas e não sistematizadas.

As teorias não sistematizadas seriam uma nova conformação (amoldamento) nas aulas de Educação Física, por isso, o autor atribui a estas teorias a ideia de concepções, já que não sistematizam os conteúdos que devem ser trabalhados nas aulas.

 

2.3.1 Concepção desenvolvimentista

 

Nesta concepção o referencial teórico principal é Go Tani, para ele, devemos   oportunizar e  possibilitar o pleno desenvolvimento motor das criança de maneira que ao chegarem aos 12 anos já tenham desenvolvido o repertorio motor básico. No entendimento de Go Tani todas as demais capacidades humanas estão atreladas ao desenvolvimento motor,  este fato, coloca o desenvolvimento afetivo-social, cognitivo e o condicionamento físico adequado  como um resultado do bom desenvolvimento motor (MANOEL; KOKUBUN; TANI et al. 1988). Dentro deste entendimento o movimento humano é concebido como objeto de estudo da Educação Física, sendo o foco desta concepção o desenvolvimento da motricidade humana.

 

2.3.2 Concepção construtivista

 

Na área de Educação Física escolar o principal pensador construtivista é João Batista Freire, ele entende que as crianças precisam desenvolver capacidade e noções como a lógica-matemática, estas capacidades tão necessárias na vida escolar poderiam se desenvolver de maneira lúdica e divertida se os jogos e brincadeira pudessem ser valorizados e desenvolvidos dentro da escola.

De acordo com este autor os jogos e brincadeiras são conteúdos privilegiados nas aulas, além disto, existe a valorização da utilização de matérias alternativa. Nesta concepção as aulas devem ser desenvolvidas dentro de um contexto que dê vazão ao desenvolvimento motor em conjunto com a cognição, afetividade e sociabilização (FREIRE e SCAGLIA 2003).

Neste mesmo contexto construtivista Palafox e Nazari (2007) apontam a motricidade humana como o objeto de estudo da Educação Física, para estes autores a motricidade humana seria um conjunto de habilidades que permitem aos homens construírem o conhecimento e se expressar. Dentro da ideia dos autores Palafox e Nazari (2007) o foco principal desta concepção seria a educação dos sentidos, educação da motricidade e dos símbolos.

 

2.3.3 Concepção plural

 

Com o desenvolvimento de pesquisa no campo da abordagem cultura Jocimar Daolio e Tarcísio Mauro Vago fomentam a concepção plural, estes pesquisadores entendem que nas aulas de Educação Física existem inúmeras exclusões, sendo responsabilidade dos professores desenvolverem aulas que incluam todos os alunos a despeito de suas diferenças.

 

 

 

 

 

2.3.4 Concepção de aulas abertas

 

O idealizador desta concepção é Reiner Hildebrandt. Os autores Hirai e Cardoso (2006) referem que as aulas são orientadas nos alunos, na comunicação, no processo e na problematização.  Esta concepção abre aos alunos a participação autônoma nas aulas, onde os mesmos podem interferir de maneira significativa e em conjunto com o professor.

 Resumidamente Palafox; Nazari ( 2007 p. 1 apud BARBIERI 2009) enfoca os principais pressupostos desta concepção.

 

Objetivos Gerais: Trabalhar o mundo do movimento em sua amplitude e complexidade com a intenção de proporcionar, aos participantes, autonomia para as capacidades de ação. Seria­ção Escolar: Pode ser trabalhada dentro da atual estrutura curri­cular escolar. Preocupa-se mais em como trabalhar, acessar e tornar significativo os conteú­dos aos participantes. Conteú­dos Básicos: O mundo do mo­vimento e suas relações com os outros e as coisas.

 

 

2.3.5 Concepção crítico-eman­cipatória

 

A concepção em questão coloca o esporte e suas modalidades como conteúdo que fomentam a formação do individuo, seu idealizador principal é Elenor kunz, este autor contextualiza a prática da Educação Física escolar apontando que esta precisa transformar sua atuação em tarefas pedagógicas desejadas, isto é, o esporte precisa ter uma função enquanto conteúdo da Educação Física, ele deve ser o meio de desenvolver formação política e social, igualmente a todo conteúdo trabalho dentro de qualquer disciplina pedagógica da escola.

De acordo Kunz 1996 (apud BARBIERRI 2009) nes­sa concepção da Educação Física de­ve possibilitar um conhecimento que transcenda mera prática esportiva, necessita-se desenvolver a comunicação, relacionamento so­cial, saberes político, econômico e cultural, bem como, conhecimentos relacionados à saúde.

 

2.4 TEORIAS PROPOSITIVAS II

 

            No pensamento de Castellani Filho (1999) as teorias propositivas sistematizadas são: a crítico-superadora e a aptidão física, estas perspectivas apresentam em seu bojo uma metodologia e uma sistematização dos conteúdos.

           

2.4.1 Crítico-superadora

 

Os principais referências da perspectiva crítico-superadora são expostos no livro Coletivos de Autores (1992), onde os autores Soares, Taffarel, Varjal, Bracht, Castellani Filho  fomentam os principais pressupostos desta tendência pedagógica.

A tendência pedagógica crítico-superadora tem uma estrutura de cunho marxista, segundo a qual a Educação Física é uma prática pedagógica que tematiza atividades corporais como: jogos, lutas, ginásticas, esportes e danças, estes conteúdos fazem parte de uma área do conhecimento chamada de cultura corporal do movimento (SO­ARES, TAFFAREL; VARJAL et al. 1992, p. 50). Essa perspectiva tem três características de reflexão pedagógica: o diagnóstico, onde constatamos e lemos a realidade; a reflexão judicativa que indica um julgamento da realidade através da ética do interesse das classes sociais; a teleológica que apresenta um objetivo específico das ações docentes.

Segundo Barbierri (2008) esta tendência pedagógica deve partir do conhecimento dos alunos e da sua realidade histórico-social para que possa ocorrer a leitura da realidade social vigente, ou seja, os alunos são incentivados a serem sujeitos históricos capazes de interferir na sua realidade social.

Essa perspectiva pretende transformar o sistema escolar organizado em séries para uma organização em ciclos escolares, onde as aulas tenham introdução, desenvolvimento e avaliação final. Além de tudo isto, esta tendência busca o regate histórico dos conteúdos a serem trabalhados nas aulas de Educação Física.

 

2.4.2 Aptidão física

 

Vitor Mat­sudo é o principal teórico desta tendência pedagógica. Segundo Barbierri (2008) essa perspectiva tem como base conceitual as questões biológicas, sendo de grande importância para a sociedade capitalista por fomentar os padrões de um sujeito forte, ágil, empreendedor e adaptado aos mecanismos sociais da classe dominante. O esporte é o principal conteúdo pelo qual a aptidão física e o rendimento esportivo são desenvolvidos, as aulas possuem uma estrutura de treino esportivo: aquecimento, parte principal e volta a calma.

    Notadamente vimos as variadas tendência, abordagens e concepções pedagógicas da Educação Física e percebemos a complexa construção de entendimentos que se estrutura, observamos nas discussões dos vários autores que existe uma heterogeneidade no entendimento, contudo cada forma de entendimento contribui para a formação de um corpo conceitual significativo, levando em consideração seus conceitos e pressupostos.   

              Os norteadores da educação nacional (CFB, PCNs, LDB e PPP) organizam o suporte que favorece uma educação voltada para a formação da cidadania, Logo, entende-se que as propostas pedagógicas de qualquer disciplina precisam estar vinculadas ao PPP escolar e aos norteadores da Educação Nacional.

              Em relação aos principais pensadores da Educação Física (Freire, Betti, kunz, Go Tani, Soares, Taffarel, Varjal, Bracht, Castellani Filho, Daolio entre outros) podemos discorrer que cada  um deles apresenta conceitos que de certa maneira contribuem na ampliação dos conteúdos curriculares da Educação Física, embora alguns não elaborem propostas sistematizadas de conteúdos.

              Neste entendimento devemos buscar uma construção que dê corpo teórico significativo para Educação Física, já que devemos ultrapassar a fase de especulação teórica (entendimento das tendências pedagógicas) durante nossa formação inicial.  

              Por assim entender, não devemos nos concentrar exclusivamente em elaborar novas tendências pedagógicas, mas também em articular os conhecimentos que já existem de maneira a fomentar saberes pedagógicos que possam ser aplicados na prática escolar.

Segundo Libâneo (1994 p.122) as ações docentes devem ser pautadas em um modelo de homem e sociedade desejado, ou seja, o professor de Educação Física vivencia uma grande variedade de tendência e caminhos que causa confusão conceitual, sendo importante desmistificar toda entrelaçada teia de teorias, para que o mesmo passa construir os conceitos de homem e sociedade expressos pelo autor. 

Como vimos nas discussões de Castellani Filho (1999) as teorias não-pro­positivas e propositivas, formam as abordagens, concepções e perspectivas atuais. Discutindo os pressupostos das tendências, partimos da abordagem fenomenológica, sociológica e cultural essas teorias não apresentam uma metodologia e uma sistematização dos conteúdos para Educação Física, elas se preocupam em trazer ideias e conceitos do que é Educação Física, seja no ramo filosofia ou na sociologia.

Posteriormente percebemos a busca por uma nova roupagem para as aulas nas concepções desenvolvimentista, construtivista, plural, aula aberta e crítico-eman­cipatória. As duas primeiras preocupam-se com a motricidade humana e sua relação com os aspectos afetivo, cognitivos e sociais, busca-se através de jogos e brincadeiras desenvolver estes aspectos. A concepção plural e aulas abertas fomentam idéias sobre a relação entre professor e alunos e o processo de aprendizado, onde, busca-se a participação autônoma e a inclusão de todos a despeito das diferenças, já na crítico-emancipatória o esporte passa a ser um meio de promoção da formação política, social e culturais dos alunos de maneira transcendente. 

Na linha propositiva sistematizada, segundo o autor Castellani Filho (1999) encontramos as tendências pedagógicas Crítico-Superadora e da Aptidão Física, a primeira estruturada numa visão marxista dos conflitos das classes sócias e a outra, dentro de um entendimento capitalista e biológico do homem, essa tendência se antagonizam nas discussões de seus pressupostos teóricos, porém apresenta uma metodologia e sistematização curricular para Educação Física. 

              As discussões aqui apresentadas não se intitulam como conclusivas mais abrem o leque de possibilidade que busquem soluções cabíveis, consequentemente a fragmentação teórica deve ser superada pela sistematização consciente e crítica durante formação docente inicial, criteriosamente precisamos desenvolver uma consciência crítica em relação as correntes pedagógicas e seus métodos e pressupostos, assim encontraremos subsídios que construam uma convergência da contribuição de cada corrente.

 

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Não existe uma corrente pedagógica ideal, onde todos os problemas do processo de aprendizagem sejam superados apenas pela sua utilização, porém existe a possibilidade de construir formas de entendimento das múltiplas correntes, e então, convergir na contribuição que cada uma delas pode proporcionar a formação do sujeito de maneira integral. Assim devemos unir os vários caminhos não em um consenso demagogo ou medíocre, mas em um consenso rico de possibilidades e entendimento.

Portanto precisamos entender a importância de uma formação inicial contextualizada, crítica e reflexiva que promova uma construção do saber pedagógico para Educação Física, saber este, vinculada aos norteadores da Educação Nacional e aos seus principais pensadores a despeito das inúmeras teorias existentes.

O presente trabalho deixa uma página aberta para possíveis estudos que possam viabilizar a convergência das teorias da Educação Física, sabedores das nossas limitações e desejosos que outros procurem prosseguir nesta linha de pesquisa e possam construir no futuro um referencial teórico que fomente os saberes da cultura corporal.

 

REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição (1988).  Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1998.

______, Ministério da Educação e do Desporto.  Secretaria de Educação Fundamental.  ... de 1996 Lex:  Leis de Diretrizes e Bases da educação Brasileira (LDB).  Brasília: 1996.

______, Brasil. Secretaria de Educação Fundamental.  Parâmetros curriculares nacionais: ... Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

BASEI, A. P.. O pensamento fenomenológico e a Edu cação/Educação Física: possibilidades de construção do conhecimento a partir do mundo vivido dos sujeitos. Revista Digital EF DEPORTES, Buenos Aires, a. 13, n. 119, abr. 2008. Disponível em:http://www.efdeportes.com/efd119/o-pensamento-fenomenologico-e-a-educacao-educacao-fisica.htm. Acesso em: novembro de 2012

BARBIERI, aline fabiane; PORELLI, ana beatriz gasquez; MELLO, rosângela aparecida. Abordagens, concepções e perspectivas de educação física quanto à metodologia de ensino nos trabalhos publicados na revista brasileira de ciências do esporte (rbce) em 2009, Motrivivência Ano XX, Nº 31, P. 223-240 Dez./2008. Acesso em: 20 de novembro de 20012.

BETTI, M. Educação Física e Sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.

CASTELLANI FILHO, L. A Educação Física no Sistema Educacional Brasileiro: percurso, paradoxos e perspectivas. (Tese apresentada à Universidade Estadual de Campinas) Campinas, 1999.

DAOLIO, J. Os significados do corpo na cultura e as implicações para a Educação Física. Movimento, a. 2, n. 2, p. 24-28, jun. 1995.

DAOLIO, J. Educação Física Escolar: em busca da Pluralidade. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, supl.2, p.40-42, 1996.

FREIRE, João Batista; SCAGLIA, Alcides José. Educação como Prática Corporal. São Paulo: Scpione, 2003.

HIRAI, R. T.; CARDOSO, C. L. Para a compreensão da concepção de “aulas abertas” na educação física escolar: orientada no aluno, no processo, na problematização, na comunicação e... , Motrivivência, a. XVIII, n. 27, p. 119-136, dez. 2006.

KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do Esporte. Ijuí: Unijuí. 1996.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994

NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física: desenvolvendo competências, 2.ed – São Paulo: Phorte, 2006

MANOEL, E. J.; KOKUBUN, E.; TANI, G., et al. Educação Física Escolar: Fundamentos de uma Abordagem Desenvolvimentista. São Paulo: EPU: EDUSP, 1988.

MELLO, R. Ap. A necessidade histórica da Educação Física na Escola: a emancipação humana como finalidade. (Tese apresentada à Universidade Federal de Santa Catarina) Florianópolis, 2009.

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SOARES, C. L.; TAFFAREL, C. N.; VARJAL, E.; et al. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo, Cortez, 1992.

 

 

 

 

 


[1]Maico Regis Silva Graduado em Educação Física licenciatura e em Educação Física Bacharelado pela ESTÁCIO – FAL e Pós-Graduando em Metodologia da Educação Física pela FATEC/FACINTER. Atua como Profº da Escola pública João Batista Pereira do município de Arapiraca, Profº da escola pública NSPS do município de Maribondo, atua também como Profissional de Educação Física na ONG ADEFIMAR (Associação de Deficientes Físicos de Maribondo) CREF 001395-G/AL.

[2] Roseane de Fátima Guimarães, Professora de Educação Física (Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR)), Especialista em Psicomotricidade (Centro Universitário UNIFAE) e Mestre em Educação Física (Universidade Federal do Paraná (UFPR)), orientadora de TCC do Grupo Uninter.

 


[1]Maico Regis Silva Graduado em Educação Física licenciatura e em Educação Física Bacharelado pela ESTÁCIO – FAL e Pós-Graduando em Metodologia da Educação Física pela FATEC/FACINTER. Atua como Profº da Escola pública João Batista Pereira do município de Arapiraca, Profº da escola pública NSPS do município de Maribondo, atua também como Profissional de Educação Física na ONG ADEFIMAR (Associação de Deficientes Físicos de Maribondo) CREF 001395-G/AL.

[2] Roseane de Fátima Guimarães, Professora de Educação Física (Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR)), Especialista em Psicomotricidade (Centro Universitário UNIFAE) e Mestre em Educação Física (Universidade Federal do Paraná (UFPR)), orientadora de TCC do Grupo Uninter.

 

Comentários

Por Roberto Affonso Pimentel
em 15 de Maio de 2013 às 08:36.

E agora Marcos e Roseane? O que farão daqui para a frente?

Mais um trabalho para as repletas prateleiras universitárias!

 


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