·         blogs e colunas

·         

·        Opinião do sr. Robson Lessa colunista em

         http://www.aquiacontece.com.br/index.php?pag=blog&b=12

» robson lessa | esporte

Dentista por formação e apaixonado pelo esporte por opção.

Jogos Estudantis da Primavera traz à tona velhos problemas de Penedo-AL

Mesmo com o enorme sucesso, que tem caracterizado o início da edição 2010 dos Jogos Estudantis da Primavera de Penedo, algumas verdades saltam aos olhos desse humilde colunista, verdades essas que, me permitam, passo a comentar com vocês nesse blog.

Primeiro que tudo, não podems nos iludir diante da verdade máxima: o nível técnico dos nossos jovens, nos mais diversos esportes, deixa muito a desejar. Diante dessa constatação, passamos aos questionamentos: porque isso está acontecendo? será culpa dos garotos que não estão dando a devida importância à prática desportiva? serão os professores, os verdadeiros responsáveis por esse triste quadro, ao não ensinarem noções básicas e fundamentais de iniciação ao desporto, qualquer que seja? porventura, a escassez de locais apropriados para a prática das atividades desportivas na nossa cidade também contribui para essa verdade?

Aqui pra nós, acho que todos esses tópicos juntos, tem sido fundamentais para que esse quadro, que vem sendo apresentado à muito tempo, permaneça por um longo e angustiante período no nosso "Principado de Penedo".

A falta de talento existe, sim, está evidente, mas por conta disso é que o trabalho de garimpagem deve ser intensificado, principalmente pelos responsáveis por essa área, nas escolas do nosso município. Não podemos cruzar os braços e esperar que apareçam "Pelés", "Neymares", "Gibas", "Dantes" e etc, mesmo diante da máxima que diz: o talento não escolhe onde vai nascer. Acredito que o trabalho de revelação de craques, os mais diversos e nas mais diversas modalidades, precisam ser intensificados, pois só assim, esses jovens poderão eclodir e mostrar o seu potencial.

Vou deixar a parte dos "mestres da Educação Física" por último. Antes disso, quero me ater à velha, cansada e repetitiva história da falta de espaços para a prática das atividades esportivas na nossa querida Penedo. Sinceramente, não entendo como funciona o sistema que aí está. Se a disciplina de Educação Física é obrigatória nos estabelecimentos de ensino, como permitem que se construam escolas sem um local apropriado para tal fim? Pois aqui em Penedo existem inúmeros colégios sem quadras poliesportivas, fato que, ao meu ver, é um verdadeiro absurdo. E não me venham com a balela que a disciplina pode ser ensinada dentro da sala de aula. Eu dou um doce pra quem descobrir talentos, trabalhando apenas dentro da sala de aula.

Por último, já pude constatar a falta de preparo de alguns profissionais do ramo para o exercício da profissão. Falta de noções básicas tipo fundamentos, ausência de preparo físico e emocional adequados, além do não conhecimento das regras dos esportes que estão praticando, mostram claramente que alguns "mestres" desse ofício, estão precisando melhorar. Só para vocês terem uma noção do que estou dizendo, ontem à noite (19/10), durante uma partida de futsal, esporte amplamente difundido no seio dos nossos jovens, uma equipe foi obrigado a tirar quatro ou cinco saídas de bola, pois seus jogadores não tinham conhecimento que a bola tem que ser rolada para a frente e não para trás, como assim procedera, É o fim do mundo, um negócio desse. Estou citando apenas um exemplo, assim mesmo de um esporte ultra popular. Imagine se for comentar aberrações de handebol ou outro esporte de menor popularidade. Portanto, só me cabe, na categoria de desportista da terra e torcedor das coisas de Penedo, pedir para que alguns "profissionais sabidos", deixem a soberba de lado e se conscientizem que a humildade cabe em qualquer lugar das nossas vidas, por isso, não custa nada demais estudarem mais um pouquinho. Me desculpem a franqueza, mas é para o bem de todos, inclusive de vocês próprios, que pensam saberem tudo. 

Resposta:

Prezado odontólogo e colunista sr. Robson Lessa. Parabenizo-o antes de tudo pela coluna e por oportunizar através de sua abordagem a temática referente ao desenvolvimento do conteúdo esportes nas aulas de Educação Física e demais colocações como:a ação e as metodologias pedagógicas dos profissionais da disciplina , as condições de trabalho oferecido aos mesmos e principalmente na inexistência ou total inadequação das escolas quanto aos espaços físicos destinados às aulas de Educação Física.

Permita-me alguns esclarecimentos:

A disciplina Educação Física, é componente curricular obrigatório na Educação Básica Brasileira Área  I - Conhecimentos Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, fazendo inclusive parte do Exame Nacional do Ensino Médio-ENEM, adotado pelo MEC como acesso às universidades e faculdades do Brasil.Desde 1996, objetiva a formação  da cidadania dos alunos como seres integrais. A prática pela prática foi abolida da atual Educação Física. O esporte é apenas um dos conteúdos da disciplina: dança, lutas, jogos e brincadeiras populares são os outros da Cultura Corporal de Movimento concepção adotada pelo Sistema Educacional de Alagoas. O professor, portanto, não é obrigado por nenhuma circunstância a desenvolvê-lo prioritariamente em suas aulas. Caso assim opte metodologicamente, deve desenvolvê-lo sob princípios onde a inclusão, alteridade, co-educação, cooperação, participação,regionalização,emancipação estejam presentes  e estimulados , bem como valores e princípios sociais , estéticos,éticos e morais para e com os seus alunos.A descoberta de talentos esportivos ,não é objetivo das aulas de EF, cabe encaminhamento , caso seja detectado essa possibilidade  às Secretarias de Esportes que deverão, absorver e estruturar essa demanda.Como construção de conhecimentos e vivências,o esporte deverá ser oportunizado aos alunos através das técnicas de diversas modalidades , inclusive universalizando esse conhecimento com modalidades incomuns ao seu meio ,regras dentro dos princípios supra citados, ou  seja ,o desporto educacional, praticado no sistema de ensino e em formas assistemáticas de educação, deverá evitar a seletividade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer. Essa observação consta da Lei que regulamenta o Desporto Nacional. Quanto aos "profissionais" , assim como em outras profissões ,admito que em alguns casos, precisamos melhorar e muito a qualidade dos serviços prestados à sociedade. Principalmente no que diz respeito ao cumprimento da Lei que regulamenta a profissão que exige professores licenciados, registrados no Conselho Federal de Educação Física. Infelizmente o próprio poder público, ainda descumpre a Lei principalmente nos municipais, "burlando-a”, contratando, ou admitindo em suas escolas o que qualificamos de chumbetas".

Na rede estadual de Alagoas avançamos, pois, existe a LEI Nº 6.739, DE 4 DE JULHO DE 2006,que  disciplina a Educação Física bem como Pareceres do Conselho Estadual de Educação que normatizam a matéria.

Em relação às aulas em sala de aula (vídeo, biblioteca, laboratório, e outros), podem e devem existir se essa, repito, for a opção metodológica do professor.

Torna-se espaço de aprendizagem e construção de conhecimento se assim for determinado e orientado fazendo parte da ação pedagógica do mesmo com seus alunos.

Em relação aos espaços físicos que as escolas brasileiras destinam, quando existentes, é uma conquista paulatina, visto o reconhecimento e a importância da disciplina na formação das crianças, jovens e adultos, da própria responsabilidade social da educação e do direito das pessoas (alunos e professores) a terem espaços dignos para desenvolverem seus conhecimentos. Esses espaços físicos devem ser cobrados pela sociedade, não apenas as quadras, que, aliás, devem ser cobertas, mas ginásios, piscinas, pistas vestiários, banheiros e outros, bem como, materiais e equipamentos inerentes.É fato que estamos progredindo ,em educação tudo é lento, depende especificamente no caso da Educação Física em modificar um imaginário social,de “desconstruímos”  o constituído através dos anos  principalmente  do pontificado pelo fator apenas \"esportivizante\", como único e determinante fator relevante. Não somos contra o esporte, absolutamente, somos a favor do espaço especifico com qualidade, onde se abranja a saúde, constituição social e familiar, financeira, profissional e, sobretudo educacional para a cidadania do praticante que vislumbra através do seu potencial atlético esse universo.

É necessário avançar nas concepções sociais, na evolução das posturas, para além dessa possibilidade, alertar os riscos e perigos; é nosso dever social e de educador. Devemos como profissionais da Área de Saúde, influenciarmos na qualidade de vida das pessoas, na busca da prevenção das doenças, de hábitos saudáveis, inclusive em questões nutricionais, e outros contribuindo na diminuição dos fatores de risco (hipertensão, infarto, diabetes ,etc) advindos da obesidade, sedentarismo, e demais doenças que pululam na sociedade moderna agravados  inclusive pela ausência de políticas públicas que ainda não superamos.

Quanto a questão em tela , Jogos estudantis, sob qualquer espectro , precisam ser repensados como oportunidades de integração, solidariedade ,de competição saudável com organização e regulamentos competentes concernentes as realidades e objetivos apresentados na égide do contexto educacional, sobretudo atendendo a qualidade em todos os aspectos.

Diante do exposto, informo-lhe que no mês de junho passado realizamos o I FÓRUM DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES DA REDE PÚBLICA DO ESTADO DE ALAGOAS, contamos com a participação de 850 pessoas, professores de Educação Física do Sistema Educacional de Alagoas,professores doutores e mestres convidados de diversas universidades brasileiras,

( UFAL, UFBA, UFMG, UFRN) FAL, IBESA, FACESTA, representantes do CONFEF, SINTEAL, CEE, SEMED-Maceió,MEC, ME, onde Alagoas pioneiramente retirou a Moção para modificação do ART. 26 da LDB , retirando as dispensas\" das aula da EF, aprovado  por unanimidade pela plenária e conduzido ao Conselho Federal de Educação Física junto ao Conselho Nacional de Educação e o Congresso Nacional.As políticas públicas foram alvo de discussão dos eixos norteadores, que irão embasar a CARTA DE MACEIÓ, encaminhando aos gestores de maneira legítima diversas questões , da Educação Física Escolar e do Esporte em nosso estado.São avanços que precisamos comemorar , pois são significativos para a conquista de espaços imprescindíveis á ação dos profissionais e a consecução dos nossos objetivos.

Espero ter contribuído para o esclarecimento de alguns elementos mediante a vastidão de aspectos e a exiguidade do espaço.

Profª Laudicéa Ivo 

Coordenadora GEPEF-AL

Comentários

Nenhum comentário realizado até o momento

Para comentar, é necessário ser cadastrado no CEV fazer parte dessa comunidade.