Cevnautas da AMA, algum tem mais informação sobre a comemoração do 21 de setembro? Laercio

 Projeto da UFSCar oferece atividades físicas, esportivas e de lazer adaptadas a pessoas com deficiência

PROAFA visa, além de promover maior inclusão social, despertar o prazer pela descoberta do corpo deficiente e de suas possibilidades

Na próxima sexta-feira, 21 de setembro, é celebrado no Brasil o Dia da Luta dos Portadores de Deficiência. No país, segundo dados do Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), 24% da população, ou 45 milhões de brasileiros, declararam ter algum tipo de deficiência. São pessoas que apresentam dificuldade de enxergar, ouvir ou deficiência motora, seja porque nasceram com o problema, ou mesmo vítimas de doenças e acidentes.

O resultado divulgado pelo Censo mostra o tamanho do desafio de dar uma vida digna a milhões de brasileiros. Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), várias pesquisas e projetos de extensão acontecem com o objetivo de proporcionar maior inclusão a essas pessoas.

Um deles é o PROAFA (Projeto Atividades Físicas, Esportivas e de Lazer Adaptadas a pessoas com deficiências), que há seis anos trabalha com deficientes realizando atividades físicas, esportivas e de lazer, visando despertar o prazer pela descoberta do corpo deficiente e de suas possibilidades.

Segundo a coordenadora do projeto, professora Mey Van Munster, do Departamento de Educação Física e Motricidade Humana (DEFMH), o PROAFA surgiu para diminuir a restrição de pessoas com deficiência em vários aspectos da sociedade. “A pessoa com deficiência, usualmente prejudicada por não ser respeitada em suas diferenças, ainda fica exposta a outros fatores que dificultam o usufruto de suas práticas corporais, por uma incapacidade da sociedade em assimilar e atender as respectivas necessidades especiais”, conta a docente.

Mey Van Munster relata que a negligência a esse público varia desde a falta de infraestrutura básica, que impede o transporte e acesso às instalações físicas para a prática de esporte e lazer, às questões de tratamento humanitário, como o preconceito e a desinformação, que acabam por não permitir que essas pessoas com algum tipo de deficiência tenham um convívio social que possa ser considerado normal.

No intuito de superar essas dificuldades, atualmente, o PROAFA atende cerca de 50 pessoas, entre bebês, crianças, jovens, adultos e idosos. São oferecidos treinos de handebol em cadeira de rodas, direcionado a pessoas com deficiências físicas, causadas por sequela de poliomielite, amputação de membros inferiores ou lesão medular; e natação, onde são atendidas pessoas com deficiências visuais, intelectuais, causadas por Síndrome de Down ou atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, além de pessoas com deficiências físicas, causadas por lesão medular, traumatismo craniano, AVC (Acidente Vascular Cerebral), paralisia cerebral, mielomeningocele, distrofia muscular, entre outras.

Durante o inverno, quando as temperaturas das piscinas dificultam a adesão dos participantes às atividades aquáticas, também são desenvolvidos outros trabalhos nas instalações esportivas da UFSCar, tais como Bocha, Basquetebol em Cadeira de Rodas, Rugbi em Cadeira de Rodas, Atletismo, Tênis em Cadeira de Rodas, Dança, Ciclismo, entre outros esportes.

Segundo Mey, o exercício físico decorrente da natação e do esporte sobre rodas promove as melhorias nos sistemas cardiorrespiratório e locomotor dos praticantes. “Os benefícios físico-motores auxiliam diretamente na capacidade de locomoção, contribuindo para o desempenho das atividades de vida diárias dos participantes. Devido às melhoras no equilíbrio e fortalecimento muscular, são observadas evoluções no padrão locomotor, nas transferências e, sobretudo, nas habilidades físicas específicas relacionadas às atividades esportivas”, conta a coordenadora do PROAFA.

Mey também ressalta que após meses frequentando hospitais e unidades de reabilitação, a frequência a um local de acesso público, tal como uma academia de ginástica ou parques esportivos, pode consistir em um fator de estímulo e motivação ao programa de reabilitação desses pacientes.

O atendimento na área de Educação Física, caracterizado pelas intervenções grupais e coletivas, também favorece a convivência e a troca de experiências entre os próprios participantes do projeto, incentivando a sociabilização.

Segundo a docente, a maioria deles apresentam melhoras em aspectos psicossociais, tais como autoestima, autoconfiança e aceitação pessoal. “Alguns dos participantes do PROAFA acabam ainda descobrindo um talento especial para o esporte. Hoje temos atletas com deficiência com importantes resultados em Jogos Regionais e Abertos. No Handebol em Cadeira de Rodas fomos campeões e duas vezes vice-campeões na modalidade. Tais resultados apenas reforçam nossa convicção no potencial de superação das pessoas com deficiências”.

Claudemir Zeferino, 37 anos, sofreu uma lesão medular e, por isso, participa do PROAFA há quatro anos. Ele conta que seu processo de adaptação foi mais rápido do que o tempo médio considerado pelos médicos graças à sua participação no projeto: “Aqui a nossa cabeça fica mais aberta, me sinto útil e nossa autoestima melhora muito”, conta o atleta. Já Gilberto Donizetti, 52 anos, teve paralisia infantil, e há dois anos participa do PROAFA. Gilberto ficou sabendo do projeto pela televisão e resolveu se inscrever. Hoje, o atleta é medalha de ouro em lançamento de dardo e disco e arremesso de peso. “O espírito competitivo faz com que a gente deixe qualquer diferença para trás. A convivência também ajuda muito. Dessa maneira, nós vemos que o nosso problema pode ser pequeno perto do problema dos outros”, reflete Gilberto.

Orientados pelo princípio de integração entre ensino, pesquisa e extensão, são os próprios graduandos do curso de Educação Física e da Pós-Graduação em Educação Especial da UFSCar, que desenvolvem as atividades do PROAFA. O projeto tem o apoio da Pró-Reitoria de Extensão (ProEx), e da Unidade-Saúde Escola (USE) da UFSCar, da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer da Prefeitura Municipal de São Carlos e da Academia Vibração.

As atividades acontecem às terças e quintas-feiras, na Academia Vibração em São Calos, e às quartas e aos sábados no Ginásio da UFSCar. Interessados em participar das atividades são submetidos a uma entrevista inicial (ou um responsável) e, após conhecer a história de vida da pessoa e seus interesses, é feita a indicação para uma determinada atividade ou grupo. Mais informações pelo telefone  (16) 3351-8294 .

 Projeto da UFSCar oferece atividades físicas, esportivas e de lazer adaptadas a pessoas com deficiência

FONTE: http://bit.ly/dia_do_deficiente

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