Pessoal, a SOBAMA tem representante em Alagoas Laercio
Parceria leva atividade motora gratuitamente 12h49, 09 de abril de 2010
Além do preconceito, crianças, adolescentes e adultos portadores de deficiência mental e síndrome de Down enfrentam outra dificuldade: a de não dispor de atividades físicas especialmente programadas para atender a suas necessidades. Para essas pessoas, a prática de exercícios contribui significativamente para a melhoria de habilidades motoras e o convívio social. Em Alagoas, uma parceria com a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), vem mudando isso. As aulas de atividade físico-motora, realizadas no Sesc Poço, com equipamentos especiais e professor especializado no trabalho com excepcionais – o gaúcho Marcel Medeiros –, têm, atualmente, a participação de 20 alunos.
A Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada (Sobama) define que a atividade motora se diferencia da educação física por corresponder a um conjunto de atos intencionais que visam melhorar e promover a capacidade para o movimento considerando-se as diferenças individuais e as disparidades em contextos inclusivos. Já a educação física é utilizada para definir o trabalho com indivíduos em idade escolar. O trabalho realizado no Sesc se define cientificamente como atividade motora, mas é certo que, no dia-a-dia com os alunos, traz mais do que resultados motores. “Desde que as atividades esportivas começaram percebemos mudanças significativas no comportamento das crianças. Parte dessas mudanças está relacionada com a socialização. Para eles, é fundamental conviver com pessoas diferentes. Um exemplo disso está na atitude de um de nossos alunos que, antes das atividades, não levantava a cabeça. Hoje ele abraça os amigos” conta a professora Arli Calheiros, diretora da escola da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).
Embora a parceria da Apae com o Sesc Alagoas já exista há três anos, o projeto voltado para atividade motora começou em março de 2010 e atende deficientes físicos e mentais de todas as idades. “Todas as crianças e adolescentes atendidos pela Apae têm uma situação financeira difícil e, justamente por isso, a maioria das famílias acaba deixando-os muito em casa, sem atividade. Foi quando surgiu essa parceria com o Sesc Alagoas. Os nossos usuários adoram participar das ações realizadas especialmente para eles, como as atividades esportivas e o momento de lazer no Sesc Guaxuma. Algumas dessas crianças nunca tinham visto uma piscina! E agora, graças a essa parceria, elas têm acesso. Para eles, é um sonho”, diz Arli Calheiros.
O educador físico Marcel Medeiros falou sobre o trabalho psicológico realizado durante as aulas de educação motora: “Antes de começar as aulas eu procuro fazer uma anamnese [técnica usada para rememorar fatos vividos]. Relembrar os fatos da vida que se relacionam com a doença é muito importante para que lidemos melhor com as dificuldades de cada um”, explica. A cada dois meses serão realizados testes individuais e coletivos, para acompanhar a evolução física e psicológica dos alunos. “O treinamento de aptidão física traz resultados incríveis para o problema de lateralidade dos alunos. A evolução é lenta, mas decisiva para o dia-a-dia deles. Aqui nós trabalhamos com sinais sonoros e fitas para eles fixarem os lados. Para eles, coisas simples, como discernir o lado direito do esquerdo, são verdadeiras vitórias”, diz Marcel.
A doméstica Maria José Silva, mãe de Rogério Silva, deficiente físico atendido pela Apae, aprova as aulas que o filho vem recebendo no Sesc: “Quando meu filho entrou na Apae ele tinha sete anos. Não andava e não falava, era muito complicado pra ele se relacionar com as pessoas. Era uma criança triste e completamente fechada. Hoje, com 30 anos, meu filho anda, conversa e até sorri. O comportamento dele mudou completamente”.
Para participar das aulas de atividade motora ministradas no Sesc Poço, os alunos devem se inscrever na Apae. As aulas são ministradas gratuitamente, às segundas-feiras, de 8h às 10h.
Fonte: Assessoria Sesc
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