Renato M.E. Sabbatini, PhD <listas@edumed.org.br>
TICs e educação a distância podem contribuir para o desenvolvimento da Amazônia
Por Erica Guimarães, Manaus
17/07/2009 - Revista ComCiência - LABJOR/UNICAMP e SBPC
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=3¬icia=547
O Estado do Amazonas é seis vezes maior que o Estado de São Paulo e tem praticamente o mesmo tamanho da Alemanha. São 3,7 milhões de habitantes, sendo que metade reside em Manaus e a outra metade fica espalhada pelo Estado. Apesar das dimensões significativas, o acesso às novas tecnologias de informação e de comunicação (TICs) ainda é bastante restrito: dos 62 municípios do Amazonas, 12 ainda não tem tecnologia de acesso à internet – isso num país em que, em média, apenas uma em cada três pessoas usa internet (de acordo com dados do Comitê Gestor da Internet do Brasil – CBI.br). No entanto, as TICs podem – e devem – ser usadas para o desenvolvimento da região.
Esse foi o tema da mesa redonda “TIC’s como instrumento de desenvolvimento”, realizada na última terça-feira (14) pelo Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Estado do Amazonas, Denis Minev. Ele apresentou uma série de programas em desenvolvimento no Amazonas no sentindo de promover a inclusão digital na região.
O Projeto Amazonas Digital, por exemplo, consiste em disponibilizar o sinal da internet via satélite nas cidades do interior, escolas, hospitais, polícia e, até mesmo, praças com o objetivo de incluir a Amazônia para o mundo online, permitir maior utilização dos serviços e-gov, capacitação com o uso da mão-de-obra local, crescimento de e-commerce nos municípios e aumento do comércio de bens de informática.
Outra iniciativa em andamento, promovida pelo Governo do Estado do Amazonas, são os chamados Centros de Mídia (ou polos) localizados em 740 pontos espalhados pelo Estado, que visam promover a inclusão digital. O projeto já atendeu 25 mil alunos. Minev lembra que há cidades do interior do Estado com evasão escolar média de 60% e com muita dificuldade de acesso a centros urbanos: um exemplo é a cidade Guajará, localizada na fronteira do Acre, cuja viagem de barco, partindo de Manaus, pode levar semanas. Para Minev, o problema com transporte e comunicação é preocupante, mas alguns projetos têm contribuído para minimizar estes problemas. “A solução é a tecnologia de informação”, destaca.
Ensino virtual é boa opção
Outros projetos estão em andamento na Universidade Estadual do Amazonas (UEA), a principal do Estado. Há três anos, a UEA já realiza ensino a distância por meio de novas tecnologias de comunicação e, com isso, já atingiu 16 municípios, com 5 mil alunos em três cursos superiores. "Hoje todos os professores do Amazonas tem uma graduação", diz Minev.
O Estado do Amazonas, em parceria com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), a Secretaria do Estado de Educaçao do Amazonas (Seduc), o Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia e Defesa (MEC, MCT), também desenvolve o projeto de Telemedicina (oferta de serviços ligados aos cuidados com a saúde, nos casos em que a distância é um fator crítico). A operação atual está em 20 pontos do Estado. Em 2008, foram realizadas 356 consultas e 1,3mil exames. Além de cursos, palestras e treinamentos para profissionais da saúde, em especial aos que residem em pequenas cidades do interior do Amazonas.
Para Minev, a telepresença é uma solução que cria a experiência de reuniões ao vivo, por meio de uma rede. A tecnologia permite a realização de reuniões com pessoas de diversos locais, por meio de uma experiência extremamente realista: imagens em tamanho real, ambientação das salas para que sejam similares em todos os pontos de presença e voz direcionada fazem com que se tenha a sensação de que o participante está, de fato, sentado à sua frente no próprio local de reunião. O objetivo, de acordo com Minev, é diminuir os custos de deslocamento, economia de tempo, economia ambiental rapidez na tomada de decisão e maximização de recursos tecnológicos.
Manaus será um dos locais para sediar a copa do Brasil de 2014, o que pode ser positivo para o desenvolvimento da região. No entanto, para atender à demanda dos visitantes aficionados por futebol, é preciso, pelo menos, falar inglês. A cidade precisa de cerca de 10 mil pessoas com o idioma fluente. Para Minev, as novas tecnologias têm um papel essencial também nesse caso e podem contribuir para a capacitação, atendendo também as necessidades imediatas.
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Comentários
Por
Raquel Batista Canté
em 28 de Julho de 2009 às 17:28.
As TIC’s podem contribuir realmente até certos pontos. Tenho uma curiosidade, existe meios de se avaliar o aprendizado da Educação a Distância. Como saber se é realmente o aluno que está realizando as atividades solicitadas. Ainda não tive a oportunidade de presenciar uma aula à distância, mas gostaria de saber o que a torna eficiente no fator aprendizagem, sem contar os gastos com transporte, redução de tempo...
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