Editorial de Apresentação do Boletim Informativo Antinous nº 2, de julho de 1946.

 

Editorial do Boletim nº. 2

 

            Quando fizemos a apresentação de “ANTINOUS”, procuramos mostrar a todos os nossos associados que, pelo trabalho de várias gerações - o trabalho profícuo e patriótico – foi marcada a trilha através da qual a juventude e a infância de nossos dias pudessem ser educadas fisicamente com eficiência.

 

            Tal trabalho podemos classificar, dentro da evolução histórica de nossa cultura, de pioneirismo. Sim, porque foram verdadeiros pioneiros, abrindo caminho, anulando, vencendo os mais acirrados preconceitos numa vera obra de catequese.

 

            No momento actual, pelo menos nos recantos do Brasil onde não impera um atrazo absoluto, já é doutrina firmada, ponto pacífico – educação física também é educação – e mais, sem educação física não há educação integral.

 

            Todo o acêrvo de conhecimentos relativos a tão importante sector da educação constitue um precioso repositório da nossa cultura, que já está tomando feição peculiar, fundada em estudos nossos e em nossa própria experiência.

 

            A cultura é uma riqueza,  sagrada riqueza, de uma nacionalidade que deve ser avara e carinhosamente conservada e, acima de tudo, aumentada mais e mais.

            A característica dinâmica da cultura exige de nós TRABALHO pois ela não conhece estagnação: ou progride ou perece.

 

            Eis aí a grande responsabilidade da A.E.E.F.D. É absolutamente indispensável que todos nós convençamos o quanto antes de que precisamos progredir. Caso contrário seremos incapazes de manter a preciosa que nos foi legada pelas passadas gerações.

 

            Queremos encarecer aqui um conceito que julgamos fundamental – de nada vale que o govêrno nos de leis protetoras do desporto e obrigue a prática da educação física nas escolas se não tivermos gente ativa e eficiente que ponha em execução, com acêrto, a letra da lei.

 

            Em face dessa exposição, alertamos mais uma vez a todos nossos associados da necessidade que tem a Diretoria do apôio de todos às suas iniciativas. O prestígio que solicitamos não é êsse que se limita a elogiar e dizer que tudo está bom, que está mesmo ótimo tudo que se faz. Precisamos mais, tal concordância deve ser objetivada não apenas com palavras mas com a presença dos associados às nossas atividades, às sessões programadas. Se assim falamos é porque, temos apreciado, mau grado nosso, pouco, muito pouco interesse pelas nossas reuniões.

 

            O prestígio, que encarecidamente pedimos, em benefício de nossa causa, é a de crítica franca e construtiva. Digam-se pois, o que falta aos nossos programas de actividades, de que maneira devem ser encarados, que espécie de trabalhos apresentam maior soma de interesses.

 

            A Directoria não tem a mais leve pretensão de ter acertado até agora na regência dos destinos desta agremiação, tem sim, e disso se jacta, de ter com todo o carinho e com tôda a sinceridade procurado o melhor caminho. Aceitará, como já salientou, tôdas as sugestões tendentes a fazer realizar de modo eficiente as altas finalidades da Associação. E, mais uma vez repetimos: se não nos reunirmos assiduamente para estudar, para aprender, nada de positivo teremos feito.

 

            Aí fica, pois, o nosso apêlo.

 

Fonte: MARTINI, S. R. B. ; MAZO, J.Z. ; ONZI, V. B. L. ; SILVA, Á.F.L. . A FUNDAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO RIO GRANDE DO SUL - APEF/RS: RECORTES DO COTIDIANO. 1. ed. NOVO HAMBURGO-RS: EDITORA FEEVALE, 2010. v. 1. 80 p.

Próximo post:  Editorial de Apresentação do Boletim Informativo Antinous nº 3, de agosto de 1946.

 

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