Olá a Todos!

Gostaria de lançar uma discussão a respeito do tema, O Teatro para Educação Física ou A Educação Física para Teatro.

Sabemos que a ferramenta do ator é seu corpo. Um corpo que canta, interpreta, dança, improvisa, atua, entre outros.

Porém, não se encontra, ou melhor, é pouca a atividade Cênica em escolas e provavelmente muitos alunos descobrem o teatro como meio de sobreviência ou de lazer.

Será que estes estímulos iniciais são derivados das aulas de Educação Física, por meio dos jogos simbólicos e que levados a situações mais especificas aos jogos drámáticos? Ou será que pelos jogos simbólicos ou dramáticos, o aluno pode se descobrir apto para atividades esportivas?

Como que uma criança ou adolescente se entende fisicamente quando está atuando ou descobrindo seu corpo para uma personagem?

Seu corpo lhe dá respostas para a criação de uma personagem ou interpretação?

Gostaria de saber o que a "classe" acha disso.

Abraços,

Philippe Iwantschuk

Comentários

Por Eden Peretta
em 26 de Novembro de 2010 às 09:54.

Caro Philippe,

Sem dúvida o tema que lanças é muito interessante e repleto de possíveis interpretações.

Antes de tudo, temos sim que tomar muito cuidado com uma possível leitura superficial do fenômeno teatro... muito mais do que um jogo simbólico, ou dramático, muito mais do que uma atividade física, quando trabalhamos com teatro não podemos ignorar o fato de que estamos lidando essencialmente com uma manifestação artística. O teatro, antes de mais nada, é arte. Obviamente que isto não impede a existência de perspectivas que o instrumentalizem somente em um plano físico ou motor, ou mesmo que o reduza a uma ferramenta para outras práticas mais esportivizadas.

Sem dúvida, podemos aprender muito com o teatro e com todos seus grandes pensadores, do estudo sobre as ações físicas de Stanislavski, a Biomecânica de Mejerchold, o trabalho psico-fisico do ator desenvolvido por Grotowski, a revolução anatômica de Artaud, até antropologia teatral de Barba e as experiências contemporâneas. Digo podemos aprender não necessariamente pelo receituário que possam ter nos deixado, e sim pelo tipo de crítica e pelas utopias que estes grandes projetos de investigação corporal materializaram.

Trabalhar com teatro é muito mais do que uma atividade física ou simbólica, é sim dar forma a poesia, sonhos e críticas... é dar corpo a dimensões do indizível, entre a matéria e a sensibilidade. Se não temos presente esta auto-crítica em nossa práxis pedagógica, podemos cair no equívoco da instrumentalização superficial de um patrimônio cultural gigantesco, querendo aprisioná-lo ao interno de uma área de intervenção.

É óbvio que podemos trabalhar com o teatro como ferramenta em nossas aulas de Educação Física. Na minha visão, devemos! Pois é ali que descobri uma profunda Educação Física... uma educação crítica do corpo que passa pela sensibilidade e não necessariamente pelo condicionamento, buscando dissolver modelos e padrões do gesto. Temos somente que tomar cuidado pra não cairmos em discussões sobre "feudos", e não tentarmos arrogantemente subjugar todo um fenômeno artístico-cultural limitando-o ao interno de nossas fronteiras, como é o histórico caso da dança quando apropriada pelos burocratas da Educação Física.

Na minha opinião, a sociedade deve reconhecer a competência técnica e a legitimidade social do professor-artista que com ela trabalha. O problema está na formação deste professor... tanto a dança como o teatro podem ser conteúdos trabalhados pela Educação Física, desde que a formação destes professores seja significativamente alterada, migrando o foco de seus estudos para além de seu histórico olhar fisiológico ou biológico da prática corporal, assumindo assim também uma preocupação estética e uma formação da sensibilidade, as quais poderão somar-se à já consolidada absorção das concepções mais humanistas e sociais nos estudos sobre o corpo e o movimento humano, alavancados pela área desde a década de 80.

Bueno, sem dúvidas, este tema dá pano pra manga... poderia aqui escrever uma tese sobre isso, mas acredito que não seja o caso. Espero que com estas poucas linhas eu possa ter contribuído um pouco para nosso debate.

Saudações

Éden Peretta

Por Monica C. M. Souza
em 9 de Dezembro de 2010 às 18:20.

Caro Philippe

Profissional de Educação física não é profissional de Arte. Inclusive de Artes corporais como o teatro, a dança e o circo. A arte é uma área de conhecimento e isso tem que ser respeitado.   Para isso existem cursos específicos de formação nestas áreas, e no âmbito acadêmico graduações e pós graduações. Profissional de educação Física não é uma espécie de faz tudo, ou  profissional "bombril", ele tem as suas competências, formação, objetivos e abordagem de atuação.

O profissional de educação física não é um profissional da área artística. O objetivo da intervenção da educação física é outro, mais no campo da saúde e biológicas.

Considero ponderada e conscientes algumas colocações do Éden Peretta, Porém discordo numa questão: A formação em educação Física nada tem a ver com as formações Artisticas em Teatro e Dança. Para alguem com formação em educação física querer atuar na área de teatro e dança deve começar do zero. Arte é outra área de conhecimento. 

Acredito que a educação física deveria buscar  a sua identidade na sua área de conhecimento sem tentar se apropriar a área de outros profissionais. Para que não se perca a ética e o respeito profissional de outros profissionais para com a educação física.

Portanto não tentem acabar com manifestações artísticas milenares como o teatro e a dança, descredibilizando e desrespeitando a formação nesta área. 

Não é objetivo de um profissional de educação física desenvolver atividades artísticas. Isso não é da sua competência ou da sua área de conhecimento.

Eu por exemplo, tenho como área principal e foco o teatro físico. Mas não me meto a orientar ginástica em academia por exemplo, orientar ginástica numa academia é competência de profissional de educação física.

Enfim respeitem a formação em Teatro e Dança, caso contrário quem mais tem a perder é a própria área e profissionais de educação física estigmatizados como ANTI-ÉTICOS. E com razão.

 Por enquanto é isso..

PS: Só uma correção o nome correto é Vsevolod Meyerhold.

 

Mônica Mesquita

Graduada em Teatro

Pós Graduanda em Dança

Por Eden Peretta
em 9 de Dezembro de 2010 às 20:53.

Cara Mônica,

Obrigado pelos comentários e observações, pois sem dúvida trazem interessantes reflexões.

Acredito que o coração do debate seja indiscutivelmente a formação do professor que trabalhará ao interno destas áreas. E, sem dúvida, a formação proposta atualmente pela Educação Física não oferece subsídios suficientes para se trabalhar com teatro.

Gostaria somente de colocar algumas questões que parecem provir de um conhecimento parcial sobre a área em questão, devido, obviamente, à tua formação específica.

Desde a década de 80, a Educação Física reelaborou suas matrizes epistemológicas com a determinante influência dos profissionais que buscaram suas pós-graduações em áreas como antropologia, sociologia, filosofia, artes etc, e regressaram à sua área de origem. Atualmente, poderíamos dizer que ela conseguiu libertar-se parcialmente dos imperativos biologizantes que historicamente configuraram sua área de pesquisa e intervenção. Hoje ela não possui uma identidade tão sólida ou rígida, e sim afirma-se como uma área de fronteiras, de intersecções epistemológicas. Infelizmente, no Brasil (que é um dos países mais avançados nesta perspectiva interdisciplinar) essa não é uma realidade majoritária. Contudo, existem muitos casos de formações realmente ricas, com profícuos diálogos interdisciplinares e uma fundamental influência das ciências humanas em seus currículos. Citaria aqui somente alguns exemplos, dentre muitos outros, como a UNICAMP e a UFG (onde a EF localiza-se ao interno das  Ciências Humanas, devido seu caráter essencialmente pedagógico), as quais possuem em seus currículos disciplinas que problematizam a filosofia, antropologia e sociologia do corpo, bem como a dança como fênomeno humano e artístico (e não como repertório festivo, como em grande parte das faculdades). Porém, por ser uma área de fronteiras, a formação em Educação Física exige um aprofundamento específico de acordo com o interesse de cada estudante, seja ele em âmbito mais biológico, humanístico ou artístico.

Gostaria somente de te dizer que na realidade existem "Educações Físicas"... e não somente uma. Não somente esta a qual você - talvez com razão - classifica como anti-ética. Existe também uma Educação Física que se revolta com a burocratização e a feudalização de fênomenos da cultura corporal, com argumentos ilegitimos da reserva de mercado. Existe uma Educação Física que lutou lado a lado com outros movimentos sociais para que fenômenos como a yoga, capoeira e a dança não fossem aprisionados por um sistema burocrático de conselhos reguladores. Uma Educação Física que acredita na legitimidade social dos mestres, professores e instrutores que há muitos séculos (ou milênios) transmitem riquezas e conhecimentos sobre suas práticas. Uma Educação Física que não acredita em cercas e feudos como instituições pressupostas, e sim tenta questionar-se sobre a qualidade e a legitimidade da formação que busca oferecer. Enfim, uma Educação Física que talvez não seja assim tão anti-ética como você afirma.

Conheço muitos professores que constróem esta outra Educação Física e, por isso, gostaria de ajudá-los a entender melhor o que é o teatro - mais do que como um fenômeno artístico, e sim também como espaço de inssureição física, como o era para Artaud. Gostaria muito que professores de Educação Física pudessem realmente trabalhar com teatro em suas aulas... mas para isso, é necessário que se busque aprofundamento na área; é necessário ir buscar além das fronteiras o alimento que pode gerar um novo professor.

Gostaria muito que meus filhos fizessem teatro em suas aulas de Educação Física, ao invés de correrem 12 minutos em volta do quarteirão, ou simplesmente jogassem futebol enquanto o professor lê o jornal (como as "aulas" que tive por toda minha vida). Gostaria que meus filhos pudessem sentir seus corpos gigantes e transmutados pela poesia; que vissem no gesto as potencialidades de seus corpos não somente sob o critério da eficácia e da funcionalidade.

Sinceramente, acredito que o teatro possa ajudar muito a Educação Física a reelaborar-se, e, por isso, o vejo como possível recurso pedagógico. E arriscaria dizer também o contrário! Acredito que o teatro possa aprender muito com a Educação Física. Mas com estas OUTRAS "Educações Físicas", não a dos burocratas e fisio-bio-maníacos. Digo isso pois as releituras críticas que esta área vem fazendo sobre a educação do corpo, pode sim potencializar o ensino do teatro.

Antes de discordar veementemente de mim, pediria-lhe encarecidamente que procurasse conhecer estas outras perspectivas que constróem a realidade desta área tão plástica e intrigante. Tenho certeza que você encontrará ricos estímulos para a tua prática e poderá também, deste modo, auxiliar na construção de uma outra formação para estes educadores do corpo. Uma educação, se não mais crítica e libertária, talvez menos feudalista e egocêntrica.

Obrigado mais uma vez pelas tuas colocações.

Forte abraço

Éden Peretta

Doutor em Estudos Teatrais e Cinematográficos

Universidade de Bolonha

Obs: Na verdade o nome correto é Все́волод Эми́льевич Мейерхо́льд, mas ele vem representado de formas diferentes segundo a língua daquele que o traduz. Em italiano, ele é publicado sob o nome Vsevolod Ėmil’evič Mejerchol’d. Em português, por sua vez, vem representado por Vsevolod Meyerhold, como você corretamente assinala. Peço aqui, portanto, desculpas pela minha incorreteza.

Por Monica C. M. Souza
em 17 de Dezembro de 2010 às 13:38.

Caro Éden,

Para mim o cerne da questão é um só: Com o intuito de ampliar sua área de atuação, numa jogada mercadológica  e conveniência de interesses, muitos profissionais e cursos de educação física querem se apropriar de outras áreas. E de forma conveniente e anti-ética até esquecem o que é educação física ou qual o seu objetivo profissional e desta área de conhecimento.

Você diz: Acredito que o coração do debate seja indiscutivelmente a formação do professor que trabalhará ao interno destas áreas. E, sem dúvida, a formação proposta atualmente pela Educação Física não oferece subsídios suficientes para se trabalhar com teatro.

Tenho total certeza de que a formação do professor que trabalhará o Teatro na escola não é uma graduação em Educação Física.

As formações, e regulamentações profissionais existem justamente para que interesses pessoais ou de um determinado grupo se sobrepunham em prejudicar outros.

Um curso de licenciatura em Teatro é para formar Professores de Teatro.  Assim como um curso de licenciatura em educação física é para formar professores de educação física.

Assim com existem cursos superiores de matemática,  letras, física etc.  Lembrando que Teatro NÃO é conteúdo ou pertinente à Educação Física.

Fico totalmente indignada só de pensar em propor que quem deva ensinar teatro na escola seja um profissional com formação em educação física... É um absurdo alguém achar que pode “ROUBAR” o conteúdo de uma disciplina e inseri-lo na sua. É propor que a formação acadêmico-profissional e o conhecimento  perdeu completamente  o seu propósito. Seria o mesmo que um professor de matemática resolvesse que não vai mais ensinar matemática na sua disciplina e sim as pessoas a dançarem. Aí os alunos saem da escola sem saber somar...

Propor isso é desrespeito à  todos os artistas e profissionais de teatro com formação acadêmica ou não. É um abuso MORAL.

Acredito que o conhecimento e a busca pelo conhecimento é livre, enquanto indivíduo. Porém quando tratamos de profissão, formação-acadêmica e ética profissional, algumas questões e legislações devam ser respeitadas.

É muito cômodo para a Educação Física querer atuar e se apropriar de todas as áreas, só que isso fere a legislação. Propor isso, dizendo que não é para se beneficiar é subestimar a inteligência de qualquer um.

Não faz parte do conteúdo da área de conhecimento, profissional ou disciplinar “educação física”, fazer/ensinar ARTE, seja música, teatro, dança, circo, etc. Você diz que existem várias educações físicas. O que existem são pessoas diferentes, e estas podem e devem buscar conhecimento em qualquer área. Você por exemplo, vi que apesar de formado em educação física, sempre buscou uma formação na área teatral. Então cada caso é um caso. E aqui estou tratando sim da educação física de forma genérica e enquanto área de conhecimento que ela é.

 Lembrando que a Arte, é uma área de conhecimento, assim como o Teatro, a Música  ou a Dança são antes de tudo linguagens artísticas, que tem formações específicas dentro das artes, apesar da arte contemporânea ser extremamente híbrida.

 Lembrando que estas regulamentações profissionais e de áreas de conhecimento serve para qualquer lugar do mundo. A Arte e os cursos da área de Arte como Dança, Teatro, Música são totalmente independentes e diferentes de um curso de Educação Física ou dos objetivos de intervenção desta área profissional.

O que não impede que a Arte enquanto linguagem seja usada como instrumento em outras áreas. Um professor de inglês por exemplo que usa a música para ensinar a língua inglesa, não está se passando por professor de música então as coisas tem que ser mais claras.

 Você questiona que eu tenho um conhecimento parcial sobre a educação física... Mas venho acompanhando sim o que eu chamo de busca de identidade da Educação Física pós anos 80. E vejo que nessa busca de identidade a educação física muitas vezes está se perdendo... Perdendo seus objetivos, a ética e o respeito com outras áreas de conhecimento e formação profissional. Colocando interesses de mercado acima de tudo.

Tenho certeza também que a educação física na sua busca por mercado vem nos prejudicando enquanto artistas, tentando se apropriar da arte e da área de conhecimento da Arte, tentando descredibilizar a nossa formação acadêmico-profissionalna área seja de Música, Teatro, Dança e Artes Visuais e Áudio-Visuais.  E isso não tem nada que ampare ou justifique isso. ESTÃO ERRADOS E PONTO.

Você questiona a proposta da educação física.... Afinal qual é a proposta da educação física? Pois basta ver uma série de legislações seja do Ministério da Educação, ou do Trabalho para se ter uma certeza: Trabalhar com Teatro é que não é competência da educação física.

Segundo o MEC o objetivo da Educação Física é:

Art. 3º A Educação Física é uma área de conhecimento e de intervenção acadêmico-profissional que tem como objeto de estudo e de aplicação o movimento humano, com foco nas diferentes formas e modalidades do exercício físico, da ginástica, do jogo, do esporte, da luta/arte marcial, da dança, nas perspectivas da prevenção de problemas de agravo da saúde, promoção, proteção e reabilitação da saúde, da formação cultural, da educação e da reeducação motora, do rendimento físico-esportivo, do lazer, da gestão de empreendimentos relacionados às atividades físicas, recreativas e esportivas, além de outros campos que oportunizem ou venham a oportunizar a prática de atividades físicas, recreativas e esportivas. (MEC, 2004a, p.1, grifo nosso)

Acredito que a  formação proposta da educação física busca atender aos objetivos de intervenção deste profissional, por isso. Basta verificar qualquer grade curricular para ver as disciplinas de um curso de educação física. Aliás o profissional de educação física é um profissional da área da SAÚDE. Por isso a sua formação deve ser para atender principalmente os propósitos nesta área.

Não é objetivo de intervenção, ou da competência de profissionais de educação física dar aulas de teatro, dança, música ou fazerem/montarem espetáculos artísticos.  Assim como não é da competência de um graduado em Teatro dar aulas de natação, por exemplo.

O que não impede que muitos atores saibam nadar... Ou que muitos profissionais de educação física aprenda a tocar violão.

O que não pode e que vem acontecendo é profissionais de educação física querer que o ensino de violão faça parte do currículo e da área de conhecimento da educação física. Esse é um exemplo absurdo e hipotético que representa o que vem ocorrendo.

Ao que parece visando atender apenas os seus interesses a educação física quer se apropriar de todas as outras áreas, enquanto de forma corporativista impede que qualquer outro atue na sua área específica que é a área das atividades físicas.

Você diz que: “Gostaria muito que meus filhos fizessem teatro em suas aulas de Educação Física, ao invés de correrem 12 minutos em volta do quarteirão, ou simplesmente jogassem futebol enquanto o professor lê o jornal (como as "aulas" que tive por toda minha vida). Gostaria que meus filhos pudessem sentir seus corpos gigantes e transmutados pela poesia; que vissem no gesto as potencialidades de seus corpos não somente sob o critério da eficácia e da funcionalidade...

Acho lindas algumas de suas palavras, porém tenho PAVOR só de pensar num professor de educação física dando aula de teatro para meu filho e olha que não tenho filhos... Isso seria banalizar o teatro e a arte, a vida de um artista e tudo que acredito. E um desrespeito aos vários profissionais que estudam, fazem e buscam uma formação em teatro, dentro e fora da academia.

Pessoalmente, sonho com o dia em que o TEATRO seja uma disciplina obrigatória na escola. Mas que as pessoas a façam porque achem necessária como eu acho. Aliás o ensino do teatro já é obrigatório, e faz parte da disciplina ARTE e não da educação física.

Como já disse TEATRO, não é conteúdo de educação física. O que não impede a educação física de usar o teatro de forma instrumental, assim como um professor de letras ou de matemática usa de forma instrumental. Mas lembrando mais uma vez que professor de educação física NÃO é professor de Teatro.

Se existe um curso de graduação em Teatro (licenciatura e bacharelados) e ainda as várias pós graduações nestas área e nas artes cênicas e corporais em geral, não é um profissional de educação física que vai trabalhar este conteúdo nas escolas. A formação em educação física tem outro propósito... Importante, mas abordagem diferente.

A busca pelo conhecimento é livre a todo indivíduo. Agora área de conhecimento, atuação e formação acadêmico profissional é outra coisa. Até mesmo dentro do teatro são várias linhas de trabalho, de pesquisa e estudo.

Assim como a educação física os profissionais de Arte buscam pelo respeito e legitimação da sua formação acadêmica.

É vergonhosa e ILEGAL, essa jogada mercadológica ANTI-ÉTICA da educação física com o intuito de ampliar a sua área de atuação profissional às custas do prejuízo de profissionais de outras áreas como de Teatro e Dança por exemplo.

Cada área profissional,  tem um objetivo de intervenção e antes de tudo uma função na sociedade. Talvez pela educação física esquecer qual é a sua função e objetivo principal perante a sociedade a obesidade virou a epidemia do terceiro milênio.

Por isso respeitem para serem respeitados... Cumpram a sua função, respeitando a sua competência e deixem a gente fazer o nosso. Da mesma maneira que no âmbito de formação acadêmica, uma graduado  em Teatro não pode ser professor de musculação, de atletismo ou de natação. Uma graduação em educação física não qualifica ninguém para atuar como ator, diretor ou professor de teatro.

Por enquanto é isso... Como você vê a questão é muito mais complexa e tem interesses políticos e mercadológicos atrás disso tudo.

 

Abraço

 

Mônica Mesquita


PS.: Com relação ao curso de educação física da Universidade Federal de Goiás que você cita como bom exemplo. Eu cito como PÉSSIMO. Como exemplo de um curso e profissionais de educação física que vem tentando descredibilizar a fomação acad6emica em Arte no Brasil. Prejudicando diretamente os profissionais de Teatro,  Dança e Música. Pois de forma ILEGÍTIMA estão tentando ROUBAR  a nossa identidade, profissão formação e área de atuação profissional. E isso é bom p/ quem??? Só para os profissionais ANTI-ÉTICOS da educação Física, aqueles que não respeitam ninguém pois visando o benefício próprio, esquecem que o principal objetivo de uma universidade é formar cidadão ÉTICOS, que respeitem os outros.

Este curso de educação física da UFG É UMA VERGONHA, e já foi denunciado as autoridades competentes, e que espero faça algo contra eles.

 

 

Por Eden Peretta
em 19 de Dezembro de 2010 às 23:22.

Cara Mônica,

Agora que tenho mais claro a sua posição, acredito que nossas colocações não sejam assim tão díspares quanto parecem... estamos afirmando a mesma coisa, mas partindo de pontos diferentes. Nossas caminhadas, obviamente, apresentam divergências, sem contudo negarem o que há de verdade no núcleo da questão. Gostaria, portanto, de re-afirmar de forma clara e veemente: um professor de Educação Física não é um professor de Teatro, nunca será e nem deseja ser.

A menos que este professor seja um ator, isto é, que tenha tido uma formação (acadêmica ou não) em teatro. Neste caso, ele pode (e, na minha opinião, DEVE) valer-se de JOGOS e EXERCÌCIOS TEATRAIS em suas aulas de Educação Física. Como parece ser o caso do professor Philippe (o estopim desta discussão) que possui grande experiência na área teatral (pelo menos é o que diz em seu minicurrículo). É a este professor que me refiro quando falo da educação de meus filhos, e não a um marombeiro de porta de academia. Um professor de Educação Física que tem também uma formação artística pode e deve utilizá-la em sua práxis pedagógica. Não necessariamente para que seus alunos virem artistas da cena (Oxalá alguns vinguem, estimulados pela simples experiência e decidam seguir uma formação mais séria e densa na área teatral!), mas para que ao menos não sejam escravos de uma concepção específica de corpo, propagada por uma sociedade cientificista e voltada para a produtividade desenfreada.

Da mesma forma que acredito que professores de Educação Física que possuem uma formação paralela em outras práticas corporais ou artísticas (como yoga, capoeira, tai chi, massoterapia, contact improvisation etc), podem e devem utilizá-las em prol de um objetivo maior que é a educação do corpo. Uma educação para a saúde. Mas “saúde” em seu entendimento mais amplo e complexo possível, não reduzível somente às suas dimensões biológicas ou fisiológicas. “Saúde” entendida de forma imbricada com as questões sociais, culturais, econômicas e políticas que estão em sua base.

Trabalhar com estes entendimentos mais amplos de corpo, movimento, educação e saúde, admite, ou melhor, PRESSUPÕE uma concepção mais complexa da própria área de Educação Física, não contemplada em teu discurso crítico... justamente porque, em grande parte, caminha ao teu lado. Uma concepção de Educação Física que combate os burocratas “anti-éticos” – tão citados por ti – que buscam apropriar-se de outras manifestações corporais, aprisionando-as juridicamente ao interno de uma formação que, por princípio epistemológico ou horizontes utópicos, é insuficiente. Uma Educação Física que está ao teu lado contra qualquer “canetada” que tente deslegitimar uma outra área de formação. Conheço muitos professores que conduzem bravamente uma luta minoritária ao interno de uma área tão desmobilizada. Esta foi a razão de meu convite! Busque conhecê-la, assim poderás somar forças em prol da legitimidade social dos conhecimentos.

Enfim, um professor de Educação Física NÃO é um professor de teatro. A arte teatral NÃO é de competência da área jurídico-burocrática da Educação Física, e devemos lutar para que NUNCA seja!

Contudo, isto não impede que professores de Educação Física, que também tenham uma formação teatral, possam se valer de seus exercícios corporais e cênicos – mesmo que de forma instrumental – em prol de seus objetivos maiores. Isto porque, FELIZMENTE, a arte não uma exclusividade do universo acadêmico, como você mesmo afirmou. Na Itália, por exemplo – indiscutivelmente um dos países mais importantes na área das artes cênicas -, a formação universitária nas “artes do espetáculo” é quase que exclusivamente teórica, voltada para a formação de críticos, historiadores, filósofos no âmbito artístico. O ator se forma nas ruas, escolas técnicas e grupos teatrais. A universidade é o espaço de reflexão, análise, crítica e re-criação de suas práticas; é o lugar de contextualização da arte no universo muito mais amplo da sociedade e da vida.

Obviamente não precisamos concordar com isso. Mas acredito que a ciência, com seu lápis que tudo esquadrinha, não deva aprisionar a arte, e sim potencializá-la. Conheço inúmeros engenheiros, arquitetos, físicos, sociólogos, turismólogos, matemáticos, educadores físicos, pedagogos, agrônomos e pessoas sem nenhuma formação universitária (isto falando só daquelas pessoas que me vêm em mente neste momento) que são ótimos atores e atrizes, desenvolvendo lindos trabalhos educativos com o teatro ou com a dança. A arte, portanto, é muito maior do que o discurso formal que fazem sobre ela.

Não vejo, portanto, tantas divergências naquilo que estamos falando, exceto algumas questões formais e burocráticas que não compartilho por não acreditar em um “mercado de trabalho” e muito menos nas legislações que buscam sobrepor-se à legitimidade construída cotidianamente pela práxis de um profissional junto à sociedade (E, corrigindo-te, esta regulamentação NÃO é uma realidade "em qualquer lugar do mundo"). Sempre trabalhei com comunidades e grupos sociais que sequer entravam no rol de “mercado de trabalho” a mim apresentado pela faculdade. A sociedade possui demandas e grupos que transcendem qualquer possível discurso feudalista ou burocrático. A realidade brasileira exige claramente mudanças sociais... resta-nos perguntar como e o que cada um de nós pode fazer neste gigantesco processo. Na minha opinião, a Educação Física, assim como o Teatro, pode ajudar na construção de anti-corpos... Mas isso já é uma outra longa história para conversarmos ao vivo, caso tenhamos oportunidade.

Abraços

Éden Peretta

 

OBS: Quanto à UFG, sinceramente não conheço tão profundamente seu histórico. Referi-me somente àquilo que conheço, isto é, a seriedade profissional de muitos professores que recentemente para lá se mudaram e começaram a estruturar um interessante curso de licenciatura em dança, em parceria com a Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC). Esta parceria se deu justamente pelo reconhecido nível de excelência do curso de licenciatura em Educação Física oferecido pela faculdade, matriz de referência inclusive para o próprio curso de Pedagogia. Pelo menos foi assim que me relataram. Caso você tenha maiores informações, fique a vontade para fazer teu julgamento.

Por Philippe de Alencar Iwantschuk
em 21 de Dezembro de 2010 às 22:49.

Olá Colegas!

Demorei para aparecer, mas estou aqui! Desculpem - me.

Pelo que pude acompanhar, o debate está sendo bem interessante, mesmo com a questão acabando se desviando - ao meu entender - para uma discussão de formação profissional, do que realmente propus a respeito do aprendizado. Obviamente o ensino-aprendizagem está atrelado e a colocação da professora Monica tem total sentido, quanto a formação do professor. Concordo com ambas opiniões sobre professor de Teatro não ser professor de Educação Física e vice e versa, porém o que me intriga nesta discussão toda, é saber se independentemente da formação do professor, este, desenvolve, estimula, apóia e fomenta para com seus alunos, meios criativos e reflexivos perante a compreensão de um movimento humano e artistico e, no caso de um professor de dança, circo ou teatro, desperta e gera discussões a respeito da compreensaão do corpo.

Corpo este que - posso ter mencionado de forma simplorea - além de desenvolver gestos técnicos, sincronizados e/ou característicos (uma bandeja do basquete ou uma movimentação específica de um personagem da comédia dell´arte), que percebe o mundo e através do mundo o aluno se estabelece. Concordo também que cada linha pedagógica segue seus conteúdos, sendo estes, humanos ou biológicos, porém o corpo que recebe e filtra estas informações e formações, é o mesmo e independende do professor que lhe atribuiu a curiosidade e estimulos para tal busca, o aluno possa compreender tais segmentos e estabelecer críticas para sua futura profissão?

Partindo para algumas citações mais especificas a respeito da Educação Física, discordo que os profissionais são anti-éticos num geral, e sabemos que todas as profissões tem profissionais que se aproveitam de brexas para se aproveitar finaceiramente ou não de oportunidades oriundas de aspectos voltados ao tema corpóreo. Porém, há profissionais da dança - que já convivi e conheço - que se aproveitam de competências da Educação Física para montarem suas aulas, seus trabalhos e seus treinamentos, lesionando muitos bailarinos e colocando a culpa na idade ou no histórico da pessoa. Profissionais anti-éticos encontramos em todas as áreas e infelizmente não se resume a estas duas.

A Educação Física busca sim se encontrar em diversas áreas, porém, corroborando com Éden, são burocrátas que tentam se colocar de forma inadequada. Exemplo disso foi, ou ainda é, fazer com que profissionais da dança sejam registrados como profissionais de Educação Física, ou provisonados pelo CONFEF. Daí, voltamos a toda a discussão anterior, de que arte não é apenas o movimento, porém o movimento pode ser trabalhado com arte.

Minhas colocações até então, não servem para dizer se isso é de um ou do outro, afinal, elegemos pessoas (boas ou não), que resolvam isto para nós. Mas minha argumentação se resume em como o ALUNO se sente despertado pelo Teatro e como seu corpo (de forma ampla) é preparado para receber novos conhecimentos técnicos e especificos de compreenções artisticas.

Só para finalizar a minha opinião e dando sequencia ao debatido até o momento. Logicamente que a integridade e moral do profissional deveriam bastar para assumir um cargo educacional, sendo ele no teatro ou na educação física, porém, se um professor de educação física, sem habilidades e conhecimentos acerca de manifestações artisticas tope assumir tal função que não lhe cabe, a culpa além de ser dele, não está na coordenação pedagógica que lhe fornece está opurtunidade? Afinal, como a professora Monica colocou, existem cursos de licenciatura para tais áreas.

Gostaria de agradecer aos dois pelas colocações e espero podermos nos encontrar novamente.

Abraços,

Philippe Iwantschuk

Por Humberto Garcia
em 18 de Setembro de 2012 às 11:59.

Lamentável as colocações desta colaboradora Mônica, pois sou professor de educação física, e nem um momento me coloquei na posição de roubar a área de outro profissional, pelo contrário nós profissionais da área de educação física, trabalhamos com o corpo como um todo, e se esta pessoa não entende o corpo fala, ou seja ele se expressa, então é óbvio que a expressão corporal faz parte de nosso material de trabalho,  o que tenho em mente é o seguinte, quando se fala em teatro na escola ou dança na escola, etc... , jamais tenho como objetivo atingir a performance do aluno, eu objetivo apenas a iniciação, demonstrando a eles que são capazes de atingir seus objetivos nesta aula.

Então sempre que finalizamos o projeto, oriento que se aprovarão e gostaram do projeto, que procurem profissionais habilitados, é o caso desta pessoa, então olha a complexidade das aulas de educação física, encaminha os mesmos para estes profissionais.

Por Monica C. M. Souza
em 18 de Setembro de 2012 às 21:52.

Caro Humberto Garcia

LAMENTÁVEL é um profissional tentando se justificar por querer ROUBAR as competências academico profissionais de outra área. Você não tem vergonha não???

È muito triste ver um professor (ou alguém que se diz professor)  sem ética tentando se passar por algo que não é. Vou repetir: Professor de Educação Fisica NÃO é professor de Teatro e não tem legitimidada muito menos formação para atuar como tal.  NÃO é  objetivo das aulas de educação física  trabalhar com teatro. Vc deveria trabalhar com o seu conteúdo ao invés de insistir em trabalhar com o conteúdo de outra disciplina;  Fazer montagem de espetáculos e Projetos de Teatro na escola não é tarefa para professores de educação física, não é cónteúdo ou propósitos desta disciplina.

Vou repetir: Professor de Teatro é quem tem uma licenciatura em Teatro. Teatro  é conteúdo de ARTE. Imagina se isso vira moda e outros professores resolvem ensinar os conteúdos de outras disciplina ao invés do seu.... 

Você NÃO é professor de teatro e sim de educação física! Portanto  tenha um pouco mais de ética e vá trabalhar com os conteúdos de sua disciplina ao invés de tentar de forma ENGANOSA querer se passar por professor de outra área. E RESPEITE a formação de outros professores e profissionais

Você diz : "eu objetivo apenas a iniciação"... Iniciação em que? na  ARTE Teatral? kkk Só rindo da sua falta de noção e de ética....Vá iniciar seus alunos em práticas esportivas cujos conteúdos é da sua área... Se não gosta de trabalhar com os conteúdos da educação física MUDE de profissão.

Tô cansada de PICARETAS de educação física tentando se justificar por tentar  USURPAR (roubar) as competências academico profissionais da área de ARTES, querendo se passar por  profissionais da área artistica de forma ENGANOSA. 

Então Humberto, você deveria "iniciar" e trabalhar com  seus alunos os conteúdos da sua disciplina que é educação física  e não fazer projetos ARTISTICOS de Teatro e Dança! Vá fazer projetos inerentes à sua área e conteúdos. Não é objetivo das aulas de educação física "fazer projetos" ou montar espetáculos e eventos ARTISTICOS!!!

Já falei aqui antes penso que a educação física tem tanto conteúdo e é uma disciplina super importante. Tem tanta modalidade esportiva que você pode trabalhar, lutas, ginásticas, dança (com objetivos de condicionamento físico). Etc.  Deve ser por outros  profissionais ANTI-ÉTICOS de educação física pensarem como vc que a OBESIDADE virou uma epidemia dentro e fora do ambiente escolar.

Penso que a educação física não precisa ROUBAR os conteúdos e as competências de outra área e profissionais para tentar se auto-promover...Não sei se vale a pena "aparecer" de forma negativa. E com a copa do mundo e as olimpíadas por aí ... Só de esporte você tem anos de trabalho.. Agora, se você não gosta do que faz  vou repetir : É muito mais ético MUDAR de profissão!!!

Se você insistir em se passar por Professor de Teatro e usurpar os conteúdos de teatro para a educação física vou te denunciar você e sua escola para a nossa Federação de Artes, aí veremos quem tem razão.

Por Monica C. M. Souza
em 18 de Setembro de 2012 às 23:16.

A todos

Só queria acrescentar que aconselho ao(s) profissionais de educação física que estudaram e RESOLVERAM mudar de área e agora são Professores de Teatro e/ou Dança  em cursos de Graduações e Pósgraduações  em  ARTES CÊNICAS, TEATRO e DANÇA ,  a parar de ficar defendendo que professor de educação física tem que ensinar teatro em aulas de educação física.  Pois você(s) prestam um desserviço à área artistica e aos profissionais de teatro  e tentam descredibilizar a formação academica em teatro.

As formações em Teatro e Educação Física são distintas e autônomas, e  tem objetivos de intervenção profissional DIFERENTES. Assim como profissional de Teatro não é professor de educação física, professor de educação física NÃO é professor de teatro.  

Tenho uma lista com vários nomes de profissionais de educação física que estão exercendo cargos como professores de teatro em cursos de graduação e pós graduação de teatro e artes cênicas. Muitos destes eram aqueles que defendiam a USURPAÇÃO da área de arte pela educação física.  E isso só comprova como tenho razão ao afirmar que existe uma jogada de INTERESSES politico-mercadológicos de cursos e profissionais ANTI-ÉTICOS de educação física com intuito de se  passar por profissionais de artes cênicas (dança, teatro e circo).Com o intuito de ampliar a área de atuação da educação física às custas da apropriação ilegítima de outras áreas. Como no caso tentam se beneficiar  USURPANDO (roubando) e transferindo as competências academico profissionais dos profissionais de Teatro e Dança para a educação física. Para assim tentarem se passar por profissionais de Artes Cênicas (teatro e dança). Inclusive ocupando vagas de emprego de profissionais de artes cênicas.

Além de ser uma conduta OPORTUNISTA,  de interesses político mercadológicos para quem é da área de educação física se auto-promover  e se beneficiar de forma enganosa, se apropriando de vagas de empregos verbas, infra-estrutura e outros incentivos direcionados à área e profissionais de artes cênicas.

Como eu disse tenho uma lista de nomes de profissionais de educação física que defendiam a USURPAÇÃO e descredibilização das competencias academico profissionais da área de Artes para cursos e profissionais de educação física.  Muitos destes fizeram um Mestrado  ou Doutorado em Artes Cênicas e agora fingem que são profissionais de educação física e que nada aconteceu...

Venho defendendo que os Mestrados e Doutorados em Artes Cênicas, Dança, Teatro e Artes em geral no Brasil e Exteriro deveriam ser mais criteriosos na seleção e direcionados a quem relamente é da área de Artes e respeita a ARTE. 

Muitos desta lista do CEV só me fazem  ter certeza que tenho razão. Graças a muitos de vocês  tenho uma série de depoimentos deturpados e documentações que comprovam todas as minhas denúncias.

Fica a pergunta: Quem defende que quem deve ensinar teatro é professor de educação física e que teatro deveria ser conteúdo de educação física tá fazendo o que como professor numa Licenciatura em Teatro/Artes Cênicas

Eu queria saber o  que profissionais de educação física que  DESRESPEITAM e tentam descredibilizar a formação em teatro, estão fazendo como professores em um curso de graduação e pósgraduação em Teatro/Artes Cênicas?

Será que os cursos de Artes Cênicas destas universidades sabem  do posicionamento destes profissionais de educação física (INIMIGOS infiltrados dentro de um curso de artes cênicas)? 

 

  

Por Ana Beatriz Gasquez Porelli
em 25 de Junho de 2013 às 16:25.

Interessante a discussão.

Só é lamentável ver como a lógica do mercado envolve as pessoas de tal modo que reforça a fragmentação do conhecimento, e consequentemente do corpo.  

Por Alan César Dias Amaral
em 6 de Fevereiro de 2018 às 11:14.

Sábias palavras, grandes autores, utilitarismo, inocentismo, alienação, manipulação e agora transformação. Assim ela escorre pela história, cercada de utilidade política, invisível ao senso comum. Do higienismo ao popular, do ser motor e biológico ao ser Bio-psico-sócio-cultural- crítico e transformador. Nasceu junto com a humanidade, desde os primórdios, quando o homem utilizava o movimento como necessidade e sobrevivência.

E o feto que nada e chuta a barriga da mãe? Movimento que precede o pensamento?! Movimento que dança com o corpo e através do corpo, manifestações culturais registradas no corpo. Movimento que salta do corpo e transforma o próprio, que reinventa, que redescobre, que pinta o corpo, que finge, que marca, que gira, que grita em silêncio, que reluz, que pinta tela sem pincel, que escreve poesia sem papel, que canta, que emite sons sem instrumento, que silencia e encanta. O homem carrega as marcas de seu tempo e o corpo fala, fala alto, mas você não escuta, por que? Lânguida face presa ao tecnicismo, ao militarismo, ao competitivismo que marcou gerações. Magia do teatro, a corporalidade circense, a capoeira genuinamente brasileira entendida como dança, pois a dança desconstruía um movimento cultural e artístico e inibia a repressão. Bananeiras, estrelinhas, rolamentos, espaguete corporal, lutas, jogos, atividades ritmadas, danças, corpo que se movimenta pela necessidade, pela sobrevivência, pela criatividade, pela arte. Mente e corpo cartesiano? Essa dualidade não existe! O ser humano não tem um corpo ele é um corpo! Filósofo campeão de luta livre? Sim! Sócrates era o nome dele, o pai da filosofia. E Pedótriba, já ouviram falar? Era o homem mais importante da Grécia, era Professor do corpo, do movimento. Leonardo da Vinci estudava anatomia dos cadáveres, era especialista em movimento, articulações e ossos, e ainda utilizava de suas observações para pintar suas grandes telas.

Se mexo logo existo! Meu nome é Educação Física!!!

Alan Amaral.


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