CARTA AO AMIGO TRAJANO, por Raimundo Mesquita  

CARTA AO AMIGO TRAJANO

Meu amigo,

Hoje, a sete dias do teu falecimento, compareci ao cemitério, para a tradicional visita ao túmulo. E aquele silencio pesado, que destoa completamente do local em alicerçamos a nossa amizade, a pista de atletismo, em treinamentos ou competições, onde as manifestações da torcida e dos atletas enchiam o espaço de sons; sons estes que nos enchiam de alegria, por saber que as manifestações eram em sua maioria de aprovação pelas nossa ações, e que se concretizavam em gestos e abraços de aprovação, dos mais chegados.

Destoa, também, das reuniões em prol da candidatura do Dr. Gesta, para presidente da CBAt e depois, do grupo do Norte/Nordeste, nas Assembleias da Confederação, onde capitaneados pelo Warlindo, nos reuníamos com a nossa madrinha, a Conceição, para fazermos nossas reivindicações de apoio às ações da coirmãs do N/NE. Voltando um pouco mais no tempo… Lembra do inicio, quando Eu, você, Aparecida, Lopes, Leopoldo, Moacir, Macario e muitos outros lutávamos para criar a FAMA, que depois se revelou um celeiro de campeões. Campeões estes que abrilhantaram os pódios deste Brasil em varias competições regionais e Nacionais, levando bem longe o nome do nosso querido Maranhão e hoje a missão está delegada aos mais novos.

Meu amigo, estas alegrias, embora passageiras, permeiam as minhas lembranças e as de muitos outros, que hoje choram a tua ausência, e com certeza as tuas que hoje se revestem do desconhecido para nós, e novo para ti. Meu amigo, eu não contive as lágrimas quando um grupo de atletas e ex-atletas, capitaneados pelo Riba, o Gonzaga e a Graça, fizeram uma justa e última homenagem à tua pessoa, em uma pequena corrida rústica nos últimos quilômetros, acompanhando o carro funerário, em que ia o teu corpo para a ultima morada; uma homenagem simples mas representativa do quanto todos nós iremos conviver com a tua lembrança e pelo grande trabalho que você desenvolveu em prol do nosso atletismo.

Mas meu amigo, contra os desígnios de Deus, nada podemos! Se a tua missão, aqui estava cumprida, qualquer desculpa serviria para te tirar do nosso convívio. Hoje eu sei que a Olimpíada do Rio de Janeiro não vai ser a mesma com a tua partida, pois a cada prova que acontecer eu vou te imaginar ali pelo meio cuidando de alguma tarefa, determinada pelo Martinho ou outro coordenador de setor da arbitragem, resolvendo um ou outro problema, com a leveza e a determinação que te caracterizavam. Mas eu tenho certeza que Deus também te reserva outras missões e antes delas o re-encontro com amigos que nos antecederam na grande viagem, Eles: Manoel Trajano, (Pai), Manoel Furtado, Adelmo Tavares, Luiz Carlos Mendes, Carlos Alberto Alves (Tainha) e muitos outros espíritos de luz,que com certeza farão o cortejo de recepção a você no outro mundo.

Meu amigo, aqui eu me despeço, não sem antes lembrar com alegria,que à tua despedida compareceram, se não todos, mas muitos daqueles que conviveram contigo, em tua breve passagem por este mundo, inclusive os que muitas vezes discordavam, mas eram obrigados a te respeitar, pela pessoa humana que você foie pelo profissional competente e cumpridor das missões que lhe eram dadas. Meu amigo, um bom descanso na casa do Pai! E quando ele decidir, nos rê-encontraremos, forte abraço do amigo de sempre.

Raimundo Mesquita

 

Comentários

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 5 de Dezembro de 2015 às 08:22.

Mesquita, que foi presidente da Federação de Atletismo do Maranhão por muitos anos comete equivoco ao colocar Trajano e Aparecida no mato de fundação da FAMA.

A Federação mfoi fundada em 1979, por mim; Trajano e Aparecida só chegaram ao Maranhão quase dois anos depois. O que não desmere o trabalho de ambos, pelo atletismo maranhense.

Embora não tendo participado da fundação, fizeram o que podiam - e mais um pouco ainda - com muito trabalho e dedicação, para que a FAMA chegasse onde chegou, nos bons tempos...

O Atletismo maranhense muito deve à esse pernambucano, tido como paulista...


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