Curso Caixa de Medidores de Prova de Rua reúne 15 inscritos 27|11|2010 - 09:32 | Da Assessoria de Imprensa da CBAt

Fonte: CBAt

Etapa do Circuito de Corridas da Caixa (Luiz Doro/adoro)
Clique na Imagem para Ampliar
São Paulo - Só neste final de semana (27 e 28), estão previstas 12 corridas de rua nas cidades de Porto Alegre, Canela (RS), Rio de Janeiro, São Paulo (duas), Campinas, Guarujá (SP), Salvador, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte e Blumenau (SC). As competições devem reunir milhares de corredores profissionais e amadores, que vão cobrir distâncias que variam de 5 km até o máximo que conseguirem na prova de Campinas, que terá 24 horas de duração.

Em todas há algo em comum tão fundamental quanto os copos de água oferecidos aos atletas pelos organizadores. Elas precisam do trabalho de um profissional pouco conhecido: o medidor de provas de rua. Sem ele, recordes não podem ser homologados pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). Apenas um brasileiro, Rodolfo Eichler, tem a graduação A, a mais alta concedida pela AIMS, a entidade internacional responsável pelas normas técnicas das maratonas e das corridas de ruas.

A CBAt reconheceu que há uma demanda por profissionais na área. Sem contar os outros estados, só em São Paulo são promovidas mais de 200 corridas de rua por ano. Por isso, este ano, está organizando o Curso Caixa de Formação de Medidores de Provas de Rua. A Confederação e suas afiliadas convidaram árbitros de atletismo, a maioria professores de Educação Física, para serem capacitados na função. As aulas, que duram três dias, são ministradas pelo professor Ivan Gomes Junior, que há mais de 13 anos faz medições de provas de ruas no Brasil e no exterior.

O primeiro curso foi dado em junho, em Goiânia (GO). Em agosto, foi a vez do Recife (PE). Cada um com 15 alunos. O terceiro e último do ano está sendo realizado neste final de semana, em parceria da Federação Paulista de Atletismo, em São Paulo, com a presença de 16 alunos, sendo que um deles participa como ouvinte. Oito eram paulistas e quatro duplas vieram dos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

A única mulher, Marielena Giribola da Silva, de 36 anos, veio de Artur Alvim, na Zona Leste de São Paulo. Árbitra de atletismo há apenas quatro meses, ficou entusiasmada com o curso. "Tenho planos de chegar a ser uma medidora da categoria A", disse Marielena. Como se fosse um artilheiro na hora do gol, o catarinense Roberto de Sá Prudêncio fez um coração com as mãos para mostrar que estava ali por amor ao esporte.

As aulas teóricas foram dadas no primeiro dia, nesta sexta-feira, no auditório da Federação Paulista de Atletismo, no Paraíso. De forma simples e bem didática, Ivan explicou quais as normas que devem ser adotadas na medição das distâncias oficiais: 10 km, 15 km, 20 km, meia maratona (21.097 m), 25 km, 30 km, maratona (42.195 m), 100 km e revezamento. Lembrou que elas não podem ser feitas em pisos macios como a grama, areia e terra e precisam levar em conta o menor percurso em que o atleta possa correr e as tangências das curvas. Também enfatizou a necessidade da apuração rigorosa das medidas, com a preocupação de as diferenças não sejam gritantes e que não possam ser compensadas no trajeto.

Em caso de dúvida, não ter receio de refazer o trabalho, que por ser detalhista é lento e pode levar dias para ser completado. Normalmente, a medição precisa ficar pronta e publicada pela organização duas semanas antes da data da prova.

Ivan apresentou os equipamentos básicos: o Jones Counter, uma espécie de velocímetro, fita métrica de aço que deve ser de uma das duas fabricantes reconhecidas pela AIMS calculadora, pregos de aço, martelo, giz ou lápis de cera para as marcações nas ruas e altímetro para calcular os desníveis de altitude. Saber pedalar é condição primária para quem quer ser um medidor de corrida de rua.

O Jones Counter é colocado no eixo dianteiro da bicicleta e cada medida que registra à determinada distância deve ser anotada. Ele leva a vantagem de ser mais exato que os navegadores do tipo GPS. Pedalar sem pressa (no máximo, 16 km/h), o mais reto possível e na mesma posição, verificar a calibragem dos pneus, que pode variar por causa da temperatura ambiente, são outros cuidados essenciais para que a medição seja a mais precisa possível.

Depois das aulas teóricas, os alunos passaram para a prática na Academia de Educação Física da Polícia Militar do Estado de São Paulo, no Canindé. Durante dois dias, neste sábado e domingo, eles aprenderiam a instalar e calibrar o Jones Counter nas bicicletas e a medir os percursos de pista e de rua com os equipamentos. Ainda elaborariam mapas e a documentação da medição. Haveria a discussão dos resultados e, no final, os alunos receberiam certificados de conclusão do curso.

Conforme a avaliação do professor Ivan, encaminhada à Confederação e às Federações, eles poderão atuar como medidores de provas de rua na categoria C.Para 2011, a CBAt pretende promover novos cursos em outras capitais do País.

Comentários

Nenhum comentário realizado até o momento

Para comentar, é necessário ser cadastrado no CEV fazer parte dessa comunidade.