Manaus - Recebi novo e-mail a respeito do resultado do atleta Sylvio de Magalhães
Padilha nos 100 m rasos e outros assuntos. Como responsável pelo setor
técnico da CBAt, devo esclarecer que:
a) Sobre o fato de Sylvio de Magalhães Padilha não ter obtido a marca de
10.4 nos 100 m rasos, os dados de que dispomos foram compilados por
estatísticos brasileiros e internacionais que nos antecederam e nossa
preocupação é apenas a de manter os registros de forma correta. Por outro
lado, há alguns anos, estamos procedendo a exaustiva busca de informações
sobre o passado do Atletismo nacional e nada encontramos a esse respeito.
Entretanto, se tivermos acesso a algum documento que comprove o resultado e
sua homologação, faremos a devida retificação.
b) Isso em nada diminui o atleta. Ele foi recordista nacional em diferentes
disciplinas atléticas durante décadas, inclusive nos 100 m, prova que não
era sua especialidade. Foi um dos mais importantes desportistas brasileiros
de sua geração. Ganhou o Troféu Helms e várias outras honrarias.
c) Por outro lado, é simplesmente improcedente a colocação de que a CBAt
pretende esconder, por causa de alguém ou por determinação do Presidente do
COB, os feitos atléticos de Sylvio de Magalhães Padilha. Por que razão isso
seria feito? Ele foi um excelente atleta e seus feitos falam por si.
A CBAt não tem em seu site todas as informações do Atletismo brasileiro,
como é óbvio. São colocadas referências genéricas e várias vezes não se faz
menção a quem teria criado determinada competição. Isso é feito de forma
natural, sem a menor preocupação em omitir o nome de alguém ou a atender a
algum pedido descabido.
d) Infelizmente, o resultado do atleta Ivo de Pádua Sallowicz nos 100 m
rasos, de 10.3, em 1933, que igualaria à época o recorde mundial, não pôde
ser homologado, em virtude de vento a favor, daí não estar em qualquer lista
oficial no Brasil e no exterior, constando apenas como referência.
Inclusive, Ivo Sallowicz, com o qual convivi quando ele era funcionário da
FPA, era exatamente o Diretor de Estatística da Federação Paulista de
Atletismo e conhecia perfeitamente essa situação.
Ademais, na reunião do Conselho Técnico de Atletismo da antiga Confederação
Brasileira de Desportos, de 18 de novembro de 1949 (16 anos depois dos 10.3
não reconhecidos de Sallowicz), que homologou como novo recorde brasileiro
dos 100 m a marca de 10.4, de Aroldo Pereira da Silva, foi rejeitado o
pedido da Federação Paulista para que o resultado também fosse considerado
recorde sul-americano. Mário Fayos, do Uruguai, já tinha estabelecido 10.3
no dia 26 de março de 1949.
e) É muito difícil comparar resultados do passado com os do presente, por
inúmeros motivos. O treinador Nélio Alfano Moura (quatro medalhas olímpicas
de ouro no período de dois anos), responsável da CBAt pelas provas de saltos
horizontais e de barreiras (técnico dos atuais recordistas brasileiros de
110m e 100m com barreiras), tem um interessante estudo comparativo sobre
marcas de atletas do passado e as atuais no Troféu Brasil de Atletismo e
Campeonatos Nacionais de outros países. Brevemente, iremos iniciar uma
coluna no site da CBAt sobre esses assuntos.
Martinho Nobre dos Santos
Superintendente-Técnico da CBAt
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