Benê Turco/Assessor de Imprensa da CBAt (em Daegu)

Fonte: CBAt

Fabiana Murer dá décima primeira medalha ao Brasil em Campeonatos Mundiais (Gettymages/IAAF)
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DAEGU (Coreia do Sul) - A medalha de ouro conquistada por Fabiana Murer no salto com vara, na noite desta terça-feira 30, no Daegu Stadium (manhã no Brasil), foi a 11ª ganha pelo Brasil em Campeonatos Mundiais de Atletismo ao ar livre. Fabiana, que também é a atual campeã mundial indoor, tornou-se, assim, o único nome do Atletismo nacional a vencer também o Mundial outdoor. A noite teve vários campeões no Mundial, que acontece na cidade de Daegu, na Coreia do Sul, como o queniano David Rudisha, nos 800 m. Mas a festa maior foi a de Fabiana, de seu treinador e marido Elson Miranda, de Vitaly Petrov, ucraniano contratado pela CBAt para dar assistência na prova, e toda a delegação brasileira.

Muita emoção da parte de todos. Elson não escondeu as lágrimas em várias das entrevistas. Fabiana, como sempre, atendeu a todos os jornalistas e também os voluntários coreanos, que trabalham no evento, que queriam cumprimentá-la, tirar foto ou autógrafo. Um jornalista cubano contou 15 entrevistas de Fabiana para emissoras de televisão, além das brasileiras Sportv e Globo, e da emissora oficial da IAAF. Depois, o papo com o pessoal da imprensa escrita, portais, depois a coletiva... Aí veio a hora da coleta de material para o antidoping. E Fabiana com seu sorriso. Elson e Petrov também foram entrevistados por jornalistas de emissoras e jornais do mundo todo. Entrevistas em português, espanhol e inglês.

Fabiana e Elson lembraram todos os anos de trabalho, iniciado em 1996, em Campinas. Nos últimos 10 anos veio o apoio de Petrov. "É muita gente que ajudou e muito que ajudam atualmente. Meu técnico, o Élson, o Petrov, outros treinadores que nos ajudaram", lembrava Fabiana. "E tem os médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, massagistas, o pessoal da retaguarda, da administração. E os patrocinadores, o meu clube (BM&FBovespa), a CBAt e os patrocinadores dela (Caixa, Nike). Na verdade a medalha é um pouco de todos", disse a atleta. "Agora continuamos o trabalho", disse Elson. "A festa continua até amanhã, no máximo. Aí já começamos a trabalhar para os eventos que vêm pela frente", completou.

Fabiana disse que ainda vai competir na Diamond League de Zurique, antes de voltar ao Brasil. Se ganhar a prova pode levar o título do circuito mais uma vez (venceu no ano passado). "Estive muito bem em 2010, este ano não fui tão regular, mas o foco era o Mundial, deu certo. Agora vamos pensar no PAN (em outubro, em Guadalajara)", afirmou a saltadora, que venceu a prova com 4,85 m, igualando o recorde sul-americano que estabelecera ao vencer o Ibero-Americano em San Fernando, na Espanha. Ainda tentou saltar 4,92 m para assumir a liderança do Ranking da temporada, mas não consegui passar.

Para a Olimpíada de Londres, no ano que vem, Fabiana espera novamente uma disputa forte. Além de Elena Isinbayeva, que saltou 4,65 m, "mas que é sempre uma adversária a ser respeitada", ela cita novamente as alemãs Martina Strutz (prata em Daegu com 4,80 m) e Silke Spiegelburg, a russa Svetlana Feofonova (bronze com 4,75 m), as polonesas Anna Rogowska (campeã mundial em Berlim 2009) e Monika Pyrek. "E sempre pode surgir mais alguém", lembra Fabiana. Sobre a prova de Daegu diz que teve certeza de que iria ao pódio quando fez 4,75 m. "Mas da vitória só soube, mesmo, só soube que era minha, de fato, depois de saltar 4,85 m", finalizou.


TODAS AS MEDALHAS DO BRASIL EM MUNDIAIS DE ATLETISMO (AO AR LIVRE)

MEDALHA DE OURO
*Fabiana Murer - salto com vara - 4,85 m - Daegu (KOR) - 2011

MEDALHA DE PRATA
*José Luiz Barbosa - 800 m - 1:44.24 - Tóquio (JPN) - 1991
*Claudinei Quirino - 200 m - 20.00 (-0.8) - Sevilha (ESP) - 1999
*Sanderlei Parrela - 400 m - 44.29 - Sevilha (ESP) - 1999
*Vicente Lenilson, Edson Ribeiro, André Domingos e Cláudio Roberto - 4x100 m - 38.26 - Paris (FRA) - 2003
*Jadel Gregório - salto triplo - 17,59 m - Osaka (JPN) - 2007

MEDALHA DE BRONZE
*Joaquim Cruz - 800 m - 1:44.27 - Helsinque (FIN) - 1983
*José Luiz Barbosa - 800 m - 1:43.76 - Roma (ITA) - 1987
*Luiz Antônio dos Santos - maratona - 2:12.49 - Gotemburgo (SWE) - 1995
*Claudinei Quirino - 200 m - 20.26 (2.3) - Atenas (GRE) - 1997
*Raphael Oliveira, Claudinei Quirino, Edson Ribeiro e André Domingos - 4x100 m - 38.05 - Sevilha (ESP) - 1999

Comentários

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 31 de Agosto de 2011 às 08:05.

Fabiana Murer espera ansiosa a cerimônia de entrega da medalha no Mundial 31|08|2011 - 07:01 | Benê Turco/Assessor de Imprensa da CBAt


Fabiana comemora a conquista do título no Mundial de Daegu (Gettymages/IAAF)
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DAEGU (Coreia do Sul) - Fabiana Murer dormiu pouco mais que três horas e antes das 7 da manhã já estava de pé. Um rápido café da manhã e uma sessão de fisioterapia, mas já atendendo, com a atenção de sempre, a Assessoria da CBAt. Eram pedidos de entrevistas ou mesmo de declarações, as famosas "aspas" no jargão jornalístico. O que vai fazer agora? Quando volta para o Brasil? Já está pensando no PAN? E Londres, acha que o grupo que disputará os lugares do pódio mudará muito em relação ao que competiu em Daegu? Ou, então: Em quem você pensou quando teve a certeza de que era a primeira sul-americana campeã mundial? A quem dedicou a medalha de ouro? O que fez você evoluir a ponto de tornar-se uma protagonista do salto com vara feminino?

São perguntas necessárias, embora pareçam rotineiras. Agora com mais calma, Fabiana lembra que foi longo o caminho para passar da atleta que saltava 3,90 m uma década atrás, para os 4,85 que lhe deram o lugar mais alto do pódio nesta 13ª edição do Campeonato Mundial de Atletismo, que está sendo disputado em Daegu, na Coreia do Sul. Explicou tudo nas entrevistas que concedeu ainda no Estádio. Depois, já de madrugada, enquanto saboreava um lanche e recebia cumprimentos do pessoal do Brasil na Vila dos Atletas, dava entrevistas por telefone. Quando foi dormir, começou a projetar o novo dia, dali a algumas horas, os compromissos de campeã mundial.

Agora, já atenta, foi sincera, mais uma vez: "Pude evoluir porque teve quem acreditou em mim. E pude chegar a este nível profissional porque investiram em mim. Foi o trabalho do Elson (seu treinador e marido Elson Miranda), do Vitaly (Vitaly Petrov, especialista ucraniano contratado pela CBAt para dar assistência à prova no Brasil), meu clube (BM&FBovespa), a Confederação e seus patrocinadores (CAIXA, NIKE). Foram as pessoas que me atenderam, treinadores, médicos, pessoal de apoio. E foi a paciência para esperar, porque demorei 15 anos, desde que comecei a treinar em Campinas, até vencer aqui em Daegu." Por isso, explica, "não poderia oferecer a medalha apenas a uma pessoa ou instituição. Foi tudo isso que me fez campeã."

E agora? "Bem, tem os compromissos de hoje, não é?" Com dirigentes, treinadores e pessoal da equipe, almoçou na sala da Nike no Novotel. Depois, entrevistas para o canal da empresa, para três emissoras coreanas, gravações com equipes do Sportv e Globo, e conversas com jornalistas brasileiros que vieram a Daegu para acompanhar o Mundial. Um pouco de descontração, brincadeiras com os amigos, e uma confissão: "Estou ansiosa para a cerimônia de premiação." A previsão é que Fabiana, a vice-campeã Martina Strutz, da Alemanha, e a ganhadora da medalha de bronze Svetlana Feofonova, da Rússia, recebam as medalhas nesta quinta-feira 1, às 19:45. "É emocionante só de pensar, é a primeira vez que vamos ouvir o Hino Nacional numa cerimônia de premiação num Mundial de Atletismo", fala. De fato, as 10 medalhas ganhas anteriormente por brasileiros foram de prata e bronze, cinco cada.

"É hora de curtir, depois da cerimônia volto aos treinos e o Elson pega pesado", brinca. "Vou me preparar para Zurique", afirma (se ganhar será bicampeã da Diamond League). "Depois, descansar um pouco e voltar aos treinos para o PAN (em outubro)", diz. Num ponto de uma das entrevistas fica sabendo que a imprensa coreana a chama de "cinderela". Não perde a piada: "Bem, não perdi nenhuma sapatilha." Um tempo para descanso, mais entrevistas. Com Elson, ganha um garrafa de "dom Perignon", dá mais uma entrevista, toma um café e um táxi para voltar à Vila dos Atletas. Agora, um pouco de descanso, um tempo para responder a perguntas que chegaram por e-mail, atender telefonemas, ver pedidos para que compareça a programas de televisão quando voltar ao Brasil. E planejar a volta aos treinos, focar no Meeting de Zurique, no PAN de Guadalajara e pensar em 2012, ano da Olimpíada de Londres.

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