Fonte: CBAt
Vitaly Petrov orienta Clínica da CBAt em São Caetano e prevê evolução do salto com vara no Brasil (Wagner Carmo/CBAt)
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Mais conceituado treinador de salto com vara do mundo, o ucraniano Vitaly Petrov orienta clínica de salto com vara, realizada pela Confederação Brasileira de Atletismo com apoio do COB, para atletas pré-convocados para o PAN 2011. A clínica começou na segunda-feira 21 e vai até domingo próximo 27, no CER Vila São José, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Convidado pela CBAt para exercer essa consultoria mais constante até a Olimpíada do Rio, em 2016, Petrov deixou claro que pretende encarar o desafio.

"Até 2012 tenho compromisso assumido com a IAAF, como diretor de desenvolvimento do salto com vara no Centro de Treinamento de Fórmia, na Itália", explica Petrov. "Tenho vários atletas que dependem de minhas orientações e não poderia deixá-los agora", comenta Petrov, que fala inglês, italiano e russo, além da língua natal.

Ele já veio diversas vezes ao Brasil nos últimos 10 anos, para clínicas promovidas pela CBAt ou pela BM&FBovespa, equipe do treinador Elson Miranda, também membro do Conselho Técnico da Confederação. A possibilidade de ficar mais tempo com os brasileiros ficou mais fácil, desde que ele deixou de responder pela preparação da russa Yelena Isinbayeva, campeã olímpica e recordista mundial da prova.

"A Yelena era minha prioridade, mas como ela decidiu voltar a treinar em Volvogrado, na Rússia, tenho mais tempo para dedicar aos brasileiros, especialmente depois de 2012, com vistas à Olimpíada do Rio 2016", disse, abrindo caminho, para uma negociação mais efetiva com a CBAt. "Depois de Londres 2012 realmente estaremos abertos para acertar os detalhes de uma atuação mais intensa dele no Brasil", diz o presidente da Confederação, Roberto Gesta de Melo.

Na clínica, que tem a coordenação de Elson Miranda, o objetivo é atender os atletas pré-qualificados para os Jogos Pan-Americanos do México, em outubro: Fabiana Murer, Fábio Gomes da Silva, Augusto Dutra, Karla Rosa, além do vice-campeão dos Jogos Olímpicos da Juventude, Thiago Braz.

Antes de treinar Isinbayeva por seis anos, Petrov foi técnico do supercampeão Sergei Bubka, campeão olímpico, hexacampeão mundial e dono de 35 recordes na prova. Em 2007, ele foi eleito pela IAAF como "Técnico do Ano".

"Acho que Fabiana Murer e Fábio Gomes ainda podem crescer mais e meu objetivo é levá-los ao pódio em Olimpíadas e Mundiais. Eles precisam ter esse foco e acreditar em suas possibilidades", fala o treinador, citando os dois atletas mais experientes, que também admite ter grandes esperanças no jovem Thiago Braz.

INFLUÊNCIA DE PETROV MUDOU O SALTO COM VARA NO BRASIL

Elson Miranda lembra que mudou toda a sua filosofia de treinamento em função dos primeiros contatos com Petrov e, que, por isso, os atletas estão alcançando bons resultados. Fabiana ganhou no ano passado a medalha de ouro no Mundial Indoor de Doha e o circuito Diamond League da IAAF, com o melhor salto de 4,85 m, recorde sul-americano.

"A influência de Petrov foi essencial na minha carreira. Não sou uma atleta muito veloz nem muito forte, mas tenho coordenação e boa técnica. Sem a Isinbayeva, que era a prioridade dele, acho que ele terá mais tranquilidade e tempo para dedicar aos brasileiros", lembra Fabiana, que saltava 3,90 m quando começou a trabalhar com o ucraniano.

Fábio Gomes da Silva concorda com Fabiana. "Eu saltava 5,10 m no início do trabalho e há três semanas bati o recorde sul-americano com 5,80 m. Com as orientações dele e o trabalho diário do Elson, acho que posso chegar mais longe. Quero ganhar uma medalha no Mundial Militar do Rio (é atleta do Exército), disputar a final do Mundial de Daegu (na Coreia do Sul) e ganhar o bicampeonato do PAN no México. Para isso, acho que terei de superar os 5,90 m", diz, animado.

Karla Rosa, que obteve há três semanas o índice para o PAN também está feliz. "Se saltei 4,35 m em minha primeira competição do ano, acho que posso sonhar com o índice de 4,52 m para o Mundial de Daegu", afirma.

Elson lembra que o grande segredo de Petrov é saber tirar o máximo de cada atleta. "Ele acha que o técnico tem sempre de pensar alto, sem atropelar etapas", comenta. "Ele sabe que o Thiago Braz tem de fazer um trabalho de longo prazo e brilhar nas Olimpíadas de 2016 e de 2020. Ele tem 17 anos agora e demonstra excelente potencial", continua.

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