Pessoal,
o debate foi proposto pelo Márcio Pereira para a lista no formato antigo. Trago para cá.
-----Mensagem original-----
De: cevbasq-bounces@listas.cev.org.br [mailto:cevbasq-bounces@listas.cev.org.br] Em nome de Marcio Pereira
Enviada em: sábado, 20 de junho de 2009 15:08
É com certa tristeza que fiquei sabendo que a ex-jogadora Janeth Arcain será a nova tecnica da Seleção Brasileira Sub 15 feminina:
vejam seu currículo:
"*Em 20 anos de carreira, Janeth conquistou o título de campeã mundial
(Austrália/1994), duas medalhas olímpicas (prata em Atlanta/96 e bronze em
Sydney/2000), ouro nos Jogos Pan-Americanos (Havana/1991), pentacampeã
sul-americana (1981/93/95/97/99), além do tetracampeonato da WNBA pelo
Houston Comets (97/98/99 e 2000). Janeth marcou 2.830 pontos em jogos 163
oficiais pelo Brasil. "
*Currículo impecável como jogadora, mas..... e como técnica de basquete?
Qual o seu currículo?
Qual o critério que a CBB utilizou??
--
Prof. Marcio Pereira
________________
Lista cevbasq Adm:
http://cev.org.br/qq/carlosalex/
Comentários
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Carlos Alex Martins Soares
em 20 de Junho de 2009 às 15:49.
Não há o que se dizer da atleta e do conhecimento da mesma. O que esta em jogo no debate proposto é a formação técnica da Janeth e, confesso, havia passado sem perceber isso. A lei é clara: tem que ter trabalhado como técnica (dois anos antes de 1998) ou estar formada em educação física para trabalhar como técnico desportivo. Mas... No Brasil sempre há um mas... O CONFEF não cumpre com seu papel e a Janeth já vem conduzindo equipes do seu projeto, colocando o nome em súimulas como auxiliar, etc. O que acontece? O CONFEF abre as portas para o registro de grandes nomes do nosso esporte, como fez com Dunga, Renato Portaluppi, Jorginho, Romário (era estudande de educação física, terminou o curso?) e outros em nome do desenvolvimento do esporte. Erram duas vezes, pois perdem espaço e desrespeitam a legislação - se quem fiscaliza o sistema faz não vê, não há como nós, mortais, fazermos qualquer coisa contra ele. A menos que formalizemos uma denúncia junto ao CONFEF e, posteriormente, entremos na justiça. Duas coisas ocorrerão: ela será retirada ou a lei será alterada, pois não irá aintgir a Janeth, mas todos os que não possuem a formação exigida por lei para ser técnico desportivo: formação no ensino superior de licenciatura plena em educacão física ou bacharelado em educação física ou bacharelado em esporte. é a lei, mais uma vez não cumprida no Brasil...
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Marcio Pereira
em 20 de Junho de 2009 às 16:04.
Sobre o CONFEF lembro-me quando corríamos atrás de assinaturas, em cursos e congressos, de professores para conseguirmos nº suficiente para sua criação. O CONFEF até agora só conseguiu, sem querer ser irônico, criar uma nova PROFISSÃO que se intitula PROVISIONADO. O que ganhamos foi o direito a mais uma despesa e pagar meia entrada no cinema. Agora lançam o "2009 - o ano da educação fisica escolar". É morrer de rir. Será que eles estão preocupados com a Educação Física (ela desapareceu do currículo no 3º grau e suprimida no ensino médio para dar lugar para disciplinas de filosofia e sociologia), mudar a LDB, ou apenas entrar nas escolas para cobrar anuidades dos professores?
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Suzana de Souza Gutierrez
em 23 de Junho de 2009 às 23:08.
É pessoal :)
Esta semana, o comentário em todas as midias é a abolição da necessidade do diploma para exercer a profissão de jornalista.
Pra pensar...
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Marcio Pereira
em 23 de Junho de 2009 às 23:44.
Pois é, qualquer "mané" poderá dar uma de jornalista...
E a situação da Educação Física caminha para o mesmo fim. O CONFEF legalizou os PROVISIONADOS. Não importa que eles sejam ex-atletas ou o nível escolar. É só fazer um "cursinho" que eles já podem atuar..... É bem a cara do nosso País. Mas, o que importa agora é a Copa do Mundo, candidatura do Rio para os Jogos Olímpicos, etc.. Cuidar da Educação Física prá que?? Na década de 70, com o miltarismo, sabemos que não nos tornarmos uma potência olímpica. Mas, hoje com todo o noso conhecimento, estamos no fundo do poço.
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Wagner Cançado Rohlfs
em 6 de Julho de 2009 às 18:10.
Caro Carlos Alex e listeiros,
realmente este confronto de profissionais de Ed. Física e ex-jogadores tentando um espaço de trabalho é antiga e parece que ainda demorará para terminar. Tenho a seguinte opinião do assunto: ter ambas qualificações são necessárias e importantes para ser um treinador de base. Um possui a teoria educativa e o outro possui a prática. Difícil para o professor descobrir o que realmente importa no aprendizado e difícil para o atleta descobrir como e qual a maneira mais fácil e correta de ensinar. Se tivesse que escolher um dos dois prefereria aquele que tornará melhor o aluno, seja seu objetivo ser atleta futuro ou ser uma pessoa melhor. É que às vezes ficamos entre a cruz e a espada, e o mais adequado talvez seria preparar ambos os profissionais para serem melhor no que não sabem. Ou seja, para a Janeth, seria importantíssimo a interferência da CBB ( ou Federação local ) na formação dela, deixando-a com profissionais educadores todo o tempo para auxiliá-la. Do outro lado, ao profissional de Ed. Física somente, deveria ficar um ex-atleta para auxiliá-lo. Assim, se tivéssemos um mecanismo legal para estas capacitações, sem ficarmos desqualificando os ex-atletas nem tirando o direito dos profissionais de Ed. Física, e com isto prejudicando formação dos novos, seria a solução ideal. Como nem tudo é do jeito que queremos, e se precisasse escolher entre ambos, preferiria o ex-atleta pois neste poderíamos atuar para dar uma formação melhor ( incentivá-lo a se formar em educação Física, dar cursos, participar em Congressos, etc ), enquanto ao Profissional de Educação Física dá-lo a prática ( digo, ter ao menos chegado à Competições adultas ou chegado a treinar para a performance ), se ele áinda não a ter, é quase que impossível. Abraço.
PS: Para quem quiser saber, favor ver minhas qualificações em meu perfil.
Por
Marcio Pereira
em 6 de Julho de 2009 às 18:42.
A questão não é equiparar o ex atleta profissional com um Profissional em Educação Física leigo na área, mas sim de um ex atleta profissional com um Profissional em Educação Física especialista na área, no caso o basquetebol. Quantos Técnicos que atuam na área, que são formados, com maior competência que foram deixados de lado? Ela poderia no máximo ser uma supervisora. Ou a nossa profissão vai acabar igual ao do jornalista. Aí pergunto: Onde estão CONFEF e CREF’s para nos defender? De "boleiros" o Brasil está cheio. De "entendedores" de atividades físicas e esportes também: os provisionados. Precisamos fortalecer nossa CLASSE. A Educação Física perde cada vez mais sua necessidade e importância nas escolas, faculdades, clubes etc. O mestrado e vai perder para o "adestrado". Se foi criada uma Lei, que ela seja respeitada.
Por
Carlos Alex Martins Soares
em 7 de Julho de 2009 às 10:54.
Wagner e Márico,
nunca cito minhas qualificações como atleta por ter sido a parte mais feliz no basquete (jogar, jogar e jogar). Certamente muito aquém se comparado com vários ex-atletas. O que eu critico é que a Educação Física aprovou uma legislação para definir quem atua em determinadas áreas e, entre elas, as funções de técnico desportivo estão incluídas. Sendo assim, por mais incapaz que venha a ser o profissional de educação física, ele tem a qualificação determinada por lei para atuar naquela área, no nosso caso como técnico de uma equipe qualquer, já nem vamos falar de uma seleção nacional.
Vocês veem médicos leigos atuando? Claro, volta e meia um é pego, vai preso, é chamado de charlatão e responde a um processo. É o CRM agindo. Na educação o próprio CONFEF/CREF dá um certificado aos leigos, PROVISIONADO, sendo que existe uma lei que limita a existências dos leigos na educação física - ter trabalhado, por pelo menos dois anos, antes da promulgação da mesma, ou seja, 1996. Mas, volta e meia surge um grande atleta com capacidade de ser técnico de uma seleção, como Dunga e Janeth, mas que a lei não lhes permite atuar nessa função. O que faz quem deveria defender a lei? Burla a mesma e dá um documento dizendo que o indíviduo era formador de atleta em 1996, quando sabemos que Janeth e Dunga não eram atletas nessa época. Usar o argumento de que eram divulgadores da seleção e isso é atuar ocmo técnico é nos rotular de burros. Somos todos burros?
O que eu penso é que a legislação deu um tiro no pé, desconsiderando a capacidade dos atletas. A criação de alguns critérios que permitissem a transição da função de atleta, passando pela qualificação pedagógica que lhe elevasse, LEGALMENTE, a técnico da modalidade "X".
Carlos Alex Soares
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