Psiu do Aldo Barreto - http://aldobarreto.wordpress.com/ A nova geração “NI – NI”

Os preços elevados para compra e aluguel de imóveis; o índice de desemprego da crise econômica, e o endividamento ao longo dos anos de formação acadêmica são alguns dos vilões que desencorajam jovens a abandonar o conforto e a segurança da casa dos pais. O fenômeno, que está crescendo, ganha apelidos em cada um dos países onde aflora: a geração que se recusa a deixar o ninho se chama “Ni-Ni” na Espanha (“ni estudia, ni trabaja”), ou “kidult” no Reino Unido. Na Alemanha, sociólogos batizam essa propensão de ficar no “hotel da mama”.

Pesquisas mostram que na Espanha, por exemplo, metade (50 %) dos jovens até 34 anos continuam na casa dos pais, e muito não têm nenhum projeto de trabalho ou de vida em vista. Outra pesquisa, do Instituto Metroscopia, mostra que 54% dos jovens desta faixa etária por não terem nenhum tipo de projeto não se sentem interessados por nada. Este preocupante fenômeno social já virou um reality show espanhol — “Generación Ni-Ni”. [Fonte; O Globo, 14 de FEV 2010]

Grande prarte deste jovens, com tempo disponível e sem um compromisso de trabalho ou intelectual são bons colaboradores para as redes sociais de convivência onde esta pode ser uma condição não determinada.

Conviver com uma exibição face a face é intrincado, quando é necessário um existir presencial com uma realidade vivida com outros habitantes. A vivência presencial expõe nossos guardados existenciais. Mas, com a realidade virtual em nossa convivência cotidiana, cada vez mais, podemos viver a condição de uma existência sem a necessidade de uma presença física e outras explicações.

Na comúnicação face a face estar no grupo “Ni Ni” pode ser uma explicitação indesejada. Assim vai se juntando no espaço virtual a geração NI-NI e a geração SI-SI-SI (com trabalho, com morada e estudando) para ambos montarem a coleção de fragmentos e linkagem que o tempo permitiu. Conteúdos exóticos e de entretenimento. Viver a memória de nossas fantasias pautadas por um imaginário mais ou livres das amarras do cotidiano.

A geração “Ni-NI” volta da idade adulta para uma adolescência forçada pelo tempo disponível e as facilidades de um duplo viver abrigado.

AAB

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