Estava a conversar em uma roda com os Mestres Marco Aurélio, Nelsinho, e Índio do Maranhão sobre a Capoeira… e disse ter lido trabalho de pesquisa sobre “O poder das autoridades e representações sobre o contestado franco-brasileiro’, de Francinete do Socorro Santos Cardoso in COELHO, M.C.; GOMES, F. dos S.; QUEIROZ, J.M. de; AZCEVEDO MARIN, R. E.; e PRADO, G. MEANDROS DA HISTÓRIA – trabalho e poder no Grão-Pará e Maranhão – séculos XVIII e XIX. Belém: UNAMAZ, 2005, p. 292-327, quando me deparei com uma noticia assaz interessante. Conto-lhes, após uma breve introdução para melhor se localizarem:
Macapá é um município brasileiro, capital do estado do Amapá. Localizada no sudeste do estado, é a única capital estadual que não possui interligação por rodovia a outras capitais. Ademais, é a única cortada pela linha do Equador.
Antes de ter o nome de Macapá, o primeiro nome concedido oficialmente às terras da cidade foi Adelantado de Nueva Andaluzia, em 1544, por Carlos V de Espanha, numa concessão a Francisco de Orellana, navegador espanhol que esteve na região.
A história de Macapá se prende à defesa e à fortificação das fronteiras do Brasil Colônia, quando estabelecido um destacamento militar, criado em 1738. Posteriormente, na Praça São Sebastião (atual praça Veiga Cabral), a 4 de fevereiro de 1758, era levantado o Pelourinho, na presença do Capitão General do Estado do Grão-Pará, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, fundando a Vila de São José de Macapá. A partir de então, foram surgindo edificações, até hoje preservadas, que constituem em verdadeiro patrimônio cultural, como Fortaleza de São José do Macapá, uma das sete maravilhas brasileiras.
A costa do Amapá foi descoberta e reconhecida pelo espanhol Vicente Yañez Pinzón. Com quatro caravelas, Pinzón atingiu em 26 de janeiro de 1500 um cabo do litoral brasileiro que foi identificado como cabo de Santo Agostinho (Pernambuco). Prosseguindo para o norte, passou pela foz do Amazonas e chegou à boca de um outro grande curso d’água, daí por diante conhecido como rio de Vicente Pinzón. Sua identificação com Oiapoque daria ao Brasil ganho de causa na questão dos limites com a Guiana Francesa (1897).
A ocupação de Portugal por Junot (1808) levou à trasladação da corte e a represálias contra os franceses no norte do Brasil. A Guiana foi ocupada por um corpo de vanguarda de voluntários paraenses, apoiados por uma pequena força naval, e governada durante oito anos pelo desembargador João Severiano Maciel da Costa, futuro marquês de Queluz. O Tratado de Paris (1814) ordenou a restituição da Guiana à França com as fronteiras de 1792, isto é, no Carapapóris. Portugal não ratificou essa decisão. O ato final do Congresso de Viena (1815) reconheceu a antiga fronteira de Utrecht. Por uma convenção celebrada em Paris (1817), Portugal comprometeu-se a efetuar a devolução em três meses, o que foi feito. Concordou também em que se formasse uma comissão mista para demarcar a fronteira. Tal comissão, porém, jamais se reuniu.
Em 1836, os franceses estabeleceram um efêmero posto militar na margem do lago Amapá, abandonado graças à intervenção britânica. Em 1841, Brasil e França concordaram em neutralizar o Amapá até a solução da pendência. No entanto, todas as conversações posteriores (1842, 1844, 1855, 1857) fracassaram. Só vingou uma declaração de 1862 sobre a competência comum para julgar os criminosos do território.
Em 1853, o senador Cândido Mendes de Almeida propôs a criação da província de Oiapóquia. As populações locais também pleitearam a medida em sucessivos memoriais (1859, 1870), sempre sem resultado. Em 1886 uma república francesa independente foi criada na região do Cunani, entre o Cassiporé e o Calçoene. Para seu presidente, elegeu-se o aventureiro Jules Gros, que instalou o governo em seu apartamento em Paris, nomeou o ministério e criou uma ordem honorífica, a Estrela do Cunani, que lhe deu grandes lucros. O próprio governo francês encarregou-se, em 1887, de liquidar essa república, que ressurgiria por breve período em 1901 com o nome de Estado Livre de Cunani, sob a chefia de outro aventureiro, Adolphe Brezet, que também se intitulava duque de Brezet e de Beaufort e visconde de São João.
Com a Proclamação da República no Brasil a situação na região fronteiriça ficou caótica. Seus habitantes elegeram, então, um triunvirato governativo (1894): Francisco Xavier da Veiga Cabral, chamado o Cabralzinho, cônego Domingos Maltês e Desidério Antônio Coelho. Os franceses nomearam capitão-governador do Amapá o preto velho Trajano, cuja prisão provocou a intervenção militar da Guiana. A canhoneira Bengali, sob o comando do capitão Lunier, desembarcou um contingente de 300 homens e houve luta. Lunier foi morto com 33 dos seus. França e Brasil assinaram um tratado de arbitragem (1897).
Fonte:: http://pt.wikipedia.org/wiki/Amap%C3%A1; http://pt.wikipedia.org/wiki/Macap%C3%A1Após essa breve história do Amapá e sua capital, Macapá, retirada da Wikipédia… vamos aos fatos:
Conflito entre os os soldados da Guiana Francesa comandados pelo capitão Lumier e os homens de Cabralzinho ocorreu no dia 15 de maio de 1895.
Diante dos fatos, Lumier e Cabral se viram frente a frente… Lumier ameaçou Cabral com uma pistola… “diante disto, Cabral teria desarmado o capitão Lumier com um golpe de capoeira, mastando-o [...] a partir desse momento ouviram-se tiros de todos os lados, tendo inicio um conflito generalizado[...].” (p. 295-296).
Pois é, devemos o Amapá a um Capoeira – FRANCISCO XAVIER DA VEIGA CABRAL – Cabralzinho…
qua, 16/12/09 por leopoldovaz | categoria Capoeira, Ciência & Informação, História, Raízes, VISITANDO O MARANHÃOComentários
Por
Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 26 de Dezembro de 2009 às 12:52.
Recebi de Javier Rubiera, presidenten da FICA, o seguinte mater4ial:
O ATAQUE FRÂNCES E A REAÇÃO DE CABRALZINHO
MORTE DE LUNIER · 15 de maio de 1895
- Sois o governador do Amapá?
- Sim, responde Cabral. Sou o Governador do Amapá.
O capitão francês dá voz de prisão a Cabral. Ordena aos seus soldados que o prendam, depois de aplicar-lhe forte empurrão, puxando-o pelo braço esquerdo.
Cabral responde;
- Um brasileiro não se rende a bandidos!
Cabral desatende à intimação do militar gaulês. Nada fizera que pudesse merecer a prisão. Por que ser preso por tropas estrangeiras? Nunca se submeteria a tal humilhação.
Imediatamente o capitão Lunier dá novo violento empurrão em Cabralzinho e ordena à tropa: fogo!
Os soldados franceses obedeceram. O estampido de vinte e um tiros corta os ares em direção do heróico brasileiro. Cabral só tem tempo de rapidamente jogar-se ao solo, enquanto as balas passavam sobre a sua cabeça, indo cravar-se nas paredes da casa.
Lunier saca do revólver e tenta apontá-lo em direção de Cabral, que com extrema agilidade se lança sobre o oficial francês, aplicando-lhe o que na gíria brasileira se chama de "capoeira" e projeta-o ao solo. Sem tempo para oferecer reação o francês cai. Cabral arrebata-lhe o revólver das mãos.
Levanta-se Lunier e ordena pela segunda vez: - fogo!
Novos tiros ecoam. Cabral novamente se abaixa e as balas não o atingem. A essa altura numerosos brasileiros surgem, a fim de socorrer o agredido. Alguns vêm armados, outros sem armas, impedidos pela solidariedade humana.
Cabralzinho, com o próprio revólver do oficial francês, abate-o quase à queima roupa. Cai por terra o oficial mortalmente ferido, o sangue a ensopar-lhe o uniforme multicor. Logo a seguir um tenente francês avança sobre Cabral com o intuito de vingar a morte do capitão. Tem igual sorte. Cabral dispara contra o atacante. Cai por terra o tenente, sem condições para reagir, já nos estertores da morte.
Veiga Cabral é reconhecido pelo governo brasileiro como herói nacional, concedendo-lhe o presidente da República o título de "general honorário"do Exército Brasileiro.
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