ATLAS DA CAPOEIRA(GEM) NO BRASIL, por André Luiz Lace Lopes (RJ); Leopoldo Gil Dulcio Vaz (MA); Milton César Ribeiro (Miltinho Astronauta) (SP)
(onde não está indicado o estado/cidade, refere-se a fatos ocorridos no Município da Corte – Rio de Janeiro)
SÉCULO XIX
1800/1810 – o reconhecimento da Capoeira enquanto prática de luta/jogo se dá durante a primeira década do século XIX (ARAÚJO, 1997, p. 63).
1808 - quando da chegada da família Real ao Brasil começou o processo de repressão à cultura negra e foi intensificada a perseguição policial.
1809 - foi criada a Guarda Real da Polícia na qual o Major Miguel Nunes Vidigal foi nomeado comandante. Major Vidigal foi o verdadeiro terror dos capoeiristas, perseguia-os, espancava-os e torturava-os na tentativa de exterminá-los. Apesar dos severos castigos, os capoeiras resistiam bravamente
Segundo Barreto Filho e Lima, o Major Vidigal “era um homem alto, gordo, do calibre de um granadeiro, moleirão, de fala abemolada, mas um capoeira habilidoso, de sangue frio, e de uma agilidade a toda prova, respeitado pelos mais temíveis capangas de sua época. Jogava maravilhosamente o pau, a faca, o murro e a navalha, sendo que nos golpes de cabeça e pés, era um todo inexcedível”. (Barreto Filho, Melo & Lima, Hermeto. História da Polícia do Rio de Janeiro: Aspectos da Cidade e da Vida Carioca – 1565/1831, vol I. Rio de Janeiro: S/A A Noite, 1939, pg. 203). Após prestar relevantes serviços policiais para D. Pedro I e D. Pedro II, veio a falecer a 10 de junho de 1853, galgando o posto de Marechal de Campo e Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro. Ironicamente, talvez tenha sido o primeiro capoeirista a obter esta honraria.
1816 – Koster, Travels in Brasil – não mencionou capoeira, mas descreve algo da vida dos negros (in Koster, Henry, Travels in Brazil, 1st edition, Longman, Hust, Rees & Brown, London, 181, disponível em www.capoeira-palmares.fr)
1817/1819 – “Leão Angola, escravo de José Pedro de Sousa, por ser encontrado em ajuntamento de capoeiras, achando-se-lhe um tambor pequeno”, Códice 403, vol. II, Arquivo Nacional, ano 1817/1819, in ARAÚJO, 1997, p. 65
- Códice 403, Vol II. Arquivo Nacional, de 1817 a 1819. Do Livro de Polícia – prisões de 1817 a 1819, encontra-se também registradas prisões de 1820. registro de 15 prisões de indivíduos capoeiras. (Araujo 1997)
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