Prezados Companheiros

É com muito orgulho que comunicamos que após 18 anos de muitas lutas, conseguimos o reconhecimento máximo para a Capoeira: A Federação Internacional de Capoeira - FICA obteve seu reconhecimento pela General Association of International Sports Federations - GAISF, na qualidade de "Status Observer", que é o primeiro nível de reconhecimento pelo Comitê Olímpico Internacional - COI.

Para chegarmos a este reconhecimento foram necessários os seguintes estágios organizacionais: 1- Desmembramento da Capoeira da Confederação Brasileira de Pugilismo - CBP (1992); 2- Fundação da Confederação Brasileira de Capoeira - CBC (1992); 3- Reconhecimento da Capoeira pelo Comitê Olímpico Brasileiro (1995); 4- Homologação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva da Capoeira - STJDC pela Ordem dos Advogados do Brasil - OAB (1997); 5- Fundação da Federação Internacional de Capoeira - FICA (1999); 6- Fundação de 18 Federações Nacionais vinculadas à FICA; e 7- Encaminhamento do pedido de reconhecimento para a GAISF, último ato da gestão Sergio Vieira na FICA (2009).

A continuidade dos trâmites junto à GAISF coube ao atual Presidente da FICA, Sr. Javier Cuervo e ao Sr. Simone Scardua, Presidente da Federação de Capoeira da Suíça, os quais acompanharam passo a passo os desdobramentos da Assembleía Geral da GAISF ocorrida em Dubai na semana passada, a quem apresentamos nossas felicitações pelo excelente trabalho desenvolvido.

Na continuidade dos trabalhos a FICA terá dois anos para passar para o segundo nível de reconhecimento na GAISF.

Lembramos a todos que estes reconhecimentos não significam que a Capoeira irá fazer parte dos Jogos Olímpicos, mas sim que a Capoeira, enquanto modalidade desportiva atingiu um elevado nível de organização mundial.

Tal reconhecimento jogou por terra uma recente "tese" defendida em Portugal, cujos "autores" concluíram que o Sistema Desportivo da Capoeira cometeu os mesmos erros do passado. Foi um grande equívoco de pesquisa por absoluta falta de consulta em fontes primárias.

Dedicamos esta conquista a todos os capoeiristas do mundo, pois deles foi a vitória. Sem todos não teríamos atingido esta meta.

Com os meus respeitos,

Prof. Sergio Vieira - Pós-Ph.D. - Vice-Presidente Cultural da FICA   

    

Comentários

Por Sergio Luiz de Souza Vieira
em 16 de Maio de 2010 às 14:49.

EM COMPLEMENTO:

Informamos que já cumprimos 50% das metas que nos serão exigidas nos próximos dois anos.

Nesta trajetória o mais difícil não foi o processo organizacional em si, mas sim lidar com os egos dos capoeiristas: inveja, despeito, preconceitos, ciumes, lideranças negativas e outros comportamentos que só serviram para atrapalhar todo o processo, com seus depoimentos caluniosos, injuriosos, aéticos, mas no fim nos saímos vitoriosos... Afinal se buscou uma construção coletiva e não uma vitória individual. Ou seja, foi uma conquista para a CAPOEIRA DESPORTIVA, que se iniciou em 1889, foi reconhecida em 1928, 1941, 1954, 1972, 1992, 1995, 1997 e 1999, e agora, mundialmente em 2010.

Nunca recebemos nenhum apoio do governo Lula, nem do Ministério do Esporte e nem do Ministério da Cultura, muito embora minha tese de doutorado tenha sido requisitada para o reconhecimento da Capoeira como patrimônio imaterial pelo IPHAN. Conseguimos a vitória pelos próprios méritos dos capoeiristas articulados em um mesmo objetivo: chegar ao COI, como se observa nas palavras do Mestre Daniel Noronha (Centro de Capoeira Angola Conceição da Praia: precursor do Centro Esportivo Capoeira Angola) em seus "manuscritos" recentemente impresso.

De minha parte foi apenas a honra prestada aos objetivos de meus mestres ancestrais: Mirão, Silvestre, Caiçara, Aberrê, Pastinha e Benedito, assim como às centenas de alunos que tive.

Cabe ressaltar que somente os integrantes das Federações Nacionais, Federações Estaduais e Ligas filiadas ou vinculadas na FICA poderão utilizar os "AROS OLÍMPICOS" em seus uniformes. A nenhum Grande Grupo de Capoeira ou entidade não filiada poderá se estender tal prerrogativa. 

Agora... Seguiremos adiante...

Com os nossos respeitos,

Sergio Vieira


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