Alguem pode me esclarecer a historia da capoeira no Recife?

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Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 26 de Setembro de 2011 às 15:28.

ATLAS DA CAPOEIRA(GEM) NO BRASIL

 

André Luiz Lace Lopes (RJ)

Leopoldo Gil Dulcio Vaz (MA)

Milton César Ribeiro (Miltinho Astronauta) (SP)

 

DEFINIÇÕES

 

Vernaculização do tupi-guarani caá-puêra: caá = mato, puêra = que já foi; no Dialeto Caipira de Amadeu Amaral: ’Capuêra, s.f. – mato que nasceu em lugar de outro derrubado ou queimado. Temos, assim: capoeira = capoeirista, o lutador; e capoeira = a luta, o jogo de agilidade corporal. “Por capoeiragem devemos entender: o ato de jogar a capoeira.”.

 

Por Capoeira deve-se entender

 “... Desporto de Criação Nacional, surgido no Brasil e como tal integrante do patrimônio cultural do povo brasileiro, legado histórico de sua formação e colonização, fruto do encontro das culturas indígena, portuguesa e africana, devendo ser protegida e incentivada” (Regulamento Internacional da Capoeira);

assim como Capoeira, em termos esportivos, refere-se a

“... um jogo de destreza corporal, com uso de pernas, braços e cabeça, praticado em duplas, baseado em ataques, esquivas e insinuações, ao som de cânticos e instrumentos musicais (berimbau, atabaque, agogô e reco-reco). Enfocado em sua origem como dança-luta acabou gerando desdobramentos e possibilidades de emprego como: ginásticas, dança esporte, arte marcial, folclore, recreação e teatro, caracterizando-se, de modo geral, como uma atividade lúdica”. (Atlas do Esporte no Brasil, 2005, p. 39-40).

 

Considera-se como prática do desporto formal da Capoeira sua manifestação cultural sistematizada na relação ensino-aprendizagem, havendo um ou mais docentes e um corpo discente, onde se estabelece um sistema de graduação de alunos e daqueles que ministram o ensino, havendo uma identificação indumentária por uniformes e símbolos visuais, independentemente do recinto onde se encontrarem.  

 

Considera-se como pratica desportiva não-formal da Capoeira sua manifestação cultural, sem qualquer uma das configurações estabelecidas pelo Artigo anterior, e que seja praticada em recinto aberto, eminentemente por lazer, o que caracterizará a liberdade lúdica de seus praticantes.

 

Capoeira

jogo atlético de origem negra, ou introduzida no Brasil por escravos bantos[1] de Angola, defensivo e ofensivo, espalhado pelo território e tradicional no Recife, cidade de Salvador e Rio de Janeiro, onde são reconhecidos os mestres, famosos pela agilidade e sucessos. Informa o grande folclorista  que, na Bahia, a capoeira luta com adversários, mas possui um aspecto particular e curioso, executando-se amigavelmente, ao som de cantigas e instrumentos de percussão, berimbaus, ganzá, pandeiro, marcando o aceleramento do jogo o ritmo dessa colaboração musical. No Rio de Janeiro e Recife não há, como não há notícia noutros Estados, a capoeira sincronizada, capoeira de Angola e também o batuque-boi. Refere-se, ainda, à rivalidade dos guaiamus e nagôs, seu uso por partidos políticos e o combate a eles pelo chefe de Polícia, Sampaio Ferraz, no Rio de Janeiro, pelos idos de 1890. O vocábulo já era conhecido, e popular, em 1824, no Rio de Janeiro, e aplicado aos desordeiros que empregavam esse jogo de agilidade.” (Câmara Cascudo, Dicionário do Folclore).

 

Capoeira(s)

indivíduo(s) ou grupo de indivíduos que promoviam acções criminosas que atentavam contra a integridade física e patrimonial dos cidadãos, nos espaços circunscritos dos centros urbanos ou áreas do entorno” (ARAÚJO, 1997, p. 65).

 

Para esse autor, capoeiras era a denominação dada aos negros que viviam no mato e atacavam passageiros (p. 79), em nota registrando a Decisão (205) de 27 de julho de 1831, documentada na Coleção de Leis do Brasil no ano de 1876, p. 152-153; “manda que a Junta Policial proponha medidas para a captura e punição dos capoeiras e malfeitores).

 

Capoeirista:

“[...] os indivídos que praticam ou exercem, publicamente ou não, exercícios de agilidade e destreza corporal conhecida como Capoeira, nas vertentes lúdica, de defesa pessoal e desportiva.” (ARAÚJO, 1997, p. 70).

 

Capoeiragem:

a acção isolada de indivíduos, ou de grupo de indivíduos turbulentos e desordeiros, que praticam ou exercem, publicamente ou não, exercícios de agilidade e destreza corporal, com fins maléficos ou mesmo por divertimento oportunamente realizado”. (ARAÚJO, 1997, p. 69).

 

Capoeira:

Expressão brasileira surgida nos guetos negros há mais de um século como forma de protesto às injustiças sociais, arte que se confunde com esporte, mas que já foi considerada luta, a capoeira foi reconhecida como patrimônio imaterial da cultura brasileira. A decisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi concretizada terça-feira (15) [de julho de 2008] no Palácio Rio Branco, em Salvador (BA). http://www.cultura.gov.br/site/2008/07/16/capoeira-e-registrada-como-patrimonio-imaterial-brasileiro/

 

 

 

Capoeiragem”, de acordo com o Mestre André Lace: ”uma luta dramática” (in Atlas do Esporte no Brasil, 2005, p. 386-388).

 

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 26 de Setembro de 2011 às 15:30.

SÉCULO XVII – - Com o advento das invasões holandesas, na Bahia e em Pernambuco, principalmente a partir de 1640, houve uma desorganização generalizada no litoral brasileiro, permitindo que muitos escravos fugissem para o interior do país, estabelecendo-se em centenas de quilombos, tendo como conseqüência o contato ora amistoso, ora hostil, entre africanos e indígenas. Tende-se a acreditar que o vocábulo, de origem indígena Tupi, tenha servido para designar negros quilombolas como “negros das capoeiras”, posteriormente, como “negros capoeiras” e finalmente apenas como “capoeiras”. Cabe ressaltar, que nunca houve nenhum registro da Capoeira em qualquer quilombo. Sendo assim, aquilo que antes etimologicamente designava “mato” passou a designar “pessoas” e as atividades destas pessoas, “capoeiragem”. (Vieira, 2004, in www.capoeria-fica.org).

1687, sendo governador Matias da Cunha, o sertanejo, estacionado no sertão da Bahia, ofereceu os serviços ao governo para exterminar os palmares, exigindo como premio as terras conquistadas e os escravos que aprisionasse. Aceita a proposta pelo governo, a três de Março de 1687, foi assinado o respectivo contrato. Domingo Jorge Velho, comandando 7.000 homens bem armados e equipados, dirigiu-se á serra da Barriga, onde iniciou os primeiros combates com os negros [...] ”O escravo se mostrava superior na luta [...] A causa dessa superioridade, que, na luta corpo a corpo mostrava o refugiado na capoeira, explicavam os da escolta, que diziam saber e aplicar o foragido um jogo estranho de braços, pernas, cabeça e tronco, com tal agilidade e tanta violência, capazes de lhe dar uma superioridade estupenda. Espalhou-se, então, a fama do “jogo do capoeira” que ficou sendo a capoeiragem.( Burlamaqui,A.-“Ginástica Nacional (Capoeiragem),Metodizada e reglada” ,Rio de Janeiro,1928, in MARINHO, 1.980:66).

        http://www.docpro.com.br/Linkultural/Acervo/Acervo24.html

 

- Pastinha (1988, p. 24-5) afirmou que entre os mais antigos mestres de Capoeira figura o nome de um português, José Alves, discípulo de africanos e que teria chefiado um grupo de capoeiristas na guerra dos Palmares (in Vieira e Assunção, 1998), muito embora esses autores considerem que não haja nenhum documento que permita concluir que os integrantes do famoso quilombo tenham praticado capoeira ou outra forma de luta/jogo;

 

- a origem africana da capoeira é defendida geralmente pelos praticantes da Capoeira Angola: ”Não há dúvidas de que a capoeira veio para o Brasil com os escravos africanos”. (Mestre Pastinha, 1988, p. 22, citado por Vieira e Assunção, 1998);

 

- a existência da capoeira parece remontar aos quilombos brasileiros da época colonial, quando os escravos fugitivos, para se defenderem, faziam do próprio corpo uma arma (Reis, 1997, p. 1)

 

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 26 de Setembro de 2011 às 15:31.

CAPOEIRA(S) PRIMITIVA(S)” – ou, formas primitivas de/da capoeira – outras capoeiras: O fenômeno das academias baianas trará uma nova conformação à própria história da capoeira, uniformizando (no que tange às tradições, hábitos, costumes, rituais, instrumentação, cantigas etc.) sua prática, especialmente após a migração de mestres para o sudeste brasileiro. Isso foi um dos motivos pelos quais a capoeira conhecida e praticada hoje é a baiana. Infelizmente, por outro lado, foram-se apagando pouco a pouco as práticas regionais anteriores como a pernada, a tiririca, o cangapé, a punga, o bate-coxa... Que não puderam oferecer resistência e nem conseguiram criar condições para competir com a capoeira baiana. (Carlos Carvalho Carvalhedo, in Jornal do Capoeira)

 

BATE-COXA - manifestação das Alagoas, uma dança ginástica: "a dança do bate-coxa não se confunde com a capoeira. Os praticantes são da mesma origem, descendentes de escravos". Acredita Câmara Cascudo que o bate-coxa seja mais violento, onde os dois contendores, sem camisa, só de calção, aproximam-se, colocando peito a peito, apoiando-se só nos ombros, direito com direito. Uma vez apoiados os ombros, ao som do canto de um grupo que está próximo, ao ouvir-se o ê boi, ambos os contendores afastam a coxa o mais que podem e chocam-se num golpe rápido. Depois da batida, a coxa direita com a coxa direita, repete a esquerda, chocando-se bruscamente ao  ouvir o ê boi do estribilho. A dança prossegue até que um dos contendores desista e se dê por vencido.

 

BATUQUE - dança com sapateados e palmas, ao som de cantigas acompanhadas só de tambor quando é de negros ou também de viola e pandeiro "quando entra gente mais asseada". Batuque é denominação genérica de toda dança de negros na África. Batuque é o baile. De uma descrição de um naturalista alemão, em visita às Gerais, em 1814/15, ao descrever a dança, fala da umbigada [punga]. Com o nome de "batuque" ou "batuque-boi" há uma luta popular, de origem africana, muita praticada nos municípios de Cachoeira e Santo Amaro e capital da Bahia, uma modalidade de capoeira. A tradição indica o batuque-boi como de procedência banto, tal e qual a capoeira, cujo nome tupi batiza o jogo atlético de Angola. É descrita por Edson Carneiro (Negros Bantos) - a luta mobilizava um par de jogadores, de cada vez; dado o sinal, uniam as pernas firmemente, tendo o cuidado de resguardar o membro viril e os testículos. Dos golpes, cita o encruzilhada, em que o lutador golpeava coxa contra coxa, seguindo o golpe com uma raspa, e ainda o baú, quando as duas coxas do atacante devam um forte solavanco nas do adversário, bem de frente. Todo o esforço dos lutadores era concentrado em ficar de pé, sem cair. Se, perdendo o equilíbrio, o lutador tombasse, teria perdido a luta. Por isso mesmo, era comum ficarem os batuqueiros em banda solta, equilibrando-se em uma única perna, e outra no ar, tentando voltar aposição primitiva. O batuque na Bahia se chama batuque, batuque-boi, banda, e raramente pernada - nome que assumiu no Rio de Janeiro... Ficaram famosos como mestres na arte do batuque, Angolinha, Fulo, Labatut, Bexiga Braba, Marcelino Moura... Do vocábulo "batuque-boi", registra: espécie de Pernada. Bahia. A orquestra das rodas de batuque era a mesma das rodas de capoeira - pandeiro, ganzá, berimbau.

 

PERNADA - Câmara Cascudo  informa que assistiu a uma pernada executada por marinheiros mercantes, no ano de 1954, em Copacabana, Rio de Janeiro. Diziam os marinheiros que era carioca ou baiana. É uma simplificação da capoeira. Zé da Ilha seria o "rei da pernada carioca"; é o bate-coxa das Alagoas. Ainda Edson Carneiro (Dinâmica do Folklore, 1950) informa ser o batuque ou pernada, bem conhecido na Bahia e Rio de Janeiro, não passa de uma forma complementar da capoeira. Informa, ainda, que na Bahia, somente em arraiais do Recôncavo  se batuca, embora o bom capoeira também saiba largar a perna.  No Rio de Janeiro já se dá o contrário - a preferência é pela pernada, que na verdade passou a ser o meio de defesa e ataque da gente do povo.

 

VER AINDA:

Pernada de Sorocaba - ver crônica do folclorista Carlos Cavalheiro, em que faz uma análise da relação entre danças-luta (pernada, tiririca etc.) com a Capoeira no interior Paulista. In http://www.capoeira.jex.com.br/

 

O ensino da capoeiragem no início do século XX, ver crônica do folclorista Carlos Cavalheiro onde comenta a repercussão em jornal de Sorocaba, São Paulo, sobre a abertura de Academia de Capoeira no Rio de Janeiro, em 1920. A matéria trouxe a chamada "Um Desporto Nacional", disponível em http://www.capoeira.jex.com.br/

 

Capoeira, Pernada e Tiririca in Crônica sobre Capoeira, com algumas informações sobre a Pernada de Sorocaba e a Tiririca da capital paulista, ambas uma espécie de "capoeira primitiva" do Estado de São Paul, por Miltinho Astronauta, in Jornal do Capoeira Edição AUGUSTO MÁRIO FERREIRA - Mestre GUGA (n.49) de 13 a 19 de Novembro  de 200, disponível em www.capoeira.jex.com.br

 

Tiririca, Capoeira & Barra funda, por Elaine Muniz Pires, sobre a história dos bairros paulistanos, em especial a Barra Funda, onde acontecia a Tiririca, uma espécie de Capoeira Primitiva, disponível em www.capoeira.jex.com.br

 

Notas sobre a Punga dos Homens - Capoeiragem no Maranhão: crônica por Leopoldo Gil Dulcio Vaz, in Jornal do Capoeira - Edição 43: 15 a 21 de Agosto de 2005, EDIÇÃO ESPECIAL- CAPOEIRA & NEGRITUDE, disponível em  http://www.capoeira.jex.com.br/

 

Ainda sobre a Punga dos Homens – Maranhão - Visita à Câmara Cascudo: crônica por Leopoldo Gil Dulcio Vaz, in Jornal do Capoeira - Edição 44: 22 a 28 de Agosto de 2005 EDIÇÃO ESPECIAL estendida - CAPOEIRA & NEGRITUDE, disponível em  http://www.capoeira.jex.com.br/

 

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 26 de Setembro de 2011 às 15:32.

SÉCULO XVIII

(onde não está indicado o estado/cidade, refere-se a fatos ocorridos no Município da Corte – Rio de Janeiro)

 

 

1577 – primeiro registro do vocábulo “capoeira” na língua portuguesa: Padre Fernão Cardim (SJ), na obra “Do clima e da terra do Brasil”. Conotação: vegetação secundária, roça abandonada (Vieira, 2005)

1640 – Início das invasões holandesas. Desorganização social no litoral brasileiro.  Evasão dos escravos africanos para o interior do Brasil. Aculturação afro-indígena. Organização de dezenas de quilombos. Surgem as expressões: ‘negros das capoeiras’, ‘negros capoeiras’, e ‘capoeiras’. (Vieira, 2004, 2005)

1687, sendo governador Matias da Cunha, o sertanejo, estacionado no sertão da Bahia, ofereceu os serviços ao governo para exterminar os palmares, exigindo como premio as terras conquistadas e os escravos que aprisionasse. Aceita a proposta pelo governo, a três de Março de 1687, foi assinado o respectivo contrato. Domingo Jorge Velho, comandando 7.000 homens bem armados e equipados, dirigiu-se á serra da Barriga, onde iniciou os primeiros combates com os negros [...] ”O escravo se mostrava superior na luta [...] A causa dessa superioridade, que, na luta corpo a corpo mostrava o refugiado na capoeira, explicavam os da escolta, que diziam saber e aplicar o foragido um jogo estranho de braços, pernas, cabeça e tronco, com tal agilidade e tanta violência, capazes de lhe dar uma superioridade estupenda. Espalhou-se, então, a fama do “jogo do capoeira” que ficou sendo a capoeiragem.(Burlamaqui,A.-“Ginástica Nacional (Capoeiragem), Metodizada e reglada”, Rio de Janeiro, 1928, in MARINHO, 1.980:66).          http://www.docpro.com.br/Linkultural/Acervo/Acervo24.html

 

 

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 26 de Setembro de 2011 às 15:38.

1850 - começaram a ocorrer sucessivas prisões de capoeiristas, os quais estavam formando maltas que atemorizavam a população e os governantes. Os principais focos da capoeira eram: Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. No entanto, no Rio de Janeiro é que a capoeira era motivo de maior preocupação (mesmo porque o Rio era a capital do país na época), era onde estava a maior concentração das maltas, sendo as mais temíveis as do Guaiamuns (termo que designa um crustáceo pantanoso, identificava uma parcela que residia próxima à antiga área pantanosa da Cidade do Rio de Janeiro, que depois, no início do século XX, seria aterrada, pelo Prefeito Pereira Passos, por conta do Movimento Higienista, desencadeando a chamada Revolta da Vacina Obrigatória.) e dos Nagoas (significava gente da nação nagô, escravos originários da África Ocidental e que falavam ou entendiam o ioruba, ou seja, das regiões do Benim e da Nigéria. Estes representavam cerca de 65% da população escrava.). Os Nagoas eram ligados aos monarquistas do Partido Conservador, agiam na periferia, e os Guaiamuns eram ligados aos Republicanos do Partido Liberal, controlavam a região central da cidade. (in Letícia Cardoso de Carvalho http://www.geocities.com/projetoperiferia6/historia.htm)

- Em Pernambuco, “acompanhando o desfile de bandas musicais desde os primeiros anos da segunda metade do século XIX, os nossos capoeiras eram, no dizer de Mário Sette, figuras obrigatórias à frente do conjunto ‘ gingando, pirutrando, manobrando cacetes e exibindo navalhas. Faziam passos complicados, dirigiam pilhérias, soltavam assobios agudíssimos, iam de provocação em provocação até que o rolo explodia correndo sangue e ficando os defuntos na rua’” (Silva, 2007);

1856 – no Recife, durante os desfiles, devido à grande rivalidade existente entre as duas bandas locais, o grande trunfo da disputa era conseguir furar o bumbo da banda rival. Para isso, e também como proteção dos seus próprios instrumentos, as bandas desfilavam no carnaval pernambucano, protegidas pela agilidade, valentia e também pelos cacetes (pequenos porretes) e facas dos capoeiras, que desafiavam os oponentes

1864 - O Diário de Pernambuco, em sua edição de 15 de dezembro de 1864, transcreve ofício enviado pelo coronel comandante do Exército, acerca dos capoeiras: Pelo reprovado costume adotado pelos escravos nesta cidade, de acompanharem as músicas militares, dando a uma ou a outra vivas e morras, apareceram desagradáveis conflitos e isto há muito. Ontem, o partidista de uma dessas músicas - Melquíades - preto, escravo, deu, no meio dos gritos de um e outro lado, uma facada no pardo, também escravo, Elias, dizendo-se ser o ofensor partidista de uma das músicas e ofensor de outra. E seguiam-se os desafios cantados, acentuando-se quando da execução do dobrado Banha Cheirosa. Esta peça, restaurada na edição do livro Carnaval do Recife (2000), e hoje executada pela Banda da Polícia Militar de Pernambuco, levava os capoeiras ao delírio, cantando a plenos pulmões: Quem quiser / Comprar banha cheirosa, /Vá na casa /Do Doutor Feitosa/ Quem quiser / Comprar banha de cheiro/ Vá na casa / Do Doutor Teixeira / Banha cheirosa / Para o cabelo/ Banha de cheiro / Pro corpo inteiro... No calor desses desfiles e do repertório em uso pelas bandas militares sediadas no Recife, na segunda metade do século XIX, foi sendo gerado o embrião da marcha-carnavalesca pernambucana, que veio dar origem ao nosso frevo, e, de sua forma coreográfica única, o passo, originário dos golpes marciais dessa luta de origem angolana e do gingado dos praticantes da capoeiragem. (Silva, 2007).

 

1888 – aparece um verbete escrito por Macedo Soares: “dá-se o nome de capoeira a um jogo de destreza que tem as suas origens remotas em Angola” (in CARNEIRO, 1977, p. 3).

- Lei Áurea. Abolição da escravatura em 13 de maio (Vieira, 2005)

- quando os ideais republicanos se faziam presentes mais do que nunca, os monarquistas, preocupados com o surgimento das novas idéias e aproveitando-se da popularidade da figura da princesa Isabel, criaram a chamada Guarda Negra (ver Jornal do Capoeira - www.capoeira.jex.com.br, edições: 52 - de 4/dez a 10/dez de 200;  53 - de 11/dez a 17/dez de 2005; 54 - de 18/dez a 25/dez de 2005). Esta foi uma organização para-militar que uniu os negros capoeiristas contra as idéias republicanas. A partir da criação deste movimento, não houve uma reunião fechada ou comício público dos republicanos que não fosse dissolvido. Onde quer que fosse, estavam lá os capoeiras para criar confusão e impedir a propagação das novas idéias.

(http://paginas.terra.com.br/arte/angolangolo/textos/texto_05.htm)

- além da Guarda Negra, há ainda a atuação clandestina da Tocha Vermelha, associação anti-escravista de Pernambuco, formada majoratoriamente por capoeiras “que aterrorizavam oficiais de polícia favoráveis a escravidão”. (Reis, 1997, p. 71)

- surge o primeiro livro sobre a Capoeira: o romance ‘Os Capoeiras’, de Plácido de Abreu, em que aparece a primeira nomenclatura dos movimentos (Vieira, 2005)

1889 – Proclamação da República. A caça aos capoeiras foi incrementada. Não haveria espaço para nada que pudesse pôr a perder toda uma nova postura de governo, e as maltas, desde muito tempo vinham perturbando a situação com suas brigas pelo centro da cidade. Foi quando assumiu importância a figura dum delegado de polícia a quem foi dada total liberdade para prender e deportar os capoeiras para bem longe, mais precisamente para a ilha de Fernando de Noronha. Seu nome, João Batista Sampaio Ferraz, o "cavanhaque de aço". Foi com a participação deste homem que a república colocou a capoeiragem em xeque. Aos poucos, Ferraz foi prendendo cada um dos chefes de maltas da cidade. Por decisão sua, praticar a capoeira transformou-se em contravenção. Em seus primeiros 40 dias na frente da polícia do Rio de Janeiro, Sampaio Ferraz prendeu e deportou nada menos que 1500 capoeiras. O mais curioso foi o autoritarismo com que Ferraz se vestiu para prender, na tentativa de assegurar a ordem pública e o sucesso da república: praticamente toda a sua estada à frente da polícia se deu antes que entrasse em vigor o código penal da república que data de 11 de outubro de 1890-, onde a capoeira foi penalizada. Sampaio Ferraz assumiu a chefia da polícia em novembro de 1889. (Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal conhecida pela denominação capoeiragem: andar em carreiras, com armas ou instrumentos capazes de produzir lesão corporal, provocando tumulto ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal; Pena de prisão celular de dois a seis meses. Parágrafo único. É considerado circunstância agravante pertencer o capoeira a alguma banda ou malta. Aos chefes ou cabeças, se imporá a pena em dobro.” (Código Penal da República dos Estados Unidos do Brasil de 1890.)

A obstinação do governo republicano em acabar com a capoeira, enquanto movimento popular ameaçador, foi tanta que Sampaio Ferraz trabalhou com total liberdade de ação, tendo exigido carta-branca por ocasião da sua posse na direção da polícia do Rio. Um episódio curioso, que exemplifica bem seu poder, deu-se quando da prisão de um capoeira de linhagem nobre, um "menino bonito" (como eram chamados os capoeiras de melhor condição social), conhecido pelo nome Jucá Reis. Jucá era filho do conde de Matosinhos e andava pela Europa a mando da família que não mais suportava ter um filho praticante da arte da ralé. Ferraz já havia lhe mandado um recado dizendo para não voltar ao Brasil porque seria preso. Jucá, no entanto, não obedeceu e embarcou de volta para o Rio e na mesma tarde em que chegara fora preso pelo próprio Ferraz no centro da cidade. O pai de Jucá, então, intercedeu junto a Quintino Bocaiúva, Ministro das Relações Exteriores do governo de Deodoro e seu amigo íntimo. Deodoro, por sua vez, intercedeu a Sampaio Ferraz pela soltura de Jucá. O delegado, então, jurou que se soltasse Jucá também soltaria todos os outros capoeiras presos e ameaçou o governo com um pedido de demissão. Diante deste impasse, Deodoro optou por fazer valer a decisão do delegado, ainda mais que havia um certo rancor no ar contra os representantes da monarquia recentemente deposta. Jucá foi preso e deportado para a ilha de Fernando de Noronha, de onde partiu, mais tarde, para a Europa.

Com a atuação deste homem, a capoeira do Rio de Janeiro enquanto movimento de grupo corporificada nas maltas foi aniquilada. A capoeira sobreviveu por força de capoeiristas individualmente, nas tabernas e ruelas da cidade. Não mais em correrias pelo centro do Rio ferindo e matando. Desta época, a primeira década deste século, a capoeira só se ergueria por ocasião do surgimento do desporto capoeira, lá pelas décadas de 20 e 30. Mais por força da emergente Capoeira Regional de mestre Bimba do que pela capoeira tradicional dos negros de Angola e seus descendentes. (http://paginas.terra.com.br/arte/angolangolo/textos/texto_05.htm)

 

 

 

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 26 de Setembro de 2011 às 15:43.

1908 Ano da primeira edição de RIO, João do (João Paulo Barreto). A alma encantadora das ruas. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura,Departamento de Documentação e Informação Cultural, Divisão de Editoração, 1995 (Biblioteca carioca). Neste livro, João do Rio registra a presença do berimbau no Rio. Significativa a leitura do diálogo do capítulo PRESEPES: "Isso, gente, são nomes antigos da capoeiragem. Jogar capoeira é o mesmo que jogar mandinga. Rei da Capoeiragem tem o seu lugar junto de Baltasar. Capoeiragem tem sua religião. Abri os olhos pasmados. O Negro riu". "V. S ªnão conhece a arte? Hoje está por baixo. Valente de verdade só mesmo uns dez: João da Sé, Tito da Praia, Chico Bolívar, Marinho da Silva, Manuel Piquira, Ludgero da Praia, Manuel Tolo, Moisés, Mariano da Piedade, Cândido Baianinho, outros... Esses "cabras" sabiam jogar mandinga como homens. Então os capoeiras estão nos presepes para acabar as presepadas...". (lace  Lopes, 2005)

- No Recife, Pereira da Costa em seu Folk-Lore Pernambucano assim o define: ‘o nosso capoeira é antes o moleque de frente de música em marcha, armado de cacete, e a desafiar os do partido contrário, que aos vivas, e morras de outros, rompe em hostilidade e trava lutas, de que não raro resultam ferimento, e até mesmo casos fatais...”. Pela descrição de Pereira da Costa é nos desfiles das bandas de música do Recife que os capoeiras criaram o ambiente necessário ao exercício e à prática da capoeiragem. Ao contrário da Bahia, onde os capoeiras se reuniam em torno de um conjunto de berimbaus, no Recife eles tiveram como o seu habitat no desfile das bandas militares, do 4º Batalhão de Artilharia e do Corpo da Guarda Nacional, esta última uma organização paramilitar, criada por Lei Imperial de 18 de agosto de 1831, com ramificações em todo o Brasil. Em seu depoimento faz Pereira da Costa (1908) observação preciosa para o entendimento das raízes do nosso frevo e, por conseguinte, da sua coreografia única e contagiante, o passo: "Levavam os capoeiras partidários de música o seu entusiasmo por certas peças, a ponto de comporem versos apropriados ao canto de alguns passos dobrados. E estes outros, cantados no trio de um dobrado do 4º Batalhão de Artilharia, a quem denominavam de Banha Cheirosa, dobrado que levava ao delírio os partidários do Quarto, principalmente quando chegava a parte de uma pancada em falso dada pelo bombo no trio da peça...". (Silva, 2007);

1912 – a hora final chegou para as maltas do Recife, coincidindo com o nascimento do passo ou frevo, legado da capoeira. As bandas rivais do Quarto (4º. Batalhão) e do Espanha (Guarda nacional) desfilavam no carnaval pernambucano protegidas pela agilidade, pela valentia, pelos cacetes e pelas facas dos façanhudos capoeiras. A polícia foi acabando, paulatinamente, com os “Moleques de banda de música” e com seis líderes, Nicolas do Poço, João de Totó, Jovino dos Coelhos, até neutralizar o maior de todos eles, Nascimento Grande (Carneiro, 1977)

 

 

BIBLIOGRAFIA ACADEMICA http://scholar.google.com.br/scholar?q=capoeira&hl=pt-BR&lr=&lr=

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Page 1. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Pós-graduação
Mestrado em Psicologia CAPOEIRA: MOVIMENTO E MALÍCIA EM JOGOS DE PODER E RESISTÊNCIA.
Sonaly Torres da Silva Belo Horizonte 2007 Page 2. ...
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Parâmetros dinâmicos de movimentos selecionados da Capoeira. Allan Brennecke* Alberto C. Amadio - grupo de 2 »
JC Serrão - Rev. Port. Cien. Desp, 2005 - scielo.oces.mctes.pt
Tendo em vista a escassa produção científica com enfoques biológicos sobre a Capoeira, o objetivo deste estudo foi realizar a análise dinâmica de movimentos selecionados da capoeira no âmbito da Força de Reação do ...
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[PDF] Parâmetros dinâmicos de movimentos selecionados da Capoeira - grupo de 3 »
A Brennecke, AC Amadio, JC Serrão - Rev. Port. Cien. Desp, 2005 - scielo.oces.mctes.pt
Page 1. Rev Port Cien Desp 2(V) 153–159 153 Parâmetros dinâmicos de movimentos selecionados da Capoeira Allan Brennecke Alberto C. Amadio Júlio C. Serrão Universidade de São Paulo Escola ...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO DOUTORADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS À …
C ANGOLA - libdigi.unicamp.br
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO DOUTORADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS À EDUCAÇÃO. CAPOEIRA ANGOLA: CULTURA POPULAR EO JOGO DOS SABERES NA RODA.
Pedro Rodolpho Jungers Abib. CAMPINAS – SÃO PAULO BRASIL 2004. ...
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[PDF] “Connaître” les limites entre la guerre et la politique: relations de confrontation, pouvoir et …
DP Annunciato, RM Fleuri - rizoma3.ufsc.br
Page 1. 1 “Connaître” les limites entre la guerre et la politique : relations de confrontation, pouvoir et connaissance entre les capoeiras au Brésil 1 Drauzio Pezzoni Annunciato ∗ Reinaldo Matias Fleuri ∗∗ Résumé ...
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[LIVRO] Capoeira. La danza degli dèi
C Polverini, G Barbon - 2005 - books.google.com
I edizione: novembre 2005 ©Alberto Castelvecchi Editore srl Via Isonzo, 25 00 1 98 Roma Tei. 06.841 2007 - fax 06.85865742 www.castelvecchieditore.com
info@castelvecchieditore.com Art Direction: Chiara Mammì & Elisa ...
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[LIVRO] Dicionário de capoeira
MC Lima - 2005 - M. Lima
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LIVRO] O berimbau-de-barriga e seus toques
K Shaffer - 1976 - capoeira-connection.com
Presidente da República Federativa do Brasil João Baptista de Figueiredo Ministro da Educação e Cultura Rubem Ludwig Secretário de Assuntos Culturais Aloísio Magalhães Fundação Nacional de Arte — Funarte Presidente: ...
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[LIVRO] O esporte no Brasil: do período colonial aos nossos dias
MJG Tubino - 1997 - Instituição Brasileira de Difusão Cultural
Citado por 8 - Artigos relacionados - Pesquisa na web

[LIVRO] Afro-Brazilian Culture and Politics: Bahia, 1790s to 1990s - grupo de 2 »
H Kraay - 1998 - books.google.com
Page 1. Afro-Brazilian Culture and Politics Edited bv Hendrik Kraav Page 2. Afro-Brazilian Culture and Politics Th± sOne LF5F-6DH-K6GB Page 3. . Latin American Realities Robert M. Levine, Series Editor ...
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[PDF] EDUCAÇÃO FÍSICA E REORDENAMENTO NO MUNDO DO TRABALHO: Mediações da regulamentação da profissão - grupo de 3 »
PHT Nozaki, G Frigotto - 2004 - uff.br
Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do Grau de Doutor em Educação. Campo de Confluência: Educação e Trabalho.
Citado por 3 - Artigos relacionados - Ver em HTML - Pesquisa na web

[LIVRO] Capoeira Angola: cultura popular eo jogo dos saberes na roda - grupo de 8 »
PRJ Abib - 2004 - libdigi.unicamp.br
Page 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO DOUTORADO
EM CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS À EDUCAÇÃO CAPOEIRA ANGOLA: CULTURA POPULAR
EO JOGO DOS SABERES NA RODA Pedro Rodolpho Jungers Abib ...
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[PDF] O JOGO DA CAPOEIRA NO CONTEXTO ANTROPOLÓGICO E BIOMECÂNICO
AD’Agostini, SC Florianópolis - cds.ufsc.br
Page 1. O JOGO DA CAPOEIRA NO CONTEXTO ANTROPOLÓGICO E BIOMECÂNICO por Adriana D’Agostini _____ Dissertação Apresentada à Coordenadoria de Pós-graduação em Educação ...
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[PDF] AA RTE DA Capoeira
C Postal - folhadoestudante.com
Page 1. AA RTE DA C APOEIRA C AMILLE A DORNO AA RTE DA C APOEIRA 1 ª edição:
1987 Gráfica e Editora Kelps – Goiânia/GO 6ª edição, revista e atualizada: maio/1999 ©Copyright by C AMILLE A DORNO Fone/Fax (062) 2531689 ...
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[PDF] V Congreso Europeo CEISAL de latinoamericanistas
DG da Silva Ferreira - reseau-amerique-latine.fr
N° del symposio : MS/MIG - 2 Redes sociales: de lo local a lo transnacional ... Apellido: Daniel Nombre: Granada da Silva Ferreira ... Doctorant à l’Université de Paris X – Nanterre – Laboratoire d’Ethnologie et ...
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Capoeira
MJS Barbosa - Luso-Brazilian Review, 2005 - muse.jhu.edu
Abstract This study analyzes capoeira’s musical and cultural dialogue, discussing how the songs illustrate, control, and serve a mediating function during the games. The lyrics are crucial for a roda’s development since ...
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A proteção multifacetada: as ações da Guarda Negra da Redemptora no ocaso do Império (Rio de …
AO Mattos - bdtd.bce.unb.br
Page 1. Universidade de Brasília Instituto de Ciências Humanas Departamento de História Programa de Pós-Graduação A proteção multifacetada: as ações da Guarda Negra da
Redemptora no ocaso do Império (Rio de Janeiro 1888-1889) ...
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Capoeira
MJS Barbosa - Luso-Brazilian Review, 2005 - muse.jhu.edu
Abstract This study analyzes capoeira’s musical and cultural dialogue,
discussing how the songs illustrate, control, and serve a mediating function
during the games. The lyrics are crucial for a roda’s development since ...
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[PDF] POESIA NEGRA DAS AMÉRICAS
CDEAE COMUNICAÇÃO-CAC, P LETRAS - ufpe.br
Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Letras da Universidade
Federal de Pernambuco, como requisito à obtenção do grau de Doutor em Letras,
área de concentração Teoria da Literatura, linha de pesquisa Literatura ...
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Parâmetros dinâmicos de movimentos selecionados da Capoeira. Allan Brennecke* Alberto C. Amadio - grupo de 2 »
JC Serrão - Rev. Port. Cien. Desp, 2005 - scielo.oces.mctes.pt
Tendo em vista a escassa produção científica com enfoques biológicos sobre a
Capoeira, o objetivo deste estudo foi realizar a análise dinâmica de
movimentos selecionados da capoeira no âmbito da Força de Reação do ...
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Capoeira: A gramática do corpo ea dança das palavras - grupo de 2 »
MJS Barbosa - Luso-Brazilian Review, 2005 - muse.jhu.edu
This study analyzes capoeira’s musical and cultural dialogue, discussing how
the songs illustrate, control, and serve a mediating function during the games.
The lyrics are crucial for a roda’s development since they determine the ...
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[PDF] UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES–URI PRÓ-REITORIA DE ENSINO …
PPDOC DE, E FÍSICA, M BACHARELADO - reitoria.uri.br
Page 1. UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES – URI
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO
DE EDUCAÇÃO FÍSICA MODALIDADE BACHARELADO 2006 Page 2. 2 SUMÁRIO ...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO Da Capoeira e a Educação Física
GDEO SANTOS, C JULGADORA - libdigi.unicamp.br
Dissertação apresentada como exigência parcial para obtenção do Título de
Mestre em Educação junto ao Laboratório de Estudos sobre Ensino de Arte na
área de Concentração Educação, Conhecimento, Linguagem e Arte, da ...
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Por Lalbercy Serejo Pinto
em 14 de Novembro de 2011 às 14:24.

SEGUNDO CÂMARA CASCUDO COMO PODE-SE CHAMAR CAPOEIRA ANGOLA SE NAQUELE PAÍS NÃO EXISTE NADA SIMILAR, E DIGO MAIS, ALGO QUE EXISTIA ANTES QUE ALGUM BRASILEIRO RESOLVESSE DESENVOLVER A ARTE MARCIAL BRASILEIRA, SEM SOMBRAS DE DÚVIDA A ORIGEM DA CAPOEIRA ATÉ QUE SE PROVE O CONTRÁRIO É ESTÁ CONSOLIDADA COMO UMA LUTA BRASILEIRA CRIADA POR NEGROS AFRICANOS E AFRO-DESCENDENTES.

SEM NENHUMA DÚVIDA PROFESSOR LEOPOLDO, A "CAPUÊRA" SOFREU ALGUMAS INFLUÊNCIAS DE OUTRAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS TIDAS EM UMA PASSADO ESCRAVISTA AQUI NO BRASIL, TANTO DO BATUQUE QUANTO DE QUALQUER OUTRA MANIFESTAÇÃO A "CAPUÊRA" TEM UM POUQUINHO.

POUCO VALORIZADA E VISTA NORMALMENTE COM OLHARES PRECONCEITUSOS POR ALGUMAS PESSOAS DE NOSSA SOCIEDADE, CAPOEIRA CONTRIBUI BASTANTE COM FORMA DE RESISTÊNCIA , PORÉM POUCO SE OUVE FALAR OU QUASE NÃO SE LER TEXTOS NOS LIVROS DE HISTÓRIA QUE FALEM DESSA ARTE E SUA IMPORTÂNCIA PARA O "BRAZIL".

VISTA COMO IDENTIDADE BRASILEIRA SOMENTE EM EVENTOS ONDE NOSSO PAÍS APARECE COMO VALORIZADOR DE SUA CULTURA, E DEPOIS? A VIDA CONTINUA, SERÁ VALORIZADA?, TEREMOS UM ESPAÇO EM NOSSAS ESCOLAS?, EM NOSSOS TEATROS?, TEREMOS UM TEMPLO DADO A ESSA DANÇA QUE SE TORNARA LUTA, PARA DESENVOLVER E PRATICARCOM NOSSOS ALUNOS? PERGUNTAS COMO ESSAS SÃO DIFÍCEIS DE RESPONDER, VISTO QUE UMA MANIFESTAÇÃO CULTURAL QUE OUTRORA ERA MARGINALIZADA CONTINUA MARGINALIZADA, NÃO PELOS QUE A PRATICAM E SIM PELOS QUE DESCIDEM, OS RUMOS DA SOCIEDADE.


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