Cevnautas, tenho autorização do Prof Jorge Bento pra repassar essa msg pesoal, com o documento do nosso Centro de Documentação pioneiro e importante: a  "Torre do Tombo". Tudo a ver com os julgamentos e e proliferação dos mamíferos da nossa espécie no Brasil.

De: Jorge Bento <jbento@fade.up.pt>
Data: 14 de outubro de 2012 10:06
Assunto: A Famosa Sentença do Abade de Trancoso
 
Documento na Torre do Tombo

Esta douta sentença já é muito conhecida, mas é sempre bom recuperar este verdadeiro Manual do Direito de Família.

Torre do Tombo é o local onde se guardam todos os documentos antigos. Está situada em Lisboa, junto à Cidade Universitária.

Sentença de 1557- Trancoso, Portugal, Arquivo Nacional da Torre do Tombo

SENTENÇA PROFERIDA EM 1557 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO (Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5, maço 7)

"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido
com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas. Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres". Não satisfeito tal apetite, o malfadado prior, dormia ainda com um escravo adolescente de nome Joaquim Bento, que o acusou de abusar em seu vaso nefando noites seguidas quando não lá estavam as mulheres. Acusam-lhe ainda dois ajudantes de missa, infantes menores que lhe foram obrigados a servir de pecados orais, completos e nefandos, pelos quais se culpam em defeso de seus vasos intocados, apesar da malícia exigente do malfadado prior.
( agora vem o melhor )

"El-Rei D. João III lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos dezessete dias do mês de Março de 1557, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e, em proveito de sua real fazenda, o condena ao degredo em terras de Santa Cruz, para onde segue a viver na vila da Baía de Salvador, como
colaborador de povoamento português. El-rei ordena ainda guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo".
 

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