Há aqueles, entre nós, que possuem o péssimo hábito de ler. Ler, entendem, essa coisa de pegar um objeto feito de papeis e passar os olhos folha por folha, entretendo-se e até aprendendo com esse ato. Atualmente pode-se ler, inclusive, sem papel, na internet, o que dá quase na mesma. Pois bem, esse ato de ler tornou-se uma heresia naquela Universidade que, por falta de melhor nome, convencionei chamar de Universidade do Vale das Antas - Unianta. Os leitores passaram a ser perseguidos na Unianta pelos inquisidores do Santo Ofício, pois que na Unianta não há comissão que avalie a produtividade, mas Santo Ofício que determina as leis que coíbem as heresias, entre elas, a de ler e escrever coisas boas. Pratico, portanto, aquele que pode ser meu último ato acadêmico, uma vez que me tornarei, a partir de então, reu confesso. De meu arquivo secreto saco um livrinho, que de tão bem escrito, virou lei. A meu favor, suplico aos inquisidores que levem em conta o fato de que lhes ofereço um rico instrumento de avaliação, quer dizer, de inquisição. O nome do tal livro é "O martelo das feiticeiras", e foi escrito em 1484 pelos inquisidores do Santo Ofício Heinrich Kramer e James Sprenger. Leiam e perdoem-me!
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