Gabriele Falloppio (1523-1562) Foi um importantíssimo anatomista italiano que, além de estudar minuciosamente o ouvido interno também estudou e descreveu detalhadamente o aparelho reprodutor feminino, e isso enquanto Colombo ainda negociava espelhinhos com os indígenas brqasileiros, por seus estudos foi laureado com a nomeação do órgão que mais contribuiu para a anatomia com o seu nome, as famosas Trompas de Falópio.

Há tempos a anatomia em si se tornou uma disciplina exaurida, lá pelos idos da década de 60. Digo isso porque meu pai reformando o apartamento achou seu atlas Sobotta de 1972, época em que cursava biologia, e percebi ser exatamente igual a minha edição atual, exceto pela qualidade do papel, de alguns desenhos e, pasmem, pela nomenclatura.

Exaurir uma disciplina não é para qualquer um, não conheço qualquer outra área que tenha conseguido esse feito. Por que então não reconhecer isso? Todas as estruturas macroscópicas do corpo humano e suas variações anatômicas são conhecidas, e o que foge a isso é considerado condição médica, não anatômica. Mas parece que ao invés de se orgulhar disso a Federação Internacional para a Terminologia Anatômica parece ter incorporado o espírio da ABNT e tratado de infernizar a vida de estudantes e pesquisadores simplesmente decidindo alterar nomenclaturas de tempos e tempos.

E a decisão mais espúria ocorreu lá pelos anos 2000 - me lembro que estava na faculdade - onde foi decidido que não seriam mais admitidas homenagens, e as Trompas de Falópio viraram Tubas Uterinas, sobrou até para as coitadas das trompas que foram subjulgadas pelas tubas, talvez pela força do lobby instrumental, sei lá. E Golgi virou golgiano e por aí vai. No outro ano orelha vira pavilhão auricular e ouvido vira orelha, sistema digestivo vira digestório e sabe-se lá onde isso vai parar, talvez um dia o bom senso impere e isso pare mesmo.

E o coitado do Fallopio deve estar trocando uma ideia com Edwin Hubble - Já pensou se resolvem trocar o nome do telescópio pra, sei lá, Bubble?

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