Pessoal, os posts e comentários poderão ser lidos no www.cev.org.br/comunidade/capoeira

CAPOEIRA – COMENTÁRIOS Á TESE DE ANA ROSA

Tomei conhecimento da defesa de tese de doutorado de Ana Rosa Jaqueira. Acontecerá mês que vem, na Universidade de Coimbra – sim!, naquela universidde portuguesa há uma Cátedra de Capoeira, com professores-doutores ministrando aulas e fazendo pesquisas sobre a nossa Capoeira… -; pois bem, pedi à Ana Rosa que me enviasse uma cópia; respondeu-me que ainda não fora feita a defesa da tese, mas que mandaria o resumo. O fez! publiquei aqui neste espaço http://colunas.imirante.com/leopoldovaz/2010/03/27/capoeira-comentarios-a-tese-de-ana-rosa/, e repliquei no CEV Capoeira – www.cev.org.br/comunidade/capoeira, administrada pelo Sérgio Vieira, uma das maiores autoridades brasileiras, ex-presidente da FICA, pós-doutor…

Ver o comentário do Sérgio, com base no resumo publicado naquela Comunidade:

Outro pesquisador, também em processo final de doutoramento, da área das artes marciais, já havia pedido informações para alimentar suas pesquisas. Mandei alguma coisa, de que dispunha, e outros endereços, onde pudesse buscar mais informações. Também trata do processo de esportivização da Capoeira. Outro pesquisador, seu amigo, também trata do mesmo tema, e acaba de apresentar seu trabalho final de doutorado. Breve teremos o material disponivel no sistema de teses e dissertações da USP…

Convidei-os para virem ao Maranhão (Trata-se de Fábio Cárdias e do Julvan…), e à Ana Rosa e o Paulo Coelho, seu orientador, com o desafio de propor uma tema no nosso CONGRESSO DO CEV. 

Vejam as respostas do Fábio... e o que respondi e tornei a fazer o desafio da presença de ambos: replicou

Pois bem, a idéia do Congresso CEV é essa mesma. Criado o tema/assunto, achar os protagonistas certos e colocar os problemas na mesa e debater.

Minha sugestão é que tenhamos os dois das artes marciais – Fábio e Julvan – e que não são capoeiras… – e os dois pesquisadores baianos-portugueses, com suas teses sobre a capoeira e a esportivização, ou não, frente a frente.

Se o Sérgio puder se livrar das aulas nesse período, será bem vindo, e ainda podemos contar com o Falcão também doutor, e mestre-capoeira, lá de Santa Catarina?;

quem sabe um representante timbira, um local- doutor Tarcísio ou Mestre MarcoAurélio e, suprema glória, Mestre Patinho ?

talvez Mathias, outro doutor, se interesse em vir e discutir…)?

Os debates e trocas de idéias ja começaram. Façamos nossos questionamentos e tragamos para a desconferencia no Maranhão.

Segue a Roda…

sáb, 27/03/10 por leopoldovaz | categoria A VISTA DO MEU PONTO, Atlas do Esporte no Maranhão, Capoeira, O QUE ROLA NO CEV

Comentários

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 27 de Março de 2010 às 15:39.

Continuamos as conversas sobre a Capoeira e as Artes Marciais na Comunidade Capoeira, surgindo um novo desafio e proposta de tema - ARTES MARCIAIS, aproveitando a vinda do Fábio...

Fabio Cardias
em 27-03-2010, às 11h41.

caro Leopoldo,

Julvan-A tese dele não é sobre capoeira, é sobre ancestralidade em Kabenguele Munanga.

só para esclarecer: 

1.eu sou budoka há mais de 20 anos e um menino na capoeira, nasci ontem, porém me considero capoeira, sou aprendiz de Contra-mestre Pinguim e treinel Folha,  treino pesado todo dia, pesado mesmo! Me ofende um pouco me tirar do grupo de capoeiras só pq não sou mestre, nosso mestre de referência é o Mestre Gato Góes, residente em Santo Amaro da Purificação, onde sempre estamos, e Góes é filho de mestre Gato Preto, e mantém seu patrimônio gestual, musical, artístico marcial.

2.Capoeira é arte marcial, tal como budô também, daí a dimensão arquetípica marcial permitir o diálogo intercultural entre as duas matrizes marciais no plano conceitual e simbólico. O budoka e o capoeira estão na dimensão da arte marcial (desenvolvo mais profundamente o que é arte e o que é marcial), dizer que capoeira, ou budô, não são artes marciais é desconhecer o desenvolvimento ontológico das artes marciais, seu conceito na história ocidental e em relação com os outros conceitos afro sino e nipo koreano etc, desconhecer os desdobramentos biológicos do comportamento humano e a história da caça(isto mesmo, da caça!) na espécie. A luta agonística, em que pese haver comparações gestuais da luta(mas não da regra, não do espaçamento etc)  não tem a mesma raiz histórica e nem paralelos com o combate guerreiro, o esporte já vem a ser outra matriz ocidental, que se aproveita da luta nativa e da luta agonísitica-parte das aa.mm. Por isso e por tantas outras informações que acumulo no estudo de alguns anos de coleta de material, pelo mundo afora, é que vejo que o que se entende como arte marcial na academia brasileira, no mínimo, é paupérrimo conceitulamente. 

Arte marcial é arte marcial, luta agonística é luta agonística, esporte é esporte, e capoeira e budô estão dentro da teoria marcial (não divulguei o que se define teoria marcial pq é desenvolvido na tese e publicarei somente no final). Arte marcial contém luta agonística, mas arte marcial não é luta agonística (marajoara, ikindelê, turca, greco-romana) e nem esporte de combate como se tornou o judô olímpico. É muito possível distinguir estas dimensões. Esporte não engloba o que é marcial, nem o arquétipo marcial, minha hipótese (mais complexo e não tem espaço aqui).

Aceito participar do debate acadêmico onde minha contribuição será o que desenvolvo nesta direção, sendo parte da tese a teoria e pressupostos teóricos das artes marciais, com base nos teóricos de Tsukuba, minha escola de orient-ação básica, pois no Brasil não temos esta área nem mesmo citada.

As teses do prof. Sérgio e da colega de Portugal, lidas as importantes e sérias considerações de Sérgio só enriquecem minha tese. Aceito participar com estas contribuições sem o tom de enfrentamento ou ¨eu tenho a verdade¨, é uma posição teórica. Eu preciso só que definamos datas porque eu talvez vá pro Congresso Internacional de História da Educaço na UFMA, se não me engano, em outubro e já fico logo pra tomar tiquira e comer cucha por uns 15 dias.

abs fabio.

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 27-03-2010, às 15h30.

Fábio, o Congresso CEV será em novembro, no periodo de 10 a 13... Podemos, desde já, marcar o encontro do CEVCapoeira? numa das datas? caso só voce venha, temos como chamasr o Tarcísio (capoeira e doutor) e o Vespasiano (capoeira e mestre), o Marco Aurélio (capoeira e advogado) e o Mestre patinho (capoeira e aluno de Laércio).

Patinho é uma referencia da capoeira no Maranhão. Mestre de quase todos os Mestres que temos no momento, e um estudioso da Capoeira. Podemos, também, se voce o desejar, fazer uma desconferencia, também, com o pessoal das artes marciais - judo, karate, jiu-jitsu, e outras artes, e discutir essas questões... podemos colocar isso na Comunidade de Artes Marciais, de karate, e ver no que dará... não podemos perder essa oportunidade, de ter um praticante com essa bagagem academica e não procovar as discussões.

Pode ser?

Já começo a provocação...

Leopoldo 

PS. Mais alguém tem como ’atacar’ esses temas? com quem podemos contar? quem pode, a partir destas teorias, ’engatar’ um debate?

Por João Batista Freire
em 1 de Abril de 2010 às 16:27.

Leopoldo e demais amigos: está rolando uma discussão meio sem sentido na comunidade Capoeira. Tive algum contato com a capoeira ao longo da vida e sei que ela não é essa coisa ruim que tenho lido. Aliás, nem sei porque recebo cópias do que andam escrevendo. O fato é que, de tudo aquilo, conheço só o Leopoldo, e confio nele. Não quero saber dessas imundícies, baixarias mesmo que andam escrevendo. Que coisa ruim abrir o computador e receber os textos mal escritos e de péssima qualidade, além de ofensivos ao Leopoldo. Sugiro a quem está à frente da comunidade Capoeira que pare com isso.

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 1 de Abril de 2010 às 17:08.

JoãoZinho, Demais

Primeiro, agradeço a confiança do João, depois peço desculpas pelo inmconveniente. Basta, quando receber, responder no assunto RETIRAR NOME que o Iconoclasta JC, australian citizen, Mestre Jeronimo, retira seu nome, colocado indevidamente em sua lista.

JoãoZinho, recebi desse senhor JC um comunicado de que a Sra. Ana Rosa Jaqueira estaria defendendo sua tese de doutorado na U, Coimbra; pedia que ajudasse a divulgar. Fiz, em meu Blog e na Comunidade Capoeira.

Alguém se interessou, pediu-me maiores esclarecimentos sobre o trabalho da Ana Rosa Jaqueira, e escrevi a ela, pedindo alguma coisa a mais, sobre sua tese. Mandou-me o resumo e pedi autorização para publicar, o fez.

Publiquei. Houve um comentário, por parte do Sr. Sérgio Vieira, atingindo não só a Ana Rosa, mas seu orientador (e marido) Paulo Coelho de Araújo.

Ela se zangou, mandou um monte de impropérios para o sitio do Sr. JC, e depois para mim. Uma justificativa (rebateu as palavras do Sr. Sergio); pedi autotrização para divulgar; naõ respondeu, mas respondeu via JC... depois mandou-me a autorização. Publiquei, assim como a de seu orientador, Paulo Coelho.

Depois de tudo e várias colocações ofensivas, resolveram se retratar, dizendo que não era comigo - que entregou a mensagem - mas com o remetente da mensagem - o Sérgio.

Mas isso tudo, em endereço particular. E na medida em que respondia, minhas respostas, distorcidas pelo sr. JC. apareciam em seu blog... gerando muita confusão, já esclarecida. Inclusive pelom Sr. JC, no particular.

Mas continuaram a agressão no publico. E ainda, pegaram a mensgaem que enviei, para o pessoal de meu Blog, informando a defesa da tela, copiaram, colocaram em seu blog, e estão enviando para todo o pessoal... já pedi para que ele retirase os nomes, mas disse que cada um que a esta recebendo, deve faze-lo.

Desculpem, quem está recebendo essas idiotices, pelo inconveniente. Pessam para air. e Pronto.

Leopoldo

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 1 de Abril de 2010 às 17:15.

ops, dei uma escorregada - peçam para sair...

Por Leopoldo Gil Dulcio Vaz
em 1 de Abril de 2010 às 17:32.

João Zinho, vou transcrever abaixo uma mensagem que recebi de um Mestre Capoeira, não o identificando, pois enviou-me em meu endereço particular e não gosta de participar de listas de Internet, justamente pelo linguajar que se usa, como se não conhecesse, ou dominassem o idioma, cheio de ies, laies, e falta de concatenação de idéias.

[...] Prezado Professor Leopoldo Vaz,

Não é fácil dominar um idioma, especialmente a nossa língua portuguesa. Armando Nogueira, o grande jornalista que nos deixou no outro dia, costumava dizer mais ou menos assim: - Pensam que escrevo com facilidade, não é bem assim, um bom texto dá trabalho. Ora, o capoeira, andarilho por natureza, está espalhado pelo mundo. A maior parte desses capoeiras, mestres ou não, saiu do Brasil sem dominar muito bem o idioma pátrio; pois muito bem, foram para outros países onde aprendem, na prática (sem cursos metodizados), o idioma local. Some as esse quadro, a nova linguagem que a Internet está provocando. Acrescente ainda os mistérios da Capoeira, institucionalizada ou não, qual o resultado? Uma espécie de Torre de Babel, onde nada fica muito claro, as boas idéias perdendo-se em discussões confusas  que pouco ajudam à Capoeira e aos capoeiras. Sei que não falta público para esse tipo de batalha, como nos circos romanos, todos querendo sangue, ninguém escapa, até porque ainda não se encontrou um caminho jurídico à altura.  Daí o número crescente de aproveitadores, começando pelos temíveis rackers, passando por uma legião de capoeiras andarilhos desejosos de notícias, e acabando por grupos especialmente formados para patrulhar tudo que não seja do seu agrado pessoal e mercantil. Repare que, feliz ou infelizmente, os grandes nomes da capoeira não aparecem nessa arena, quando muito, expressam-se, através de terceiros. Até mitos do passado, de vez em quando, caem no pelourinho da maledicência; dificilmente você toma conhecimento que um bom texto moderno, tipo Coelho Netto, Monteiro Lobato, Lima Campos e Plácido de Abreu no passado, está na Internet fazendo merecido sucesso. Se o brilhante e já saudoso Armando Nogueira fizesse um texto sobre a Capoeira, como sempre fez com o futebol e alguns outros esportes, não faria sucesso algum. Outro grande cronista esportivo (além de brilhante dramaturgo), Nelson Rodrigues, confessadamente, jamais jogou futebol, nem mesmo uma simples "pelada". Pois muito bem, é considerado por todos um dos maiores cronistas esportivos de todas épocas. Se Nelson Rodrigues ousasse escrever sobre capoeira, imediatamente seria patrulhado por esse ou aquele, que perguntaria? - Esse cara joga capoeira, já entrou numa roda, tem título de mestre? Ora, Professor Leopoldo, acompanho há mais de cinquenta anos essa história, o título de MESTRE honra a quem o possui, mas, convenhamos, o fato de ter um título desses, às vezes obtido de maneira obscura ou questionável, não significa que o titulado esteja acima dos demais mestres do mundo, mestres de outras atividades que não a capoeira, do mestre de obras ao mestre em física quântica. E nem vou falar dos que fazem também um doutorado, mas deixando claro, que nenhum de nós jamais será o dono absoluto da Razão. Vai daí que a melhor maneira de se exercitar o CONTRADITÓRIO é com serenidade. Xingar, esbravejar, bravatear, ofender pessoalmente, isso, qualquer um pode fazer, ainda mais pela Internet. Resumindo e terminando: 1. Entendo que os doutores (Phd) são muito bem-vindos ao Mundo da Capoeira, mas devem procurar a roda certa, no caso, o fórum mais apropriado para seus debates. 2. Sem jamais deixar de considerar e louvar o passado da Capoeira, está na hora de se reconhecer  e divulgar os méritos das principais lideranças atuais da capoeira, espalhadas pelo Brasil e pelo Mundo. Ou será que inexistem tais lideranças? 3. Por que não premiar essa gente? Por que não premiar, por exemplo, o melhor disco ou cd de capoeira de todas épocas, de cada ano? 3.1 Particularmente defendo que  "Berimbau" de Vinicius e Baden é a composição que melhor defende o capoeira e a Capoeira. Deveria virar hino dos capoeiras, cantado em todas as rodas. 4.   E quanto a excelência no jogo propriamente dito, cite você, uns dez nomes de primeira linha!? Eis aí um bom exercício que obrigará a todo mundo a pensar o que será, afinal, jogar excepcionalmente a Capoeira? A resposta é mais simples do que parece, basta começar o exercício e ela saltará na frente de todos. Eis aí um bom tem a para os círculos de internautas. 5. Os demais esportes e as artes em geral, inclusive as artes marcianas, não crescem apenas pelo passado, mas, também, pelo mérito de seus jogadores e artistas de agora. Na Capoeira, quem são eles? Claro que existem. [...]  Há quem prefira que nada disso aconteça, que a capoeira jamais seja "institucionalizadas", sabe por quê? Porque tais pessoas e grupos entendem que eles, sim, são a "institucionalização". Não sem razão, parte desses tem suas origens no Período Vargas e a sua poderosa DIP, daí o jeito nazistóide dos patrulhamentos: "caluniai, caluniai, que alguma coisa fica".

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