Enquanto não há decisão sobre a criação da Autoridade Pública Olímpica (APO) e Empresa Brasileira de Legado Esportivo – Brasil 2016, o Ministério do Esporte decidiu contratar uma megaasessoria de comunicação.
O argumento é a necessidade de o Brasil divulgar sua política esportiva, já que teremos uma Copa e uma Olimpíada. Para isso, vai pagar R$ 15 milhões por ano para a empresa vencedora.
Na prática, a assessoria irá trabalhar no Brasil e em mais 33 países para convencer jornalistas e editorialistas a divulgarem notícias favoráveis ao ministro e à capacidade de o Ministério do Esporte de gerenciar os grandes eventos.
Depois do vexame financeiro do Pan-2007 a turma quer evitar novos erros.
Suspeitas
A abertura dos envelopes da licitação está marcada para às 10h30 de hoje, no próprio Ministério do Esporte.
Mas, em Brasília, há rumores de que a FSB Comunicação é a agência favorita do ministro Orlando Silva para ganhar o contrato de R$15 milhões por ano, podendo ser estendido por mais quatro anos.
As suspeitas de que poderá haver favorecimento na concorrência aumentaram desde terça-feira.
Por quê?
Porque, dois dias antes da licitação,ou seja, dia 14 de setembro, o Ministério do Esporte aboliu a exigência, feita no edital, de tradução juramentada de todos os documentos produzidos em língua estrangeira.
Tais documentos devem ser juntados à proposta técnica pelas empresas interessadas em realizar o serviço.
Foi uma mudança de 180 graus.
Até a véspera, a comissão de licitação afirmava exatamente o contrário em página específica do site do Ministério do Esporte. Ou seja, que não abriria mão das traduções, exigências que eram encaradas como um estorvo pelas empresas interessadas no contrato.
O curioso – e justamente o fato que levantou minha suspeita – é que a retificação que acabava com a obrigatoriedade das traduções só ocorreu após uma consulta da empresa FSB, uma das que disputa a concorrência, a favorita do ministro, entenderam?
Aí, surgiu a nova regra, exatamente contrária do que pedia edital e que havia sido confirmada pelo ministério, quatro dias antes.
Estranha mudança em cima da hora, muito estranha e suspeita.
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